Nos últimos anos, as collabs se tornaram ainda mais comuns no mercado. Marcas de vestuário, alimentos e cosméticos, por exemplo, surfaram a onda e adotaram a estratégia.
Para compreender suas nuances, o professor universitário, mestrando em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM) e publicitário Adriano Rodrigues explica o que são as collabs, sua importância e quais etapas são necessárias para uma parceria de sucesso, além da influência da gen Z no crescimento das marcas por meio do desenvolvimento de estratégias publicitárias.
Collab, abreviação de collaboration, em português, colaboração, é a parceria entre duas ou mais empresas, pessoas ou instituições que possuem objetivos em comum. Adriano explica que as marcas firmam essas parcerias a partir da criação de produtos ou serviços e executam campanhas publicitárias em conjunto. “A ideia é somar esforços para valorizar as ações em algo único, que seja criativo para o público e relevante para ambas as empresas”, comenta.
Para ele, os principais setores que usam a estratégia são moda, beleza, alimentos e bebidas, entretenimento, games e tecnologia, e cita exemplos: “…na moda, podemos mencionar a parceria entre Adidas e Gucci, na beleza, Mac e Barbie, no setor de alimentos, Burger King e Fila; Para o universo dos games, Fortnite e Marvel; por fim, para tecnologia, Apple e Hermes, além de Samsung e BTS. Os exemplos são vastos”.
Collabs ao longo dos anos
A estratégia não é nova no mercado publicitário, mas ganhou força nos últimos anos. Em 1965, a marca de luxo francesa Yves Saint Laurent criou, em colaboração com o pintor modernista Piet Mondrian, uma coleção de vestidos inspirados em suas obras.
Décadas à frente, em 2017, o anúncio da parceria entre as marcas de luxo Supreme e Louis Vuitton foi um marco histórico para a co-criação entre marcas.
Quais são as principais vantagens da estratégia?
Para Adriano, a sociedade vive hoje na era da Economia da Atenção e da Cultura das Comunidades. Por esses motivos, as marcas estão cada vez mais atentas em gerar buzz de visibilidade para as marcas.
“Se bem feitas, as collabs provocam conversas espontâneas nas mídias, podem viralizar, renovam o branding das marcas e as posicionam como contemporâneas.”
Adriano Rodrigues, professor universitário, publicitário e mestrando Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM)
O professor também vê outros benefícios positivos na parceria de duas ou mais marcas no desenvolvimento de um único produto ou serviço. “As marcas alcançam novos públicos, permitindo que uma entre no território da outra, e geram senso de exclusividade, porque muitas dessas colaborações são edições limitadas, o que eleva o valor e o desejo pelo produto”, comenta. Para ele, a união das marcas permite a criação de uma narrativa única e memorável.
Dicas para uma collab de sucesso
Adriano Rodrigues organizou seis dicas para marcas que desejam operar a estratégia.
- Objetivo: é necessário definir quais são os objetivos das marcas parceiras. Branding, engajamento, vendas e novos públicos são objetivos relevantes para as parcerias.
- Escolha do parceiro: deve-se escolher parceiros que tenham afinidade de valores e objetivos.
- Co-criação e autenticidade: cada marca deve contribuir com as collabs de forma ativa e real, não apenas com o uso do logotipo no produto final, por exemplo.
- Planejamento de ativação: ao criar uma estratégia de lançamento, é necessário refletir quais serão os canais de distribuição, datas, conteúdos e mídias serão exploradas, além de anexar ao projeto o trabalho de relações públicas por meio da assessoria de imprensa e anúncios de tráfego pago.
- Distribuição: para a distribuição, é comum que as marcas usem a estratégia de escassez controlada, gerando o gatilho de senso de urgência e desejo, para adquirir o produto ou serviço que costumam ser lançamentos limitados.
- Monitoramento: por fim, é importante que as marcas façam o monitoramento das redes sociais, principalmente no pós-vendas, para avaliar o impacto que a collab teve, analisando dados para checar se a ação funcionou conforme planejado.
A geração Z, os novos hábitos de consumo e as collabs
A gen Z tem um impacto relevante para o aumento das collabs nos últimos anos. Com novos hábitos de consumo, pautados pela valorização de experiências únicas e exclusivas, somados à interação com as marcas como parte de uma identidade pessoal, a comunidade influencia as tendências de mercado e os comportamentos de outras gerações, sugere Adriano. Os jovens e adultos da gen Z são nativos digitais, 100% conectados, e as collabs nada mais são do que um espelho do comportamento dessa geração no digital.
Um exemplo de análise dessas parcerias feita pelo público:
_____________
O artigo acima foi editado por Livia Nomoto.
Gosta desse tipo de conteúdo? Confira a página inicial da Her Campus Cásper Líbero para mais!