A influenciadora de 21 anos Gabi Moura, natural do Rio de Janeiro, fez sua primeira passagem no desfile Victoria’s Secret Fashion Show em outubro de 2024. A estreante foi motivo de empolgação para muitas meninas, mas também alvo de comentários negativos sobre seu corpo nas redes sociais.
A marca que consagrou um padrão de corpos na passarela agora tenta se reinventar. Mas as críticas à brasileira revelaram uma contradição. Enquanto a Victoria’s Secret buscava diversidade, parte do público ainda estava presa aos padrões que a própria empresa havia construído durante décadas.
Entre os comentários negativos, um detalhe chama a atenção. Grande parte vem de outras mulheres. Desde a infância, o machismo estrutural construiu a crença de que mulheres são naturalmente rivais. Essa ideologia de dominação masculina coloca mulheres umas contra as outras, desviando o foco do verdadeiro problema: o patriarcado. A rivalidade de gênero oprime e tem efeitos diretos na sociabilidade feminina.
Nas redes sociais, o machismo encontra seu cenário ideal para o body shaming, um ambiente onde o discurso de ódio se torna mais fácil e onde padrões estéticos opressivos circulam disfarçados de “opinião”. O patriarcado estabelece modelos e faz com que as próprias mulheres repliquem exigências sobre outras mulheres. O corpo feminino sempre foi alvo de controle e julgamento, e essa dinâmica de opressão apenas beneficia uma indústria da beleza que lucra milhões com um ideal inatingível.
Enquanto o corpo das mulheres virar instrumento de ódio, não haverá avanço, apenas a manutenção de um sistema que lucra com inseguranças. Por isso, episódios como o de Gabi Moura escancaram mais o tecido social do que quem ocupa o palco. Diante disso, é fundamental fortalecer redes de apoio entre mulheres, transformando esse gesto em resistência coletiva.
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O artigo acima foi editado por Beatriz Tomagnini.
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