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“Todas As Mulheres Do Mundo”: Arriscada, Mas Apaixonante

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Apaixonado, é assim que Paulo se define ao longo de toda a trama da série que estreou no dia 23 de abril no serviço de streaming da Globo. Com um texto que se aproxima de roteiros teatrais, “Todas as Mulheres do Mundo” é baseada na obra de mesmo nome escrita na década de 1960 pelo autor, diretor e dramaturgo Domingos Oliveira, que morreu em março de 2019. O personagem central, interpretado por Emílio Dantas, é o símbolo de um homem de mente poética, de paixões intensas, mas de traços que remetem a um machismo ultrapassado (ainda que comum).

No enredo, ele se apaixona perdidamente por Maria Alice (Sophie Charlotte), que cruza seu caminho numa festa de Natal e acompanha seus pensamentos desde então. Após algum tempo de romance, ela o deixa (fique tranquilo, meu amigo leitor, isso não é de forma nenhuma um spoiler) e, a partir de então, Paulo se vê perdido e sozinho, sentimento que o leva a preencher o vácuo deixado em seu peito com outras várias mulheres, que o conquistam com a mesma rapidez com que são esquecidas. Cada um dos 12 episódios, que dura cerca de 40 minutos, gira em torno de uma dessas mulheres com quem ele se envolve, quase como uma crônica. Todos, no entanto, são guiados por um fio em comum: a busca incansável por alguém que o faça esquecer Maria Alice, seu grande amor.

Um dos grandes fortes da série, além do elenco fantástico, que será mais abordado algumas linhas adiante, é a trilha sonora – que você pode ouvir neste link. Cada parte da narrativa é acompanhada por uma trilha interpretada por uma artista diferente da música brasileira. Para a lista, entram nomes como: Marisa Monte, Elis Regina, Rita Lee, Maria Bethânia, Alcione, entre muitas outras musas da MPB. Para os amantes do gênero, é quase uma isca irresistível, com uma obra-prima atrás da outra ao longo de cada episódio.

A personalidade de Paulo, sempre movida pela paixão, seja pelas mulheres, pela liberdade ou pelo próprio amor, pode ter reações bem distintas em quem assiste a série: ou você irá se apaixonar ou irá odiá-lo. Ele trata tudo em sua vida como poesia, até mesmo as canalhices que comete. Por causa disso, ao assistir os primeiros episódios, é completamente compreensível que o espectador se incomode (digo ‘primeiros’, porque a partir do meio da trama o público até se acostuma com as constantes traições). Mesmo assim, as mulheres que cruzam seu caminho, fortes e interessantes, cada qual à sua maneira, tornam a trama muito mais cativante. Sem falar dos coadjuvantes Cabral e Laura, melhores amigos de Paulo, que são brilhantemente interpretados por Matheus Nachtergaele e Martha Nowill. Tão únicos e interessantes quanto o protagonista, cada um com seus conflitos individuais, eles são capazes de emocionar verdadeiramente o espectador.

Seja como for, a aposta da produção é trazer temas sensíveis para o debate, de modo que cada episódio, além de apresentar uma nova personagem e uma cantora célebre, traz uma reflexão sobre um tema polêmico acerca da noção de amor: solidão, monogamia, identidade de gênero, sexualidade, felicidade. Frases impactantes e provocações que desafiam os preconceitos do espectador tornam a experiência de assistir ‘Todas as Mulheres do Mundo’ muito mais sensível e transformadora. É um movimento inovador e até pretensioso que, apesar de ir de encontro com o que o público fiel da Globo está acostumado a assistir – ou talvez, até por isso mesmo –, acaba dando muito certo.

Se você ainda está em dúvida se vale a pena assistir, dá uma olhada aqui embaixo:

A ideia da série

Bom, nada mais atrativo do que um trailer, não? Aqui dá pra sentir um pouco da poesia que estávamos comentando.

Falas marcantes

Olha só as frases de efeito… Isso é só uma amostra, na série tem muuuito mais, pode ficar tranquilo.

A opinião de quem participou

Essa é pra quem, como a gente do Her Campus, já ficou fã e quer entender melhor o processo por trás das câmeras. Tem até pocket show de algumas das cantoras que participaram!

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A matéria acima foi editada por Bruna Sales

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Giulia Gianolla

Casper Libero '22

A curious, sociable, little journalist with a passion for series and musical theater.
Giovanna Pascucci

Casper Libero '22

Estudante de Relações Públicas na Faculdade Cásper Líbero que ama animais e falar sobre séries.