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Entenda como a greve dos roteiristas de Hollywood afeta nossas séries favoritas 

The opinions expressed in this article are the writer’s own and do not reflect the views of Her Campus.
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Na terça-feira, dia dois de maio, o sindicato que representa a categoria WGA – Writers Guild of America (Roteiristas de Televisão e Cinema de Hollywood), anunciou, através de um comunicado oficial, que não obteve sucesso com as negociações entre a instituição e os principais estúdios de TV e plataformas de streaming, representados pela AMPTP – Alliance of Motion Picture and Television Producers (Aliança de Produtores de TV e Cinema). O fracasso na tentativa do acordo acarretou na paralisação das atividades dos profissionais, as quais exigem melhores condições de trabalho, aumento de salário e a participação de lucros, além da regulamentação do uso de Inteligência Artificial na produção de roteiros. 

De acordo com o WGA, foram seis semanas de conversas, na tentativa de chegar a um acordo comum, o que não aconteceu. Então, a partir da meia noite do dia 2 de maio, os roteiristas encerraram temporariamente suas atividades, e apesar do curto período de tempo, diversas produções já foram impactadas.

A última vez em que o WGA decidiu paralisar a produção de filmes e séries foi em novembro de 2007, envolvendo mais de 12 mil roteiristas, e durando mais de 100 dias, até meados de 2008. O ocorrido resultou na perda de mais de US$ 2 bilhões para o setor cinematográfico. A cada três anos, o Sindicato pode apresentar à AMPTP novas propostas e demandas de melhoria à categoria, que geralmente se referem a valorização da profissão, além do aumento de salário. Com o avanço da tecnologia e, consequentemente, das plataformas de streaming, que de alguns anos para cá substituem, gradativamente, os canais televisivos tradicionais, a pauta em 2023 é um pouco diferente. 

Streaming: A influência das plataformas digitais 

As plataformas de streaming, como Amazon, Apple TV, Disney, NBCUniversal, Netflix, Paramount, Sony e Warner Bros, representadas pela AMPTP, são parcialmente responsáveis pelas reivindicações dos roteiristas este ano. Isso porque a categoria apresentou, através de um boletim divulgado antes do anúncio da paralisação que, ao longo dos últimos dez anos, o salário dos profissionais caiu cerca de 4%. Ajustada pela inflação, a porcentagem aumenta para 23%, o que expõe a proporção inversa ao aumento do custo de vida nas cidades de Los Angeles e Nova York, cidades que sediam grande parte das produções cinematográficas. 

A diferença no número de episódios entre as séries das plataformas de streaming, que geralmente têm entre 8 e 12 episódios, para as séries transmitidas em TV aberta, que possuem em média 22 episódios, é um fator determinante na redução do salário dos roteiristas, visto que os profissionais recebem menos por produção. Além disso, não há intervalo pré-estabelecido entre uma temporada e outra, deixando os trabalhadores sem saber quanto tempo ficarão nessa pausa.

Saiba quais foram as seis séries já afetadas pela Greve

STRANGER THINGS

Os criadores da série, Matt Duffer e Ross Duffer, anunciaram em suas redes sociais a interrupção nas gravações da última temporada. Os irmãos Duffer, como são conhecidos, ainda manifestaram a esperança de um acordo justo para que os trabalhos possam continuar, mas não deram previsão de retomada da produção. Stranger Things é transmitida na Netflix.

COBRA KAI

Cobra Kai, outra série original Netflix, também teve suas atividades interrompidas em decorrência do anúncio da Greve de Roteiristas de Hollywood. O showrunner do seriado, Jon Hurwitz, publicou em suas redes sociais a respeito da paralisação: “Detestamos entrar em greve, mas se for preciso, entraremos com força. Largamos os lápis na sala dos roteiristas do Cobra Kai. Nenhum roteirista no set”, disse em um fragmento via tweet. Para os fãs, a descontinuação da produção da série acarretará no adiamento da última temporada, que promete um desfecho surpreendente. 

YELLOWJACKETS

Já a co-fundadora da série Yellowjackets, da Paramount+, Ashley Lyle, também manifestou seu apoio à Greve dos Roteiristas de Hollywood, além de afirmar que a produção da série será retomada logo após o estabelecimento de um acordo entre a WGA e a AMPTP.

ABBOTT ELEMENTARY

Brittani Nichols, produtora da série Abbott Elementary, do Star+, em entrevista para o portal Democracy Now, declarou que, se a greve durar, haverá mudança na quantidade de episódios, o que pode ser frustrante para os espectadores.

GREY´S ANATOMY

O sucesso Grey’s Anatomy, disponível no Star+, também pode atrasar e ter seus episódios reduzidos. Em entrevista ao g1, um dos produtores da série, Beto Skubs, afirmou: “Se a greve for longa, vai refletir no tempo de produção dos próximos episódios. Então, pode ser que esta nova temporada de Grey’s Anatomy seja mais curta”. Beto também publicou um post em seu Instagram apoiando a Greve.

HACKS

Por fim, outra série que sentiu os impactos da Greve dos Roteiristas de Hollywood foi a comédia Hacks, da HBO Max, que interrompeu a produção de sua 3ª temporada. De acordo com Jen Statsky, produtora executiva da série, “Estamos arrasados ​​por não estar com nossa incrível equipe e elenco agora, mas não havia outra opção”.

Outras produções afetadas

As primeiras produções afetadas pela Greve dos Roteiristas foram os programas de TV, que têm seus roteiros escritos no mesmo dia ou na mesma semana de gravação, entre eles, Saturday Night Live, The Tonight Show  e  Jimmy Kimmel Live!.

Além disso, alguns filmes também anunciaram a paralisação na produção cinematográfica, como é o caso do filme Blade, da Marvel.

Próximos passos

A partir de agora, séries, filmes e programas de TV aguardam uma nova proposta do AMPTP para que o WGA descontinue a paralisação e retome a criação de produções cinematográficas. Até o momento, não houve acordo entre as partes interessadas e, consequentemente, a greve continua.

O texto acima foi editado por Maria Esther Cortez.

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Amanda Atalaia

Casper Libero '25

Estudante de Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Apaixonada por esportes, cultura, tecnologia, e um pouco mais.