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Felicity Warner / HCM
Culture > Entertainment

Confira os 6 melhores momentos do Brasil no Oscar

The opinions expressed in this article are the writer’s own and do not reflect the views of Her Campus.
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Neste domingo (2) ocorrerá a 97ª edição da maior premiação da indústria audiovisual, o Oscar, e o Brasil está com um filme indicado para não uma, não duas, mas TRÊS categorias. Ainda Estou Aqui tem feito sucesso dentro e fora do país, assim como Fernanda Torres, protagonista do filme, que ganhou o Globo de Ouro na categoria “Melhor Atriz”, competindo com grandes nomes de Hollywood

O filme brasileiro está indicado a “Melhor Filme Internacional”, “Melhor Atriz” (Fernanda Torres) e “Melhor Filme”, sendo a terceira indicação inédita para o país. Mas essa não é a primeira vez do Brasil na premiação e hoje vamos listar esses momentos marcantes. Quem sabe você termine esse texto querendo ver algum desses filmes nacionais indicados?

Orfeu Negro ou Orfeu do Carnaval (1959), de Marcel Camus

Esse primeiro já é meio debatível por ser uma coprodução, mas foi um grande marco, já que foi a primeira vez que o Brasil entrou em contato com a premiação americana. O filme ítalo-franco-brasileiro é uma adaptação de uma peça de Vinícius de Moraes, inspirada no mito grego de Orfeu e Eurídice. Orfeu Negro ganhou na categoria “Melhor Filme Estrangeiro” em 1960, representado pela França, e foi o primeiro filme em língua portuguesa a ganhar uma estatueta do Oscar.

Além disso, a produção também ganhou um Globo de Ouro em “Melhor Filme Estrangeiro” e o Palma de Ouro em Cannes. O filme estaria na Prime Vídeo, mas no streaming consta que não está disponível na localidade.

A história é sobre Orfeu (Breno Mello), que se apaixona no Carnaval por uma jovem do interior chamada Eurídice (Marpessa Dawn). O belo amor de Orfeu por Eurídice, no entanto, desperta a ira de sua ex-noiva, Mira (Lourdes de Oliveira), e a Morte (Adhemar da Silva) acompanha tudo de perto.

O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte

Esse filme, baseado em uma peça de mesmo nome de Dias Gomes, foi o primeiro totalmente brasileiro a ser indicado a “Melhor Filme Estrangeiro” no Oscar. Infelizmente, perdeu para Sempre aos Domingos, filme francês, dando início a uma série de filmes “esnobados” pela Academia. Pelo menos, a produção ganhou o Palma de Ouro em Cannes, além de outras premiações. O longa está disponível no Globoplay ou na Prime Vídeo para alugar.

Zé do Burro (Leonardo Villar) e sua esposa, Rosa (Glória Menezes), vivem em uma pequena propriedade perto de Salvador. Um dia, o burro de estimação de Zé é atingido por um raio e ele acaba indo a um terreiro do Candomblé, onde faz uma promessa a Santa Bárbara para salvar o animal. Com a volta do bicho, Zé põe-se a cumprir a promessa e doa metade de seu sítio, para depois começar uma caminhada rumo a Salvador, carregando nas costas uma imensa cruz de madeira.

 O Quatrilho (1995), de Fábio Barreto

Baseado no livro de mesmo nome escrito por José Clemente Pozenato, este filme foi indicado a “Melhor Filme Estrangeiro” no Oscar e, apesar de não ter vencido, ganhou em outras premiações, como no Festival de Havana, onde faturou as categorias de “Melhor Trilha Sonora”, composta por Caetano Veloso com arranjos de Jaques Morelenbaum, “Melhor Atriz” (Glória Pires) e “Melhor Direção”.

Uma curiosidade interessante é que o filme chegou ao Oscar por empenho da família Barreto. Lucy Barreto e Luiz Carlos Barreto gastaram US$ 30 mil do próprio bolso para pôr o longa em festivais norte-americanos para chegar aos votantes da Academia. O filme está disponível na Globoplay.

A história se passa no Rio Grande do Sul, em 1910. Em uma comunidade rural de imigrantes italianos, dois casais vão morar juntos para sobreviver. Mas com o tempo, a esposa (Patrícia Pillar) de um (Alexandre Paternost) se interesse pelo marido (Bruno Campos) de outra (Glória Pires), e o amor é recíproco. Após algum tempo, os dois amantes decidem fugir e recomeçar a vida, deixando para trás seus respectivos parceiros.

O Que É Isso, Companheiro? (1997), de Bruno Barreto

Curiosamente incluindo o casal de Ainda Estou Aqui, Fernanda Torres e Selton Mello, no elenco, esse filme foi igualmente indicado a “Melhor Filme Internacional”, mas não levou o Oscar para casa. A obra é uma adaptação do livro homônimo de Fernando Gabeira, e está disponível na Prime Vídeo e no YouTube.

Esse filme conta uma história ficcional baseada em um acontecimento real, o sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil por integrantes de um grupo de guerrilheiros contra a ditadura militar no final dos anos 60.

Central do Brasil (1998), de Walter Salles

Realmente uma parceria de anos! A famosa produção conta com Fernanda Montenegro como protagonista, em um filme também dirigido por Walter Salles, diretor de Ainda Estou Aqui, então não é nem necessário dizer quanto a produção tem paralelos históricos com o agora indicado triplamente ao Oscar.

Fernanda ganhou o Globo de Ouro, tornando-se a primeira brasileira a realizar o feito, e foi indicada à “Melhor Atriz” no Oscar, perdendo (injustamente, diga-se de passagem) para Gwyneth Paltrow. O filme ganhou muitas outras premiações, como o BAFTA de “Melhor Filme Estrangeiro”, o Los Angeles Film Critics para Fernanda Montenegro, entre outros. Está disponível na Globoplay, Netflix, Apple TV e na Prime Vídeo, sendo possível alugar no Youtube e Google Play.

Nesse filme, a ex-professora, Dora (Fernanda Montenegro), escreve cartas para os analfabetos. Por uma reviravolta do destino, ela acaba por entrar em uma jornada com um garoto (Vinícius de Oliveira) para ajudá-lo a encontrar seu pai.

Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles e Kátia Lung

Cidade de Deus foi o único filme brasileiro a receber mais indicações ao Oscar, sendo elas “Melhor Edição”, “Melhor Direção”, “Melhor Roteiro Adaptado” e “Melhor Fotografia”, mas não levou nenhuma estatueta para casa.

Ainda assim, a produção ganhou muitas outras premiações em diferentes categorias, como no Festival de Havana, Writer’s Guild of America Awards e o BAFTA. O filme foi até selecionado pela Writer’s Guild of America West and East como um dos “101 Maiores Roteiros do Século 21 (até agora)”, publicado em 2021, e é o único brasileiro a aparecer. O longa está disponível na Netflix.

O filme conta a história de Buscapé (Alexandre Rodrigues). Através das lentes de sua câmera, com seu talento como fotógrafo, ele analisa o cotidiano da Cidade de Deus, favela carioca conhecida por sua violência, enquanto Zé Pequeno (Leandro Firmino) ganha cada vez mais influência e se torna chefe do tráfico da região. 

Espero que essa lista tenha te ajudado a entrar mais em contato com o cinema nacional, e da próxima vez que você encontrar uma pessoa com síndrome de vira-lata dizendo que “filme brasileiro não presta”, mostre esse texto a ela! 

O nosso cinema e a nossa arte estão cada vez mais sendo reconhecidos dentro e fora do país, por sua beleza e por sua essência. Ainda temos muitas histórias para contar. Que venham muito mais filmes e premiações, e viva a arte nacional! 

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O artigo acima foi editado por Julia Pujar.

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Giovanna Trizolini

Casper Libero '25

Cásper Líbero - Rádio Tv e Internet Autora independente, futura roteirista (Brazilian, independent author, future screenwriter)