Todos nós temos momentos em que ficamos mais estressados, seja no trabalho, na escola, na faculdade ou até mesmo em casa. A psicóloga Sônia Leite define o estresse como “uma resposta de um enfrentamento de uma situação desagradável, gerando percepções subjetivas, trazendo ameaças ou a exigência de um evento dentro do ambiente.”
De acordo com ela, o estresse faz parte da nossa vida. No entanto, o não tratamento da situação pode ser prejudicial à saúde. Neste dia 23 de setembro, é celebrado o Dia Mundial do Combate do ao Estresse, enfatizando a importância de saber como enfrentá-lo.
O LADO POSITIVO
Muitas vezes, o estresse pode trazer benefícios importantes para o nosso corpo e mente. Ele atua como um estímulo que nos prepara para enfrentar desafios e situações inesperadas. Esse tipo de estresse ajuda a aumentar a atenção e a concentração, podendo nos deixar mais preparados para algumas situações do dia a dia.
Uma viagem importante ou uma apresentação no trabalho podem gerar ansiedade e estresse. Porém, essa reação não é prejudicial; pelo contrário, ela nos mantém alertas, motivados e focados, permitindo que organizemos melhor nossas ações e nos saiamos bem em nossas tarefas.
Da mesma forma, um susto repentino ativa o cortisol e a adrenalina, preparando o corpo para reagir rapidamente e nos mantendo seguros diante de situações de risco. “Ele pode ser um alarme para que você possa recorrer a alguma coisa, para poder se proteger ou enfrentar uma situação”, conta a psicóloga.
O LADO NEGATIVO
O estresse, quando ultrapassa os limites saudáveis e se torna crônico, passa a ser prejudicial para a saúde física e mental. Está associado a uma série de problemas que afetam o bem-estar geral do indivíduo, desgastando o organismo e podendo comprometer a qualidade de vida de forma significativa.
Fisicamente, o excesso de estresse pode provocar dores de cabeça constantes, insônia, problemas gastrointestinais, queda de cabelo, tensão muscular e exaustão persistente. Além disso, o corpo passa a liberar hormônios, como o cortisol, em níveis elevados e contínuos, o que aumenta o risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais. O sistema imunológico também é afetado, tornando a pessoa mais vulnerável a doenças.
ALIMENTAÇÃO
Um dos sintomas do estresse pode se revelar na alimentação. A nutricionista Elaine Cristina Rosa diz que “o nosso corpo reage a diversas formas de estímulo e ele impacta na rotina alimentar, levando algumas pessoas a comerem mais que o necessário e outras pessoas a comerem menos. Muitas vezes são escolhas rápidas que você não pensa, você só quer comer para ter um momento de prazer.”
Procurar alimentos doces quando estamos com picos de estresse é muito comum, mas o açúcar pode causar um efeito contrário após a ingestão, conforme explica a profissional: “O açúcar vai ativar o prazer imediato, mas depois ele vai provocar o contrário, causando uma queda da energia. Então, você tem um pico glicêmico, onde vai te dar um prazer. Só que esse pico vai baixar e ter uma queda muito brusca. Isso pode afetar o seu humor e te dar irritabilidade, te deixando muito mais ansiosa. No fim, acaba criando um ciclo.”
No entanto, alguns alimentos têm a capacidade de modular o humor e atuar positivamente no equilíbrio emocional, graças aos nutrientes que oferecem. Entre eles estão aqueles ricos em triptofano, um aminoácido essencial que participa da produção de serotonina, neurotransmissor associado à sensação de bem-estar. Ovos, aveia e leite são exemplos de alimentos que ajudam nesse processo.
Outro nutriente importante é o magnésio, mineral que auxilia no relaxamento muscular, no equilíbrio do sistema nervoso e no controle da ansiedade. Ele está presente em castanhas, sementes e vegetais verdes escuros. O ômega 3, encontrado principalmente em peixes como salmão, sardinha e atum, também é um aliado, já que tem efeito anti-inflamatório e está relacionado à melhora da função cerebral e à regulação do humor. Mas a nutricionista alerta que o manejo do estresse não é substituído apenas por esses alimentos.
DICAS PARA LIDAR COM O ESTRESSE
Uma das formas mais eficazes para lidar com essa situação é reconhecer primeiro o que mais te causa estresse e se afastar do lugar no momento que acontecer. Mudar de ambiente, respirar e beber água é essencial para reorganizar a sua mente.
Em situações de estresse e ansiedade, a respiração tende a ficar rápida e superficial, o que diminui a oxigenação adequada do corpo e intensifica a sensação de mal-estar. Por isso, praticar respirações profundas, inspirando lentamente pela boca e expirando pelo nariz, ajuda a relaxar.
Outra prática essencial é buscar formas de relaxar o corpo e a mente de maneira contínua, não apenas nos momentos de crise. Atividades físicas regulares, como caminhadas, alongamentos ou yoga, estimulam a liberação de endorfinas, que promovem bem-estar. O contato com a natureza, ouvir música, ler um livro ou praticar hobbies também funcionam como válvulas de escape importantes.
Cuidar da qualidade do sono e da alimentação também é fundamental. Dormir bem permite que o corpo se recupere das tensões diárias, enquanto que uma alimentação equilibrada fornece os nutrientes necessários para manter o equilíbrio emocional. Evitar o excesso de cafeína, açúcar e ultraprocessados pode reduzir ainda mais a vulnerabilidade ao estresse.
_________
O artigo acima foi editado por Júlia Salvi.
Gosta desse tipo de conteúdo? Confira a página inicial da Her Campus Cásper Líbero para mais!