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Quem é Fidel Forato? Conheça o Aluno de Jornalismo

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Nome completo: Fidel Zandoná Forato

Data de nascimento: 12 de março de 1997

Idade: 20 anos

Onde nasceu: Amparo, interior do estado de São Paulo

Curso: Jornalismo

Ano de formação: 2018

Por que resolveu se mudar para São Paulo?

O motivo principal da minha mudança para São Paulo foi cursar Jornalismo. Eu tinha algumas faculdades perto da minha cidade natal, e eu também tinha passado na UnB, em Brasília, e na UFMG, em Minas Gerais. Mas acabei conversando com os meus pais e a gente definiu que a melhor opção era São Paulo.

Fidel apresentando programa “Edição Extra” da TV Gazeta

Sempre quis essa mudança?

Sempre quis sair de Amparo e me mudar para São Paulo ou para outra cidade. Na minha cabeça, sempre foi São Paulo. Eu contava os dias no meu Ensino Médio pensando em quando eu iria me mudar, quando eu iria fazer essa grande mudança da minha vida.

Como era a vida na sua cidade natal?

Era ok. Não era nada ruim, horroroso ou ‘eu vou morrer’. Eu só não gostava da escola, principalmente do Ensino Médio, não por causa dos meus amigos, mas pelo conteúdo. Eu não conseguia suportar estar vivo em uma aula de Química, de Física ou de Matemática. Eu também não aguentava aquela pressão com a história do vestibular. E era só isso: vestibular, vestibular e vestibular o tempo todo, embora eu quisesse prestar para ir embora daquela cidade.

Também estudei no mesmo colégio a vida toda praticamente, com as mesmas pessoas, com pessoas cujos pais eu conhecia e isso era bem chato. Todo mundo conhece toda a narrativa da sua vida. Isso era bem ‘bad’.

O que mais te atraiu na vida paulistana?

Foi poder fazer um recomeço. Eu conhecia todo mundo e todo mundo me conhecia em Amparo. É difícil se reinventar nessa condição. Eu vim para São Paulo para descobrir qual era a minha história e a história que eu queria contar para as pessoas. Então, a vida paulistana me faz descobrir as minhas potencialidades, com o que de fato eu sonho e o que eu sou capaz de fazer.

FIdel em sua participação no programa “Vem Comigo” com Goulart de Andrade

O seu nome é, no mínimo, curioso! Você sempre gostou dele?

Meu nome é bem diferente. A princípio, eu não gostava dele porque eu achava diferente demais. Quando a gente é mais jovem, tudo o que queremos é passar despercebido. E meu nome sempre chamava a atenção e rolava piadinhas do tipo: “Fidel Castro?”. E eu não gostava. Mas, hoje em dia, já estou acostumado com isso e não me incomoda mais.

Seus pais deram esse nome por algum motivo em especial?

Tenho duas histórias recorrentes acerca do meu nome. A primeira história é porque os meus pais queriam, de fato, um nome diferente. Na minha família, meu pai e meu avô se chamam Antônio. Minha mãe é a Roberta, meu avô se chama Roberto e meu tio também se chama Roberto. De alguma forma, eles queriam um nome diferente para mim.

Ao mesmo tempo, existe a segunda história, que é por causa do Fidel Castro. O nome Fidel representa o símbolo de uma juventude que quis reescrever a história do mundo, da humanidade a sua maneira. Bem profundo, não é? Então, sim, acaba sendo uma homenagem ao Fidel Castro.

O que te fez escolher o Jornalismo?

O motivo da escolha pelo Jornalismo foi poder contar histórias e descobrir as coisas. Eu sempre fui uma pessoa muito curiosa, sempre gostei muito de aprender. Estar ali observando, de olho em tudo, conversando com as pessoas. Embora eu seja um pouco tímido e introspectivo com quem eu não conheço, essa vontade de querer conhecer e descobrir sempre me guiou. Talvez tenha sido esse o verdadeiro motivo pelo qual eu segui o Jornalismo. E esse motivo tem me feito reavaliar as escolhas que faço até hoje.

Você também percorreu, no passado, um caminho pelo mundo das Artes Cênicas. Qual era a sensação de estar no palco atuando?

É uma sensação maravilhosa. Você recebe muita energia e é uma troca muito grande entre você e a plateia. Enquanto a plateia espera alguma coisa do ator, o ator também espera a reação e o jogo com a plateia. Eu sinto falta disso, mas acabei indo por caminhos, aqui em São Paulo, que me distanciam disso.

O teatro é uma arte que exige muito tempo. E temporariamente, tempo é uma coisa que eu não tenho. Mas eu sinto muita falta disso, de poder viver outras vidas e estar em outras situações diferentes da minha. É algo muito enriquecedor!

Ainda sobre o teatro, teve algum personagem que te marcou mais?

Todo personagem, quando bem vivido, te transforma de alguma forma. Você se coloca no lugar do outro e vive aquele papel. Não saímos impune do teatro. É algo que te transforma.

Um dos personagens que mais me marcou foi o Bentinho, de Dom Casmurro, um dos primeiros papeis que eu vivi. E a situação do Bentinho na infância é muito bacana. A mãe queria que ele fosse padre e ele não queria. E quando a gente tem os nossos 15 anos é muito fácil entrar em conflito com a mãe. Foi algo muito especial para mim e que me ajudou a trabalhar bastante coisa.

No início do ano passado (2016), você realizou um intercâmbio para Vancouver, no Canadá. Como foi a experiência?

Foi uma experiência muito relevante para a minha formação. A gente brinca que o Brasil é um país multicultural, mas eu fui para Vancouver, no Canadá e lá, por exemplo, as placas são escritas em três idiomas, em inglês, chinês e francês. Não são todas assim, mas a maioria delas. A gente se diz um país multicultural, mas eles são muito multiculturais na minha visão. Ter consciência de outro país que vive uma realidade bem parecida com a nossa nesse sentido foi muito marcante para mim.

Eu estive no Dia da Independência deles, o Canada Day, e todas as nações que fazem parte da história do Canada desfilam, cada uma valorizando a sua cultura, mas ao mesmo tempo vivendo em harmonia, a medida do possível. Esse convívio harmônico é muito bacana. Existe uma confluência de culturas de uma maneira bem mais marcada do que no Brasil, pelo menos a partir do que eu vejo na minha realidade.

Você já foi muito elogiado nos corredores da Cásper pelo seu estilo de se vestir. Você se interessa por Moda?

Sim, eu gosto muito de Moda e me interesso bastante pela área. Inclusive eu estagio na área. Faço assessoria de imprensa voltada para a moda internacional. É um mundo muito diferente. Brincar de se vestir é brincar de dizer o que eu quero ser hoje. É uma escolha consciente e muito bacana.

Como é estar se lançando na internet com o projeto de um blog?

As pessoas têm muito preconceito em relação a isso. Acho que é uma área que pode ser muito explorada. Eu estou desenvolvendo o “Camisa Jeans”, que é uma iniciativa nova. Busco uma linguagem muito jovem e quero alcançar os universitários mesmo. Mais do que a superficialidade do blog, o site quer se aprofundar em algumas matérias e reportagens de fôlego. 

Você foi e ainda é membro da Congregação da Cásper Líbero pelo segundo mandato seguido. Como você define essa experiência?

A princípio, eu estava muito entusiasmado em participar. Achei que era um espaço no qual eu poderia representar os alunos e dar voz a eles. Só que os sonhos são exatamente o que nome já diz: sonhos! Eu descobri, no final, que a faculdade é uma instituição muito burocrática. Ao mesmo tempo em que temos os alunos resistindo, a gente não tem voz nem autonomia para nada. Então, foi uma grande decepção participar dos movimentos estudantis da Cásper. Você vai com a intenção de mudar alguma coisa, de fazer alguma coisa, mas você descobre que não, que não é nada ali dentro. E mesmo como aluno você não é representado. Isso é muito difícil.

Terceiro ano da faculdade: vida adulta se aproxima! Bate um medo, uma curiosidade?

A vida adulta de vez, o fim da mesada… Tudo isso dá um medo! Mas também existe uma vontade muito grande de ver como isso vai acontecer. Porque aquele Fidel que saiu de Amparo não queria fazer faculdade. Ele queria viver em São Paulo. Eu acho que essa é a prova final.

Não sei o que vai acontecer. Eu tenho expectativas positivas, mas também não é “vou ser o William Bonner” ou “vou ser assessor de imprensa da Bruna Marquezine e do Neymar”. Não é isso, não precisa ser uma superestrela. Mas eu espero seguir a minha carreira, continuar com os meus valores e permanecer em São Paulo, resistindo. É isso o que a gente faz de melhor!

Como você se imagina daqui a alguns anos?

É um exercício que eu tento fazer diariamente, mas quase nunca consigo chegar a uma resposta. Várias áreas me interessam muito. O Jornalismo em si me interessa muito, a área de Relações Públicas me instiga muito. É difícil ver como exatamente eu vou chegar lá ou como eu vou estar daqui a 10 anos. Mas, antes de tudo, eu quero ser uma pessoa de bem comigo mesmo. Quero acordar de manhã e pensar “o que eu faço faz diferença, pelo menos para alguém”. Acho que se eu tiver esse sentimento e estiver me sustentando, ganhando o meu dinheiro, obviamente, vou ser uma pessoa feliz e realizada de alguma forma.

Papo reto

Uma comida: chocolate.

Um passatempo: ler um bom livro.

Um livro: “Os Maias”, Eça de Queirós.

Um filme: “Laerte-se”.

Uma peça de roupa: jaqueta jeans (que combina com tudo).

O Fidel de hoje em uma frase: Alguém tentando chegar lá e, “lá” muda a todo o momento, mas a caminhada é constante.

Edição: Marcela Schiavon

Giovanna Pascucci

Casper Libero '22

Estudante de Relações Públicas na Faculdade Cásper Líbero que ama animais e falar sobre séries.