Para os amantes de esportes a motor é inevitável que já tenham visto ou se deparado com filmes que retratam a história de marcas consolidadas, pilotos marcantes ou acontecimentos históricos nas pistas. Dentre eles poderíamos citar As 24 Horas de Le Mans (1971), Um Momento, Uma Vida (1977), Dias de Trovão (1990), Driven (2001), Rush: No Limite da Emoção (2013), Ford vs Ferrari (2019), Lamborghini: O Homem por trás da Lenda (2022), Ferrari (2023), e assim por diante.
Sendo assim, é perceptível que o relacionamento entre carros e cinema trata-se de uma conexão duradoura e, porventura, impossível de ser desagregada – e é justamente por essas vias que o novo filme F1, lançado no dia 26 de junho, promete fortalecer ainda mais o relacionamento do público com a categoria de maior ascensão do automobilismo: a Fórmula 1.
O Automobilismo no Holofote
Apesar da longitude histórica atribuída ao esporte, tendo sido instituído e estreado em 1950, em Silverstone, Inglaterra, é aparente que houve a necessidade de reinventar – apesar de sua popularidade principalmente após pilotos inigualáveis como Juan Manuel Fangio, Jackie Stewart, Niki Lauda, Alain Prost, Ayrton Senna e Michael Schumacher – a atmosfera que envolvia a grandeza da Fórmula 1. O esporte precisou se reelaborar para conseguir manter e até mesmo progredir o seu nível de alcance em meio ao excesso informacional que hoje somos expostos.
Uma das táticas desenvolvidas, e provavelmente a de maior efeito, foi a criação da série documental F1: Drive to Survive (2019), produzida pela Netflix. A produção tomou como iniciativa mostrar ao público os bastidores do esporte e claro, muitas vezes gerando, por meio de um storytelling específico, uma narrativa romantizada sobre os relacionamentos e intrigas. Essa abordagem, no entanto, acaba por não agradar um certo número de fãs e profissionais ligados à categoria.
Diante desse fato e do respectivo aumento de popularidade, a Fórmula 1 foi posicionada em um novo pedestal de influência – principalmente devido ao público norte-americano com o qual a categoria buscava, incessantemente, maiores conexões – e à Geração Z, responsável por sua maior devoção a redes sociais e o núcleo de influenciadores. Em outros termos: os novos holofotes.
Por Trás de Cada Curva
Não é de se espantar que o novo filme F1 tenha seguido por caminhos semelhantes, ainda que de maneira completamente figurativa e, ao mesmo tempo, inovadora. O longa é dirigido e idealizado por Joseph Kosinski – conhecido majoritariamente por sua direção em Top Gun: Maverick (2019) – e possui produção executiva de Lewis Hamilton, heptacampeão da Fórmula 1.
Protagonizado por Brad Pitt, a produção promete romper com as barreiras entre a realidade e os efeitos especiais. De acordo com Kosinski, a ideia de realizar o filme dentro do universo do esporte – tanto nos Grandes Prêmios, quanto com carros reais – foi trazida por Toto Wolff, chefe da equipe Mercedes, da qual Hamilton integrava.
Além de sua voz e ações estarem extremamente conectadas a causas ambientais e humanitárias, Hamilton usufruiu de sua importância e popularidade no mundo da Fórmula 1 para auxiliar no desenvolvimento da produção, tornando evidente o seu interesse em disseminar, o máximo que puder, a sensação e a realidade da sua – e de todas as outras práticas – que envolvem pilotar um carro a, em média, 300 km por hora.
Dito e feito: Kosinski se alinhou à equipe Mercedes e comprou cerca de 6 carros de Fórmula 2. Além disso, trabalhou diretamente com engenheiros da equipe. Isso significa que, em todas as cenas em que Brad ou Damson Idris – seu companheiro da equipe ficcional APXGP – aparecerem nas pistas pilotando seus carros, eles estavam ali de fato.
Por Sir Lewis Hamilton
Lewis cumpriu um papel essencial no longa. Além de ser o co-produtor e ter sido responsável pela abertura deste universo a Kosinski e a todos os envolvidos na produção do filme, também executou o papel de preparador de elenco.
A dupla de protagonistas – Brad e Damson – obteve treinamento pessoal e personalizado nas pistas. O grande foco do heptacampeão foi concluir se, principalmente Brad, teria facilidade ou até mesmo o talento necessário para dirigir os carros em cena. E o resultado foi concreto: de acordo com Lewis e Kosinski, Brad possui uma aptidão natural para a pilotagem – fator que foi primordial para a qualidade e veracidade do longa.
Fora o seu trabalho como preparador de elenco, Lewis também se fez extremamente presente na formulação do roteiro, com o objetivo de garantir maior autenticidade à trama – embora tenha afirmado que ainda se trata de uma narrativa idealizada por Hollywood. Previamente, no Grande Prêmio de Mônaco deste ano, Lewis afirmou estar escrevendo três roteiros sobre automobilismo, sendo dois deles produções dedicadas à animação.
O filme, que conta com roteiro de Jerry Bruckheimer e Ehren Kruger, estreia nesta quinta-feira (26) em todo o Brasil. Com um núcleo de estrelas, composto por Kerry Condon, Javier Bardem e Tobias Menzies, promete apresentar algo jamais visto em produções cinematográficas direcionadas ao automobilismo. Assim como Top Gun: Maverick resgatou o fascínio de muitos pela aviação ao unir as acrobacias em alta velocidade juntamente com emoções humanas, o filme F1 – com o olhar e impulso de Lewis Hamilton – busca levar o automobilismo para fora das pistas. O que só nos comprova que o cinema, além de conectar diferentes gerações, transforma paixões em cultura popular.
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O artigo acima foi editado por Sophia Claro.
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