Her Campus Logo Her Campus Logo
Wellness

O Melhor Amigo: O Que Acontece Com Os Pets Cujos Donos Foram Vítimas Da COVID-19

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

 

Devido ao momento de colapso, o mundo precisou se adaptar, se reinventar, além do mais, se resguardar, com pessoas ficando dentro de suas casas em convívio apenas com seus familiares e pets. Estes momentos desencadearam diversas mudanças de hábitos e comportamentos, e foi possível observar um grande despertar afetivo pelos animais. Os donos passaram a ser mais felizes dentro de suas casas com a presença de seus pets em uma fase em que esses indefesos animaizinhos acabaram contribuindo bastante no controle da ansiedade.

Desde o início da pandemia, enfrentamos momentos que são difíceis para nós, racionais, e, do mesmo modo, temos que pensar que os pets também lidam com o isolamento social. Eles são bastante sensitivos e percebem a presença de complicações e apresentam sinais de que não estão bem, como perda de apetite, apatia, inquietude, vômitos, tremores, tristeza e preocupação com os seus donos. Por conta disso, os pets conseguem ter uma certa impressão de que seu humano não está bem, mas sim com algum problema de saúde. Eles se preocupam, não deixando ninguém de fora ter contato enquanto eles não estiverem curados.

É normal as pessoas de fora se perguntarem se os cães obtêm algum poder, pelo simples fato de terem uma superproteção para e com os seus donos. Logo, é possível afirmar que, sim, os cães realmente sabem quando algo está diferente. Eles são dotados de diversos sinais e sentidos, usufruindo dos mesmos para detectar quando algo não está bem.

Acaba sendo perceptível que, entre os cães e seus donos, ocorre a chamada natureza do amor, que é o amor de uma mãe com o filho (amor maternal). Tal fato está ligado à maneira que uma mãe fica doente quando o seu filho não está passando bem. O mesmo ocorre na ligação entre um pet e seu dono, quando um está fora do seu normal, o outro também fica.

white dog and gray cat hugging
Photo by Krista Mangulsone from Unsplash

Com o aumento dos casos da COVID-19, causada pelo vírus – que é o inimigo invisível e traiçoeiro que tem sido empecilho para a saúde mundial -, uma grande parcela dos pets tiveram seus donos vítimas da doença. Logo, esses animaizinhos acabaram por ter contato direto com os seus humanos e os cuidados mediante ao contato com os pets devem ser iguais aos com as outras pessoas, por exemplo, distanciamento social e o uso de máscaras. Além disso, é importante não esquecer dos cuidados de higiene, como lavar as mãos antes de pegar nos animais, evitar beijá-los e lambê-los. Os cuidados citados devem ocorrer, pois os pets também podem contrair o vírus, apesar do baixo risco de transmissão, eles estão propícios a contrair.

Desde o início da crise pandêmica no Brasil, de acordo com o Centro  de Zoonoses do Distrito Federal, ocorreu um aumento significativo de adoção de pets, segundo o gerente de Vigilância Ambiental de Zoonoses, Rodrigo Menna Barreto. Conforme o que foi dito pelo médico veterinário, entre janeiro e setembro de 2020, o número de adoções de animais registrados pela Gerência de Vigilância Ambiental e Zoonoses (Gvaz) foi maior do que o dobro do registrado em todo o ano anterior, quando a pandemia não havia ainda chegado ao país.

“Observamos que aumentou o número de pessoas que adotaram cães e gatos,  341 no período de janeiro a setembro de 2020 em relação a 168 animais doados em todo o ano de 2019”, disse referindo-se ao trabalho de doação que é feito em parceria com ONGs, Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e voluntárias da zoonoses do DF.

Esses animaizinhos despertam afeto, enchem o coração de seus donos de amor, além do mais, são boas companhias, mediante ao período de isolamento social. Em contrapartida, o número de cães órfãos em busca de novos lares e abrigos também chamou a atenção.

De acordo com um estudo realizado pelo diretor da ONG Cão Sem Dono, Vicente Define Neto relata a BBC News Brasil que desde o agravamento da pandemia no Brasil ele tem recebido cerca de 200 emails diariamente. Em geral, de pessoas interessadas em encontrar lares para os pets. Segundo ele, houve um aumento de 40% na procura em relação aos anos anteriores. Tal fato, foi desencadeado devido ao número de mortes de pessoas que foram vítimas da COVID-19. Pessoas que foram para um outro lado do caminho deixando na terra seus companheiros pets. 

Com os seus pais trabalhando em Home Office, a estudante de odontologia Layra Mitsue Matsumoto, 20 anos, teve de adotar o companheiro Nino, pois seu tio havia falecido por ter contraído a COVID-19, deixando o pet com sua sobrinha. “Acredito que os dois eram muito parceiros, tenho certeza que meu tio queria viver muito mais com o Nino. Foi triste, ver a falta que o Nino sentia do meu tio, ele não comia, ficava chorando e não saía debaixo da cama por nada, foi um difícil recomeço”, relatou Layra.

Dúvidas que muitas pessoas ainda apresentam sobre a participação dos pets em uma boa saúde mental dos seus donos:

A estudante de arquitetura Isabella Eduarda Silva, 18 anos, conta que Rhage, o cachorro que adotou de sua avó após ela falecer, foi uma grande responsabilidade já que ela teve de assumir a criação e cuidados do cãozinho. “Os pets tem sim grande participação, a minha avó morava a metade do tempo sozinha, só à noite que meu primo ia dormir com ela e nos finais de semana a família ia sempre visitá-la. Logo, na maior parte do tempo a companhia da minha avó era o Rhage, e minha avó sempre foi muito feliz e de bem com a vida, concluo que os pets são ótimas companhias”, disse Isabella. 

A melhor opção seria irem para adoção ou ficar sob os cuidados de entes familiares?

A estudante de psicologia Maria Fernanda Brasil, de 21 anos, relata que perdeu seu pai no ano de 2020. Sua família, sempre foi apaixonada por pets e dependentes da companhia desses bichinhos, que arrancam sorrisos de nós, nos piores momentos. “Sobre o lugar para onde os pets devem ir ao perderem seus donos, me soa muito relativo, pois depende muito do pet. Alguns precisam do amor de novas famílias, para que eles se recuperem da ausência do falecido dono. No caso da Dhara, minha cachorra apenas no primeiro mês após a morte do meu pai, ela ficou um tanto ruinzinha, teve algumas viroses, tais como vômitos e diarréias. Mas depois de 30 dias, ela se recuperou assim não apresentando mais sinais de uma possível depressão canina”, afirmou Maria Fernanda. 

Através dos relatos, se faz visível que, da mesma forma que nós, animais racionais, trazemos à tona uma série de sentimentos e emoções durante o luto, os cães também passam pelo mesmo. Qual será a diferença da maneira em que nós sentimos e como os cães sentem? A única diferença é que nós falamos e os cães não, logo, eles demonstram sinais e mudanças de comportamentos, por exemplo, a falta da vontade de passear, falta de apetite, perda de vontade de brincar, entre outros sintomas que podem desencadear uma depressão canina. Logo, é nítido que os cães têm consciência da perda de seus donos, pois eles sofrem com a ausência de seus tutores.

———————————————————

Gostou deste tipo de conteúdo? Acesse a página inicial da Her Campus Casper Libero para mais!

Vitoria Vitorino

Casper Libero '21

Meu nome é Vitória Lúcia Vitorino dos Santos, tenho 18 anos, moro em Santana de Parnaíba- São Paulo, moro junto com os meus pais e um irmão mais velho Sou uma menina bem sonhadora, tudo o que para muitos parece irreal, eu arrisco para tentar mostrá-lo que pode ser real. Eu nunca fui boa em fazer as coisas certas, sempre gostei do que não está escrito tudo que está fora do padrão, gosto de me desafiar, viver cada momento como se fosse o último. Curso Relações Públicas, sonho em ser boa na minha futura profissão de comunicadora e ser bem sucedida.