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This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Não é de hoje que a Pixar lança a proposta de filmes que nos faz refletir de uma forma alegre. Após o boom dos filmes Divertida Mente (2015) e Viva – A Vida É uma Festa (2017), em 25 de dezembro de 2020, o serviço de streaming Disney+ disponibilizou o filme “Soul’, que foi capaz de surpreender ainda mais os amantes de animação, com uma narrativa que enriquece nossas vidas espiritualmente.

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Photo by Mika Baumeister from Unsplash
No novo sucesso de Pete Docter (também diretor de Divertida Mente, Up: Altas Aventuras, e Monstros S.A.) acompanhamos a longa jornada de Joe Garden, primeiro protagonista negro de um filme da Pixar, um professor de meia idade, que tem a música como principal e, por muitas vezes, único objetivo de vida. Inspirando-se em seu pai, ele tem o sonho de se tornar um pianista reconhecido de alguma banda de jazz e, depois de muitos fracassos, ele recebe um convite, de um de seus antigos alunos, para tocar em um clube com Dorothea Williams, uma famosa saxofonista. Esse evento seria a grande oportunidade de Joe mudar de vida, isto é, deixar a carreira de professor, da qual ele não estava satisfeito há tempos, e, finalmente, ser reconhecido por sua arte.

Porém, o grande “plot twist” do filme acontece quando, no dia da importante apresentação, Joe Garden, envolvido por felicidade e animação extremas, acaba não prestando atenção ao atravessar a rua e cai em um bueiro destampado, entrando em estado de coma. Então, ele se perde de seu corpo e sua alma se depara em uma esteira que o levaria para o além-vida. Inconformado com a sua morte precoce, justo no dia em que teria sua oportunidade de ouro, Joe corre contra a forte luz branca que decretaria seu fim, conseguindo, assim, escapar daquela dimensão, caindo no plano espiritual em que novas almas são formadas para chegarem à Terra, onde ele recebe a função de ser tutor de 22, uma alma que ainda não encontrou uma missão que a fizesse querer viver.

Nesse momento, Joe percebe que essa alminha era a grande chance de conseguir sua vida de volta, já que, assim que 22 achasse sua missão, um cartão de passe seria disponibilizado para ela ir para a Terra e, como não era de seu desejo, tal bilhete seria dado ao professor sem hesitar, já que a menina também seria beneficiada, se livrando da necessidade de se tornar humana. A partir desse encontro de almas, eles começam, juntos, a procurar um propósito para 22 e, durante esse percurso, cheio de obstáculos e descobertas, eles acabam se conectando e refletindo que o importante na vida não são os grandes feitos e sim os pequenos detalhes que dão sentido à nossa existência.

Não podemos deixar de notar, então, que o filme consegue transitar por diversas emoções sem causar nenhum tipo de estranhamento, mas isso só ocorre porque muitas técnicas de animação foram utilizadas com maestria pelo diretor Pete Docter. Dentre elas, cabe destacar os recursos iluminatórios de “Soul”, que são de tirar o chapéu. Quando o protagonista toca seu instrumento favorito, as luzes em seu entorno começam a brilhar de maneira tão intensa e natural, que os telespectadores se envolvem com a cena e sentem a profundidade que a música desperta em Joe.

Dessa forma, com muita leveza e descontração, “Soul” nos conecta com nossos sentimentos, nos faz refletir sobre o porquê de sermos quem somos e, com isso, aprendemos a dar valor àquilo que acaba passando despercebido em nosso dia a dia. Muitas vezes, na correria de uma vida agitada, sempre tentando nos destacar naquilo que acreditamos ser o nosso propósito, deixamos de lado os momentos mais simples, porém, essenciais para a nossa alma, os quais foram vividos por Joe e 22 ao longo de suas aventuras e os fizeram se apaixonar pela própria existência. 

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O artigo acima foi editado por Laura Ferrazzano

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Antonia Oliveira

Casper Libero '24

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