Conhecido por seus retratos de figuras históricas da vida real e o primeiro herói negro como protagonista nas telonas, Chadwick Boseman faleceu vítima de um câncer cólon dia 28 de agosto deste ano e deixou um legado histórico.
Chadwick, não apenas deu vida a personagens com histórias importantes, como também foi um deles. Nascido e criado na Carolina do Sul, filho de afro-americanos, desde cedo começou nas artes cênicas, escrevendo e encenando sua primeira peça no primeiro ano do ensino médio, em 1995.
Mais tarde estudou na Universidade de Howard em Washington D.C, no curso de artes plásticas, o qual teve como sua mentora a atriz Phylicia Rashad. Ela, alguns colegas de classe e um doador anônimo (mais tarde revelado sendo o astro Denzel Washington) se juntaram para arrecadar fundos para participar do Oxford Mid-Summer, programa da British American Drama Academy, em Londres, ao qual eles foram aceitos. Anos depois Boseman voltou para os Estados Unidos e se mudou para o Brooklyn.
No início de sua carreira estrelou alguns episódios de séries, como Law & Order e CSI: NY, mas o seu primeiro grande papel veio como o jogador de baseball Jackie Robinson, no filme 42: A História de uma Lenda. O longa retrata a carreira do jogador e sua luta ao querer ser o primeiro negro a disputar o campeonato, Major League, o que faz com que Rodinson tenha enfrentado o racismo existente não apenas da torcida e da diretoria, mas também dentro dos campos.
Outro grande filme de Chadwick foi Get on up. Nele, Chadwick interpretou a biografia do cantor, dançarino e compositor James Brown, passando por sua infância pobre na Carolina do Sul, a adolescência até seu alcance ao estrelato, que o transformou em uma das fugiras mais importantes da música para o século 20.
Por mais que Chadwick Boseman já estivesse envolvido no mundo da fama, tudo mudou ao aceitar o papel do grande herói da Marvel, o Pantera Negra. O protagonista teve sua primeira aparição no filme Capitão América: Guerra Civil, e dois anos ganhou um filme solo, que foi sucesso de bilheteria.
O longa metragem de sucesso mundial conta a história de um herói africano que vive em um país isolado, rodeado por tecnologia avançada. T’Challa, um jovem príncipe prestes a assumir o trono deixado por seu pai tem a responsabilidade de receber os poderes do herói Pantera Negra, que é passada de geração a geração.
Pantera Negra é mais que apenas um filme de herói, ele discute temas importantes que, em geral, são deixados de lado pela sociedade, como o racismo estrutural e emancipação feminina. Além disso o filme valoriza as particularidades culturais e históricas dos povos africanos para além dos estereótipos. Já era tempo de Hollywood realizar uma produção em que não só a maioria dos atores são negros, como também a maior parte da equipe. Chadwick, o rei de Wakanda, contribuiu para transformação da representatividade no cinema mundial e na vida de diversas pessoas negras.
“Eu entrei em Rádio, TV e Internet no ano que foi lançado o filme do Pantera Negra e, quando eu fui ao cinema assistir sabia que tinha entrado no ramo certo, porque assim como Chadwick Boseman, eu quero revolucionar a indústria do audiovisual e trazer mais o protagonismo negro” relata Artur dos Anjos, membro da Africasper, coletivo negro da Faculdade Cásper Líbero.
“Bom, o Chadwick Boseman não foi somente o ator responsável por interpretar T’Challa, muito mais do que isso, deu vida ao Pantera Negra. Mostrou sua lealdade, prosperidade e amor ao trabalho e ao nosso povo. Ao longo do filme somos todos encantados: crianças, jovens, adultos e idosos. É muito bom se ver, ter contato com a ancestralidade e esse poder que Pantera Negra nos transmite. O filme nos dá além de referências, motivos para nos orgulharmos. WAKANDA FOREVER!” enfatiza Cláudio Oliveira, estudante de direito da faculdade UEL.
Após o anúncio da morte de Boseman o mundo parou para prestar homenagens ao grande ator que sempre esteve contribuindo e ajudando no legado da luta antirracista. Muitos parceiros das telonas prestaram homenagens.
- “Queria Que Tivéssemos Mais Tempo”
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Com uma carta aberta de Michael B. Jordan, ator que contracenou com ele em Pantera Negra, fez um tributo ao seu amigo.
- “Para o Meu Irmão”
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A atriz Letitia Wright, interpreta Shuri, irmã de T’Challa, publicou um poema em vídeo para homenagear Chadwick. Acompanhada da mensagem “Para meu irmão”, o vídeo traz imagens de natureza e ao fundo, Wright recita um poema recordando momentos com o ator.
- “Seu Sorriso Contagiante, Seu Talento Irreal”
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Angela Bassett, atriz que interpreta a mãe do personagem de Boseman também faz sua homenagem e compartilha lembranças dos dois juntos.
A Marvel também prestou sua homenagem ao grande rei de Wakanda e ao eterno pantera negra.
O incrível e talentoso ator pode não estar mais entre nós, mas seu legado será levado adiante, nunca esqueceremos o símbolo que se tornou. O cumprimento dos guerreiros de Wakanda se transformou em um gesto universal, aliás, usado para homenagear o ator Chadwick Boseman.
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The article above was edited by Vivian Souza.
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