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Culture

Por Dentro do Dó Ré Mi do Canto: Conheça Uma Cantora De Coral

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Giovana Oliveira, 22 anos, é musicoterapeuta e participa do coral Origens da Escola de Música Mara Nascimento. Ela já está há 1 ano e meio com esse grupo e nos conta qual é a importância que esse hobby tem em sua vida.

Giovana começou a cantar aos 6 anos de idade na escola durante a aula de música da grade obrigatória e tomou gosto pela prática. Desde o ensino fundamental II, dos 9 aos 13 anos, ela participa de corais.

A origem de seu interesse pela música tem explicação no ambiente familiar. Seja por parte de pai ou por parte de mãe, a música sempre foi muito presente no seu cotidiano, pois todos cantam ou tocam algum instrumento, mesmo que não profissionalmente. Atuante como músico, ela tem apenas um tio, guitarrista profissional em banda. “Eu sempre tive essa bagagem em casa e o incentivo na escola só complementou esse interesse”.

Além do coral da escola, Oliveira já participou de 3 corais diferentes da igreja antes de chegar ao Origens e teve algumas experiências com o coral do Centro Cultural de São Paulo, o qual infelizmente não pôde manter. “Os horários do CCSP eram conflitantes com meus horários de trabalho, então não pude continuar. Mas foi uma experiência muito gostosa que eu gostaria de retomar um dia”, diz a jovem. 

 

old fashioned crome microphone in front of a purple background
Matt Botsford on Unsplash

 

Uma das coisas que mais a motiva a continuar no coral é a harmonia, não só das vozes, mas entre as pessoas do grupo. Segundo ela, o coral é um ambiente muito receptivo. “Minhas experiências sempre foram com pessoas bacanas e muito abertas à diversidade. O Origens é idealizado por pessoas negras, mas a proposta dele é juntar todos aqueles que têm vontade de cantar black music, independente de cor”. Essa recepção é sentida também em relação à orientação sexual: “Lá dentro tem diversas pessoas que fazem parte da comunidade LGBT, como eu mesma, tem uma outra moça e até um homem mais velho que é LGBT.” De acordo com ela, nessa experiência de coral as pessoas não têm essa barreira social do preconceito e admiram uns aos outros pelo que se executa ali dentro através da música. “Talvez algumas pessoas nem saibam sobre esses membros LGBT, mesmo que tenham suspeitas. Ali não existe isso de não querer cantar com o outro, interagir ou se sentar perto por causa de algo assim. A sinergia é muito legal”, afirma. 

Além de ser um hobby, o coral tem um papel terapêutico para Giovana. Ela trabalha com música de uma maneira muito pensada, sempre fazendo análises e estudando como essa arte nos afeta. Então, para ela, “o coral é um momento de lazer, em que eu não preciso pensar tão profundamente na música. É um momento de relaxamento no meu cotidiano”, confessa.

 

No Music No Life Neon Sign
Photo by Simon Noh on Unsplash

 

Uma concepção equivocada sobre corais que ela vê com frequência é a de que para participar você precisa ser profissional ou já ter um histórico de músico, já ter experiência cantando em algum lugar. “Na verdade, no coral amador a gente aprende muito o tempo todo, a gente estuda tudo isso e uma das coisas mais legais é ter pessoas de níveis diferentes fazendo essa troca entre todos. Ninguém nasce sabendo fazer tudo.” 

Algumas das memórias mais queridas dela em coral são da época da escola, como em uma apresentação em que o professor deixou os alunos livres para escolherem músicas da cultura pop e fazerem uma adaptação para o coral. Na ocasião foram Don’t Stop Believing, do Journey, com a harmonização feita pela série Glee, e Bad Romance, da Lady Gaga. Mas de todos os grupos em que ela já esteve, seu preferido é o atual da Escola de Música Mara Nascimento pelo repertório diversificado com foco em black music. Com bastante variedade de gênero musical, desde nacional com menções à Elza Soares, como internacional com The Jackson 5, entre outros. “Uma música que eu amei cantar com o coral Origens foi Don’t Worry, Be Happy, do Bobby McFerrin. Eu já tinha visto outros grupos fazerem dela e a adaptação ficou super legal”, diz. As referências são sempre negras, mas de diferentes origens e estilos musicais.

“Teve uma apresentação que a gente fez muito inspirada em músicas da África do Sul e foi super legal introduzir elementos dessa cultura”, conta Giovana.

Para ela, é interessante pegar elementos de países diferentes e introduzir no coral, pois assim se aprende muito sobre culturas diversas. “Também acho importante que os corais de cada país conheçam sua própria cultura e introduzam isso em suas práticas, porque traz um aspecto muito legal de identidade.”

Já em relação às inspirações, ela diz que as artistas que mais a inspiram são Elis Regina e Beyoncé. Para a jovem cantora, elas “são muito mais do que apenas cantoras, são artistas completas, compositoras e performers”. Agora, sobre corais, Giovana diz muito o London Contemporary Voices, porque lá se canta músicas pop com uma pegada meio lírica, como Hozier e Florence + The Machine. “Eles têm um repertório muito bom, que eu me identifico muito”, confessa.

Quando questionada sobre o que acha de séries como Glee e de adaptações de músicas pop para coral, ela diz que acredita que esse seja um movimento importante para alcançar mais públicos, pessoas mais novas, e quebrar alguns tabus como de que é necessário saber ler partitura ou que precisa ter conhecimento de músicas eruditas.

 

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The article above was edited by Yasmin Altaras.  

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Barbara Teisseire

Casper Libero '21

A journalism student who loves travelling, skincare products and taking care of plants.
Giovanna Pascucci

Casper Libero '22

Estudante de Relações Públicas na Faculdade Cásper Líbero que ama animais e falar sobre séries.