O cenário fitness brasileiro, recentemente polarizado entre a musculação e a corrida de rua, passa por uma intensa e necessária transformação. Com a indústria do fitness no país registrando um crescimento constante e a adesão de novos praticantes exigindo mais do que rotinas tradicionais, emerge um novo competidor capaz de unir o melhor de dois mundos: o HYROX.
Esta modalidade não é apenas uma prova, é a materialização da tese de que o futuro do exercício no país reside na integração entre resistência e força funcional.
O FENÔMENO HÍBRIDO
O HYROX foi criado por Christian Toetzke e Moritz Fürste na Alemanha, em 2017. A competição funciona com uma mecânica simples, mas desafiadora: os atletas completam 8 quilômetros de corrida, intercalados por 8 estações de exercícios funcionais específicos, uma para cada quilômetro corrido.
Entre os exercícios do circuito, estão: SkiErg, Sled Push, Sled Pull, Burpee Broad Jumps, Remo, Farmer’s Carry, Sandbag Lunges, e Wall Balls. A sequência de movimentos padronizados exige que o competidor mantenha uma alta capacidade aeróbica enquanto lida com esforços de força explosiva e resistência muscular. O lema, “A Corrida Para Todo Corpo” (Race For Every Body), atrai desde atletas de elite até entusiastas que buscam o desafio de completar o percurso.
Essa estrutura de desafio foi o que atraiu Maria Andrade, de 25 anos, que migrou de uma rotina de meias maratonas e treinos de força para a nova modalidade.
“Minha rotina estava estagnada entre corrida e musculação, era a mesma coisa todo dia. Eu precisava de algo que me tirasse da zona de conforto e que fosse desafiador – que é exatamente a proposta do HYROX.” explica a atleta amadora.
A adesão da estudante, assim como a de muitos jovens, foi impulsionada pelas redes sociais. “Eu via muito a galera da gringa treinando no TikTok, então quando anunciaram as primeiras etapas aqui no Brasil, eu já conhecia o formato e decidi experimentar. (…) Eu me sentia muito sozinha na musculação, e o HYROX me trouxe não só um novo desafio pessoal como um senso de comunidade muito gratificante.“, comenta.
Maria iniciou aulas duas vezes por semana, um treino que gradualmente substituiu a frequência da corrida de rua. Agora, com a experiência adquirida, ela já tem um objetivo claro: “Quero me inscrever na etapa de Fortaleza para competir ano que vem no revezamento. Eu gosto muito das divisões coletivas, com energia de time e clima de torcida.”.
O NOVO PADRÃO DE WELLNESS NO BRASIL
A rápida ascensão da modalidade é um sintoma claro do boom das competições híbridas no Brasil, que inclui o crescimento do CrossFit e de outras competições funcionais. Os praticantes brasileiros estão migrando dos esportes de especialização única para formatos que exigem competências variadas, uma tendência que força academias e boxes a adaptarem suas estruturas e programas de treino.
O HYROX soube capitalizar essa demanda por um esporte que pode ser praticado por qualquer um, mas que ainda oferece uma experiência de competição de alto nível em grandes eventos indoor. Mais do que uma moda, este movimento está intrinsecamente ligado ao conceito moderno de wellness, onde o objetivo não é apenas a estética, mas a capacidade funcional e a saúde mental que o esporte proporciona.
O crescimento do HYROX em solo brasileiro se traduz em números expressivos. A primeira edição oficial do país, o HYROX São Paulo 2025, realizada no Distrito Anhembi em 20 de setembro, reuniu mais de 2 mil atletas, estabelecendo um recorde regional de participação. Essa conquista consolidou a modalidade no calendário nacional.
O próximo grande desafio será a Etapa Rio de Janeiro, que acontece dia 29 de novembro. O evento carioca é visto como o teste final para o mercado e busca atrair um público ainda maior para solidificar a presença da modalidade em academias e boxes afiliados.
O HYROX, portanto, não é apenas um novo esporte, mas o início de uma nova era do fitness no Brasil. Ele oferece uma resposta clara para quem busca o equilíbrio entre força e fôlego, consolidando a ideia de que a excelência da saúde reside na capacidade de fazer tudo.
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O artigo acima foi editado por Isabella Gouvea.
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