O SP Open se encerrou neste domingo (14) com as vitórias de Tiantsoa Rakotomanga Rajaonah, que conquistou o título de simples ao vencer Janice Tjen por 6/3 e 6/4, e da dupla Luisa Stefani e Timea Babos, que ficaram com o título de duplas ao derrotar Ingrid Martins e Laura Pigossi por 4–6, 6–3, [10–4].
O torneio recolocou São Paulo no cenário do tênis profissional feminino, marcando o retorno da elite do circuito mundial de tênis feminino à capital paulista após um intervalo de 25 anos. Essa é uma nova fase para o esporte na cidade, agora com estrutura moderna e visibilidade internacional.
Como foi o evento?
Sediado no Parque Villa-Lobos, na Zona Oeste da cidade, o campeonato aconteceu entre os dias 6 e 14 de setembro, reuniu 32 jogadoras na chave principal de simples e 16 duplas, em partidas disputadas em quadras rápidas. O evento teve entrada gratuita para o público e ofereceu uma programação que vai além das quadras, com ativações culturais, gastronômicas e espaços interativos para os fãs.
Organizado em parceria com a WTA (Associação de Tênis Feminino) e com apoio de patrocinadores nacionais, o SP Open surge para consolidar o Brasil como uma nova vitrine do tênis feminino mundial. A competição ganhou destaque por atrair nomes importantes do cenário nacional, como Beatriz Haddad Maia, principal tenista brasileira da atualidade, além de abrir espaço para jovens promessas e medalhistas olímpicas.
destaques do sp open
Entre os principais nomes do torneio, estava Beatriz Haddad Maia, atual número 1 do Brasil e ranqueada entre as 20 melhores do mundo. Contudo, a tenista brasileira perdeu a chance de conquistar um título em casa ao ser derrotada ainda nas quartas do simples para a mexicana Renata Zarazua.
Com isso, a francesa de apenas 19 anos, Tiantsoa Rajaonah surpreendeu a todos ao superar as favoritas e conquistar o título de simples. Outra jovem tenista que também se destacou foi Naná Silva, que venceu a primeira partida ao nível WTA da carreira aos 15 anos.
Sensações brasileiras
O SP Open também abriu espaço para o surgimento de sensações brasileiras. Entre elas, as jovens Victória Barros e Nauhany Silva, que receberam convites para estrear em um torneio WTA. Apesar da pouca idade, ambas demonstraram personalidade e maturidade em quadra, com atuações que encantaram o público e geraram expectativa sobre o futuro do tênis nacional.
Além delas, nomes já consolidados como Luisa Stefani e Laura Pigossi, medalhistas olímpicas de Tóquio 2020, marcaram presença, assim como Carolina Meligeni Alves e Ingrid Martins, reforçando a força do Brasil também nas duplas. A mistura entre experiência e juventude criou um ambiente rico em aprendizado e representatividade.
impacto para são paulo
A realização do SP Open não se limitou ao âmbito esportivo: São Paulo colheu frutos imediatos com a chegada do torneio. O Parque Villa-Lobos, conhecido por ser um dos espaços mais frequentados da zona oeste, ganhou um novo protagonismo como centro esportivo e cultural, atraindo turistas, jornalistas e equipes técnicas de diferentes partes do mundo.
Esse movimento repercutiu diretamente no comércio local, especialmente em bares, hotéis e restaurantes, que registraram aumento no fluxo de clientes. A combinação entre esporte, lazer e turismo reposicionou a capital como um polo preparado para receber competições internacionais.
No campo da comunicação, o impacto também foi notável. A presença de transmissões em plataformas digitais e canais esportivos especializados garantiu que o torneio alcançasse uma audiência global. Além de projetar o tênis brasileiro, o evento reforçou a imagem de São Paulo como cidade cosmopolita e multifuncional, capaz de abrigar tanto grandes festivais culturais quanto torneios esportivos de alto nível. Para especialistas, essa visibilidade internacional pode abrir portas para a capital voltar a integrar permanentemente o calendário de grandes eventos esportivos.
Inclusão e diversidade
Um dos diferenciais do SP Open foi a atenção dada à inclusão e à diversidade, aspectos muitas vezes negligenciados em eventos esportivos. A organização implementou medidas de acessibilidade, como rampas, sinalizações adaptadas e tradução em Libras em pontos estratégicos. Essas iniciativas permitiram que pessoas com diferentes necessidades participassem da experiência, reforçando o compromisso do torneio em se tornar um espaço democrático.
Outro ponto simbólico foi a presença de meninas de projetos sociais de tênis nas arquibancadas, muitas delas em contato pela primeira vez com um torneio internacional. Para essas jovens, o evento representou mais do que um espetáculo: foi um momento de inspiração e pertencimento.
A abertura do tênis para públicos historicamente excluídos amplia o alcance do esporte e desafia sua imagem elitista. Nesse sentido, o SP Open se posiciona não apenas como um torneio de alto rendimento, mas como um agente de transformação social, capaz de promover representatividade e inclusão através do esporte.
Força das duplas
Embora os torneios de simples concentrem boa parte da atenção midiática, o SP Open também ofereceu um palco de destaque para as duplas femininas, uma modalidade que exige habilidades complementares e trabalho em equipe.
O desempenho de Luisa Stefani e Ingrid Martins chamou atenção pela consistência técnica e pelo entrosamento, características que as colocam entre as principais esperanças do Brasil em competições internacionais. Suas partidas foram marcadas por inteligência tática e sincronismo, elementos que encantaram tanto especialistas quanto torcedores casuais.
legado para o tênis nacional
Com entrada gratuita e uma ampla programação cultural no entorno, o SP Open aposta em ser mais do que um evento pontual. Segundo a organização, o objetivo é transformar o torneio em uma plataforma de desenvolvimento e inspiração para o tênis feminino brasileiro, algo que vem sendo reforçado pelas boas atuações em quadra e pelo interesse crescente do público.
Enquanto os jogos seguem em ritmo acelerado rumo às semifinais, o legado do SP Open já começa a se desenhar: um espaço de protagonismo para as mulheres no esporte, visibilidade para novas gerações e o início de uma tradição que pode recolocar o Brasil no calendário fixo da elite do tênis mundial.
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O artigo acima foi editado por Carol Malheiro.
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