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Casper Libero | Culture

Mês da mulher: conheça 5 atletas brasileiras que entraram para história do esporte nacional e mundial

Isabela Balster Student Contributor, Casper Libero University
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter and does not reflect the views of Her Campus.

Das piscinas ao mar, das quadras de tênis para as de futebol, o Brasil é o lar de muitos talentos esportivos, algo que a categoria feminina vem provando há anos. Neste mês da mulher, conheça cinco atletas brasileiras que são motivo de orgulho para o nosso país.

Maria Lenk

Maria Emma Lenk é um nome histórico não só no esporte quanto fora dele. A paulistana começou a nadar com apenas 10 anos, iniciando sua trajetória no Rio Tietê, dado a falta de piscinas na época.

Considerada pioneira da natação moderna, já nadava desde a introdução das competições no Brasil e participou em provas de mar aberto, vencendo a Travessia de São Paulo a Nado quatro vezes seguidas. Com 17 anos, já era atleta de nível internacional, sendo a primeira mulher sul-americana a competir nos Jogos Olímpicos (Los Angeles, 1932). Além disso, foi a primeira brasileira a quebrar um recorde mundial, nos 200m e 400m peito, conseguindo superar o recorde masculino da época, na prova mais curta.

Junto a outros atletas da delegação, Maria vendeu café para custear a viagem a caminho das Olimpíadas nos Estados Unidos e de acordo com o que seu sobrinho, Francisco da Silva Júnior, compartilhou com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a atleta, que falava inglês e alemão fluente, foi a intérprete da equipe brasileira e ajudou nas negociações.

Os Jogos Olímpicos de 1940 e 1944, cancelados por conta da Segunda Guerra Mundial, causaram impacto em sua carreira, já que a atleta teria grandes chances de se tornar medalhista olímpica, porém, isso não a impediu de continuar entrando para a história. Em 1942, deixou de competir e passou a focar na carreira acadêmica, sendo pioneira mais uma vez, quando ajudou a formar a Escola Nacional de Educação Física na atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, onde lecionou.

Já falecida, Maria Lenk recebeu diversas homenagens pelos seus feitos, como: foi dado o seu nome para o parque aquático que recebeu os Jogos Pan-Americanos em 2007 por meio do então prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia. Em 2022 por meio de um decreto do presidente da época, Jair Bolsonaro, foi declarada Patrona da Natação Brasileira (através da Lei N 14 428/2022) e ainda enquanto estava viva, se tornou a primeira brasileira a ingressar no hall da fama da natação, em 1998.

Ana Marcela Cunha

Também na área dos esportes aquáticos, temos a vitoriosa Ana Marcela Cunha, representante das águas abertas. E pode-se dizer que tem o esporte percorrendo em suas veias, considerando que seu pai é nadador e sua mãe ginasta.

A baiana tem uma trajetória de tirar o fôlego. Nas suas primeiras maratonas, aos 10 anos de idade, venceu duas campeãs sul-americanas na categoria absoluta e aos 14 participou do seu primeiro Campeonato Mundial de Águas Abertas, em Nápoles, acompanhando o pelotão de frente. Disputou os seus primeiros Jogos Olímpicos com apenas 16 anos.

Durante o ciclo olímpico para Londres, em 2012, Cunha foi a campeã do circuito Copa do mundo em 2010 e eleita pela Federação Internacional de Natação (FINA) como a melhor nadadora de águas abertas da temporada, também levando o prêmio Brasil Olímpico do COB. Porém, no mundial de 2011, em Xangai, ficou por uma posição de se classificar para os jogos na Inglaterra, na prova de 10 quilômetros, mas, mostrando sua dedicação, voltou para a água dois dias depois vencendo os 25 km e se tornou a primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro no mundial de maratonas aquáticas e a primeira a conquistar um ouro olímpico na história da natação nacional, nas Olimpíadas de Tóquio.

Ana, que é o mais novo reforço do Sesc-RJ, se tornou a mulher brasileira com mais medalhas obtidas em campeonatos de esportes olímpicos com apenas 23 anos de idade, até o momento, soma um total de 15 medalhas (sendo uma delas por equipes). Dentre suas conquistas, além da já citadas, a maratonista conquistou o primeiro ouro dela e do Brasil nos 10 km dos Jogos Pan-americanos, em 2019, fazendo uma dobradinha com a colega de equipe, Viviane Jungblut, a medalha em questão era uma das únicas que não possuía, além disso, é heptacampeã da Copa do Mundo de Águas Abertas.

A atleta é um símbolo de forca e determinação, em 2016, teve um problema para se alimentar durante os Jogos Olímpicos do Rio, meses depois, descobriu uma doença autoimune e passou por cirurgia para resolver o problema. Ana Marcela também é uma representante da comunidade LGBT+ e é casada com a Juliana Melhem, que como ela, atua no esporte, sendo educadora física.

Maria Esther Bueno

Conhecida no exterior como Maria Esther Bueno, é uma das poucas tenistas a conquistar títulos em três décadas diferentes e é o maior nome do tênis brasileiro (tanto feminino quanto masculino). A atleta, que foi eleita a melhor tenista do século 20 da América Latina, começou no tênis aos seis anos de idade, porém antes de iniciar a sua carreira, chegou a disputar provas de natação, especificamente nos 50m livre, mas não era sua paixão.

A paulista conquistou 589 títulos internacionais ao longo dos seus vinte anos de carreira, dentre eles, se destacam a conquista do atual US Open nos anos de 1959, 1963, 1964 e 1966 (individuais) e em 1960, 1962 e 1968 (de duplas). Além disso, ganhou dezenove vezes o torneio do Grand Slam e seu primeiro título em Wimbledon foi aos 19 anos.

Não ter participado de uma edição de Jogos Olímpicos foi uma de suas maiores tristezas, já que deixou de ser esporte olímpico na década de 30 e voltando somente em 1996, mas não impediu de ser a número um do mundo em 1959, de acordo com Federação Internacional de Tênis, na categoria individual feminina. Também foi incluída no hall da fama internacional do tênis, como a melhor tenista do mundo, em 1964.

A bailarina do tênis, apelido que ganhou por causa de sua elegância no estilo de jogo, tem seu nome no Livro dos Recordes por vencer uma partida no US Open de 1964 em apenas 19 minutos. Outro feito impactante de sua vitoriosa careira foi ter sido a única mulher nascida no Brasil por 65 anos a ter conquistado títulos em torneios Grand Slam, até 2023.

Marta

Quando o assunto é esporte feminino, não tem como deixar de mencionar a principal jogadora do mundo, Marta Vieira da Silva. A alagoana demonstrou interesse no futebol ainda criança, sendo a única menina no grupo. Nesta fase, já demonstrava sua habilidade, destacando-se em relação aos garotos, sendo ameaçada por alguns deles, sendo afastada dos jogos na AABB.

A rainha do futebol, realizou dois testes no Rio de Janeiro, com o auxílio do técnico Tota, sendo um no Fluminense e outro no Vasco da Gama, passando no segundo time com 14 anos, se destacando em relação a outras garotas. Ficou três anos no clube carioca, sendo emprestada ao Santa Cruz (MG), time que ficou por um curto período, até a negociação de sua venda por parte do gigante da colina.

Marta mostrou, e mostra, o seu potencial desde o início de sua longa trajetória, passando por clubes da Suécia, Brasil e EUA. Em 2006, conseguiu seu primeiro prêmio de melhor jogadora de futebol do mundo, até os dias atuais, conseguiu ser eleita mais cinco vezes consecutivas, sendo a atleta mais premiada entre homens e mulheres, até a edição de 2019, quando o argentino Lionel Messi se igualou a jogadora.

A futebolista conquistou títulos significantes, ao total 21 profissionais, como a Copa Libertadores e a Copa do Brasil Feminina, em sua primeira passagem pelo Santos. Na seleção brasileira, a camisa 10 foi bicampeã brasileira dos Jogos Pan-americanos de 2003 e 2007, ganhou prata nos Jogos Olímpicos de 2004, 2008 e 2024. Ajudou a canarinha a chegar pela primeira vez numa final de Copa do Mundo (2007), levando o vice.

Seus resultados com a verde e amarela não param por aí, a rainha é a maior artilheira de Copas do Mundo, ultrapassando o jogador da seleção alemã, Klose. Também é a primeira atleta a marcar gols em cinco edições distintas de mundiais (2003, 2007, 2011, 2015 e 2019), sua primeira participação foi aos 17 anos.

Em 2015, a rainha superou o rei, Pelé, se tornando a maior artilheira da seleção brasileira, com 117 gols até o momento. Marta possui, no total, nove artilharias em sua carreira, mas como a atleta ainda está em atividade, seus números podem aumentar.

Hortência Marcari

Hortência Marcari é um grande nome do basquete feminino, é considerada uma das maiores atletas da modalidade na categoria feminina e a melhor jogadora de copas do mundo da Federação Internacional de Basquete (FIBA). Com nove anos, já praticava diversos esportes, sendo convidada para entrar na equipe do colégio onde estudava.

A atleta marcou 66 pontos numa só partida em campeonato colegial, marca que ela superou 11 anos depois, quando fez 74 pontos nos Jogos Abertos do Interior. Seu destaque foi atuando pela Prudentina, da cidade de Presidente Prudente.

A jogadora, nitidamente, mostra um talento desde o começo da carreira. Foi titular da seleção brasileira com 16 anos, participando da estreia do time de basquete nos Jogos Olímpicos de 1992. Hortência é a maior pontuadora na história da seleção, jogou cinco mundiais e duas Olimpíadas, encerrando a carreira de atleta quando conquistou a prata olímpica em Atlanta.

Entrou para o hall da fama do basquete feminino dos Estados Unidos em 2002, no hall da fama do basquete em 2005 e o hall da fama da FIBA em 2007.

Antes de aposentar, Hortência foi campeã mundial, com uma parceria inédita e histórica com outra grande jogadora do basquetebol, Magic Paula. Essa foi a única vez que as duas atuaram juntas por um clube. Também foi a atleta brasileira a ganhar o melhor salário da década de 80.

O sucesso dela não foi só nas quadras, se tornou dirigente e conquistou títulos no Futebol Fluminense e Paraná BC. Em 2009, foi diretora da seleção brasileira de basquete feminino e em outubro de 2010, foi agraciada com a comenda da Ordem do Ipiranga pelo Governo do Estado de São Paulo.

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The article above was edited by Duda Kabzas.
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Isabela Balster

Casper Libero '27

Cuiabá —> São Paulo