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Casper Libero | Life

Vamos falar sobre amor: por que temos tanto medo de demonstrar afeto?

Beatriz Calado Damin Student Contributor, Casper Libero University
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter and does not reflect the views of Her Campus.

Para muitos, demonstrar amor é sinal de fraqueza. Há quem trave diante de um simples “eu te amo” como se essas três palavras carregassem um peso ou uma exposição muito perigosa que pode abrir espaço para a rejeição ou até para a falta de controle da relação. Mas esconder nossos sentimentos realmente nos protege ou só nos afasta cada vez mais daquilo que queremos?

As nossas primeiras relações moldam como expressamos nossos sentimentos, as experiências na infância nos ensinam a lidar com as nossas emoções e como compartilhá-las. Quando crescemos em ambientes onde o afeto é natural, temos a tendência de desenvolver com mais facilidade a demonstração de sentimentos, já as pessoas que crescem com distanciamento ou que tem suas emoções reprimidas quando criança, aprendem a guardar seus sentimentos, como se demonstrá-los fosse um sinal de risco ou fraqueza. Por isso, a educação emocional ocupa um papel fundamental para a nossa evolução. Saber sentir também é saber viver em conexão com o outro.

‘eu te amo’ depois de perder

Muitas vezes expressamos nossos sentimentos tarde demais, guardamos as palavras importantes como se fossem frágeis e preciosas demais para serem ditas para o mundo. Esperando um momento perfeito que nunca chega, e transformando o que poderia ter sido revelado em um profundo silêncio.

Esse silêncio pode ser interpretado como desinteresse, mesmo quando o coração está pulando para fora do peito de tanto amor que ali existe. Certas palavras doem mais do que quando não são ditas, principalmente quando percebemos que o sentimento existia, mas ficou preso sem nunca ganhar voz.

O peso desse silêncio pode se transformar em um arrependimento, uma vez que só temos coragem de dizê-lo quando o que poderia ser vivido se transforma apenas em uma lembrança. Afinal, qual é o valor de um “eu te amo” nunca pronunciado? 

O medo impede se entregar ao amor

Vencer o medo de se abrir é muito difícil e requer paciência, cada palavra e cada gesto conta. A comunicação não verbal também é poderosa, pois muitas vezes o corpo fala antes que a boca, abrindo espaço para que sentimentos maiores sejam compartilhados. O amor se manifesta quando se está em um ambiente seguro em que as emoções podem ser ditas sem medo de julgamento ou rejeição, mas para isso, é preciso acreditar que a vulnerabilidade não é uma fraqueza e sim um sinal de força e confiança.

Reconhecer suas experiências passadas e entender de onde vem esse medo é o primeiro passo para superá-lo, permitindo que o coração comece a se abrir gradualmente. Depois do reconhecimento, é preciso praticar, se permitindo sentir e demonstrar pequenas doses de afeto, cada gesto fortalece a conexão e reduz a ansiedade que antes silenciava o coração. 

Além disso, cultivar a empatia e a atenção ao outro é essencial. No fim, se abrir é uma escolha contínua. Não existe perfeição nos momentos, existe apenas o compromisso com a verdade do sentimento.

demonstrar Afeto é assustador?

Dizer “eu te amo” pode ser libertador, porque conseguimos dar voz ao amor e deixar que ele transborde para fora de nós, mas também pode ser muito assustador, porque essas três palavras nos expõe como nunca, e às vezes nos deixa em uma posição de vulnerabilidade.

Porém, são nos pequenos gestos que vamos nos preparando para as tão temidas palavras, esses detalhes cotidianos mostram que o amor já estava ali sendo vivido muito antes de ser nomeado. No fim, cada palavra pronunciada é um risco, mas também um presente para o outro, quando nos permitimos sentir e expressar, descobrimos que o amor não precisa ser perfeito, apenas verdadeiro. Então não espere o momento perfeito, diga, ame e se arrisque, porque o maior risco não são as palavras ditas e sim aquelas que nunca foram pronunciadas.

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O artigo abaixo editado por Ana Carolina Carvalho.

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Beatriz Calado Damin

Casper Libero '27

Journalism student at Casper Líbero College, passionate about fashion, sports, books, and culture.