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“The Post: A Guerra Secreta”: Regras Foram Feitas Para Serem Quebradas

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Em anos nos quais estendem instabilidades e incertezas políticas, cenários emblemáticos e figuras icônicas no poder, nasce The Post: A Guerra Secreta. Dirigido pelo renomado diretor Steven Spielberg e estrelando atores de gigantesco renome, como Meryl Streep, Tom Hanks e Bob Odenkirk, o filme faz um preciso recorte histórico dos acontecimentos que cercavam o âmbito político e jornalístico dos Estados Unidos na década de 60, no auge da Guerra do Vietnã.

Estabelecido o pano de fundo caótico e incessante das principais redações de jornais estadunidenses daquela época —  como The Washington Post e The New York Times —, correrias, digitações e pautas a todo vapor, são impostas situações de extrema delicadeza, o que traz ao filme um contraste de cenas, balanceadas entre conflitos internos de seus personagens indo até conflitos que colocam na linha a integridade do governo americano.

É brilhante como a obra se faz tão atemporal, ecoando no meio jornalístico até seus dias atuais, em criticar a si mesma. Conflitando o primeiro ato do filme com sua segunda metade, são expostas atitudes que evidenciam como imprensa não traduz transparência, tampouco santidade, sempre a pendurar-se no limite da ética visando o furo noticioso e possíveis favorecimentos a figuras de grande importância e, logo após, uma defesa incontrolável pelo direito de publicação e “heroísmo” da imprensa acima de quaisquer interesses governamentais.

Foto: Copyright Twentieth Century Fox France

Os personagens também vestem os conflitos do filme, como Ben Bradlee (Tom Hanks). Inicialmente um mero espião da concorrência, sempre atrás do furo que traria a reputação do The Post ao seu auge, e mais tardiamente um “super-homem” do jornalismo. E Kay Graham (Meryl Streep), como uma viúva herdeira de um jornal, cercada e encolhida por uma esfera majoritariamente masculina, logo após tomando as rédeas de seus instintos. As atuações de ambos são brilhantes e parecem moldar-se com perfeição a seus respectivos personagens. Menções honrosas a Bob Odenkirk e Bruce Greenwood pela representação mais do que justa a Ben Bagdikian e Robert McNamara, respectivamente.

O filme conta com ricos diálogos, expondo o que um bom roteiro pode oferecer. Bem dirigido, a obra consegue prender atenção e cobrar pelo entusiasmo do espectador ao aumentar a cada cena a tensão que o filme traz à tona. Mandando com clareza sua mensagem, The Post: A Guerra Secreta é leal a diversas causas. Liberdade de imprensa, o empoderamento feminino, a verdade acima de interesses governamentais, o comercial indo de encontro com o editorial, e finalmente, ao trazer o espectador aos bastidores da investigação jornalística. Spielberg conseguiu consagrar o jornalismo com maestria, fazendo jus a todas às indicações que tenha recebido.

Foto: Copyright Twentieth Century Fox France

Edição: Marcela Schiavon

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Catarina Borsari

Casper Libero

Giovanna Pascucci

Casper Libero '22

Estudante de Relações Públicas na Faculdade Cásper Líbero que ama animais e falar sobre séries.