O currículo no mundo corporativo funciona como uma espécie de cartão de visitas. É nele que estão compiladas as suas informações básicas, habilidades, trajetórias, além de ser um ponto importante para ser chamado para entrevistas, afinal, é o primeiro contato com o recrutador.
Então, quais informações um currículo deve ter? Como chamar atenção entre tantos candidatos? O que colocar quando não tenho experiência? São dúvidas frequentes entre jovens que estão prestes a ingressar no mercado de trabalho e pessoas que querem encontrar novas oportunidades.
A recrutadora e psicóloga, Letícia Parkness, apresentou algumas dicas sobre como montar um bom currículo e aumentar as chances na procura por emprego.
O básico funciona!
Antes de tudo é preciso entender que o currículo é baseado em duas palavras-chave: clareza e objetividade. Os recrutadores podem receber centenas de currículos por dia, fazendo com que um currículo mal organizado e subjetivo seja descartado de imediato.
“É importante escolher uma fonte legível, sem misturar muitas informações, definir o seu objetivo. Se você não deixa aquilo muito explícito, é capaz do recrutador, por conta do volume de currículos, acabar deixando de lado”, explica Letícia.
Para facilitar a montagem, iremos separar tudo em alguns campos: informações básicas, objetivo, formação, cursos complementares, experiências profissionais, competências e habilidades.
Informações básicas
“Neste campo deve estar o seu nome completo, idade, endereço e formas de contato como número e um e-mail que você use constantemente, que seja mais formal, direcionado para as atividades que você está empenhado.” É importante lembrar que não é recomendado colocar foto no currículo, a menos que o processo exija isto.
Em algumas áreas (como na de comunicação, por exemplo) é legal colocar o site que tenha disponível o seu portfólio, para que vejam alguns dos trabalhos já desenvolvidos previamente.
Qual o seu objetivo?
O objetivo é uma parte imprescindível no currículo, pois assim você deixa claro o que quer exercer, qual a sua intenção. “É interessante colocar um resuminho explicando quem é você, o que faz, mas isso de forma breve.”
Formação e experiências
Nessa etapa, as informações devem ser listadas em ordem cronológica decrescente, ou seja, da formação/emprego mais recente para a mais antiga.
“Referente à educação, é neste lugar que você vai colocar a faculdade que está fazendo ou já fez, uma pós-graduação, especialização. Já ocupações extras e certificações podem ser colocados em um espaço só para os complementares.” É necessário colocar o curso, instituição e o ano de conclusão, um exemplo:
Graduação: Jornalismo – Fundação Cásper Líbero. Previsão de conclusão: 2026.
Os cursos complementares devem estar logo abaixo do campo de formação, e também podem ser colocados da mesma forma. Pode falar brevemente (duas linhas, no máximo) sobre o que aprendeu no curso.
“No campo de experiência profissional, no topo deve estar o que você está fazendo atualmente, e listar abaixo trabalhos antigos. Se não permaneceu em um emprego por um período considerável, não recomendo colocar.” Isso devido ao pré julgamento que alguns avaliadores podem estabelecer caso você tenha passado poucos meses em um trabalho, como o currículo é apenas o primeiro contato, ele não entenderia qual foi a motivação para uma permanência muito curta no emprego.
O que fazer quando não tenho experiência?
Primeiro de tudo: Não minta! Sempre existe a possibilidade do recrutador te pedir para colocar à prova aquilo que foi colocado no currículo. Então evite constrangimentos e não coloque mentiras de forma alguma.
O candidato que está concorrendo ao seu primeiro emprego pode recorrer às suas competências, para os recrutadores avaliarem se está condizente com a vaga. “Nesses casos, avaliamos as competências nos mínimos detalhes, afinal, se você não tem experiência profissional, com o que você pode contribuir? Então estaremos de olho no que o candidato pode oferecer”, pontua Letícia.
“Destacar as habilidades é essencial para quem não tem muita experiência no mercado, então contar que foi monitora, que trabalhou com o projetos voluntários, que está iniciando um projeto científico, tudo isso é muito bacana de ser incluído. Sempre adicione parágrafos incluindo as suas habilidades para poder explicar melhor, mas ainda de maneira sucinta, sem estender muito, pois você pode explicar melhor na entrevista.”
E afinal, o que conta como habilidade? Se for uma pessoa comunicativa, criativa, com espírito de liderança, proativa, que sabe trabalhar em equipe e muitas outras características que podem ser incluídas e aumentam suas chances.
Dicas extras
A recrutadora Letícia Parkness facilitou ainda mais a nossa vida e deixou algumas dicas que vão além do currículo.
- É importante colocar o currículo em plataformas on-line, mas sempre estar preparado e com cópias físicas em mãos;
- Não deixe o currículo com cada ponto exageradamente explicado, não se estenda em cada tópico, pois isso tira a oportunidade de falar mais sobre cada ponto que foi colocado no currículo na entrevista;
- Se você não aparecer, ninguém vai te ver! Hoje em dia estar conectado é essencial, então colocar o currículo e estar disponível em plataformas de empregos, criar portfólio;
- Sites legais para se candidatar: Linkedin, Vagas.com, Academia do Universitário, Catho, Infojobs. Além de se cadastrar nesses sites é necessário manter o perfil sempre atualizado;
- É muito importante que você crie uma tabela com as vagas que se candidatou, as que estão no processo seletivo e ir atualizando de acordo com a movimentação delas;
- Glassdoor é um ótimo site para te ajudar a entender o que falar na entrevista, te apresentar empresas, ver avaliações de funcionários, e em alguns casos descobrir o recrutador que irá te avaliar;
- É importante pesquisar a empresa, os valores dela, o que a vaga exige, até mesmo para não entrar em um emprego que não honre os seus valores pessoais;
- Se informe sobre os seus direitos para ter, de fato, uma boa experiência.
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O artigo acima foi editado por Mariana Miranda Pacheco.
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