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O Feminismo Na Série “Anne With an E”

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Produzida pela produtora canadense CBC Television e pela Netflix, Anne With an E chegou ao fim ao ser cancelada em 2019. Porém, mesmo com apenas 3 temporadas e 27 episódios, a adaptação do livro de Lucy Maud Montgomery “Anne of Green Gables”, conquistou milhares de fãs pelo jeito leve de abordar diversos assuntos relevantes tais como  a questão LGBT, o racismo, o bullying e o feminismo. Esse último se destaca dentre os demais pela forte voz que Anne impõe durante toda a série, fugindo e desafiando constantemente os padrões do século 19.

A história de Anne se passa na Ilha do Príncipe Eduardo, no Canadá e começa quando a menina órfã é adotada por um casal de irmãos idosos para ajudar em sua fazenda. Marilla e Matthew, como são chamados, esperavam um menino e foram pegos de surpresa com o engano de ser a garota.

É aí que os primeiros indícios de que a trama quebraria padrões começam a aparecer.

Anne, com toda a sua doçura em conjunto com uma teimosia incitativa desconstrói inúmeros pensamentos de Matthew, enquanto empodera Marilla, que assim como a maior parte das mulheres da época, tem uma postura conservadora que muda no decorrer da série por influência da garota.

No decorrer das 3 temporadas, o feminismo foi ficando cada vez mais evidente.

Essa evolução do movimento, que na época nem tinha o nome “feminismo”, na vida de Anne e dos personagens ao seu redor foi importante na mostra de uma desconstrução que não se dá de uma hora para outra, e sim lentamente. De uma forma leve e sem pensar, Anne levantou questões femininas como padrões de beleza e a relação com o corpo, o casamento para as mulheres, assédio, e sororidade. Algumas frases ditas pela menina, são capazes de exemplificar o pensamento à frente do seu tempo:

“Às meninas podem fazer tudo o que os meninos fazem e mais.”

“Por que a garota deve esperar o garoto? Se eu quiser beijar, eu não posso ir lá e beijar o garoto?”

“Nós, mulheres, poderosas e sagradas, declaramos nesta noite santificada que nossos corpos divinos pertencem a nós mesmas. Escolheremos a quem amar e em quem confiar. Caminharemos nesta Terra com graça e respeito. Sempre teremos orgulho do nosso grande intelecto. Honraremos nossas emoções para que nossos espíritos triunfem. E se algum homem nos desmerecer, mostraremos onde fica a porta. Indestrutível é a nossa força. E livre é a nossa imaginação.”

“Saia não é um convite.”

“Como é a sensação de ser divinamente bonita, Diana?” “Elogios são legais, mas eu preferiria ser inteligente.”

“Merecemos direito de autonomia sobre nossos corpos, de sermos tratadas com respeito. De dizermos ‘pare’ e sermos ouvidas, em vez de desacreditadas e escutar que homens saibam mais sobre nossos direitos que nós.”

Além de Anne, duas outras personagens femininas progressistas chamam a atenção.

Josephine, tia de sua melhor amiga Diana e Stacy, professora da sala da garota. Ambas retratam um pensamento mais inovador que inspiram Anne e outras mulheres na série, incentivando às mulheres a estudarem e serem donas de si, como a professora usando calças e Josephine dizendo que ela pode casar apenas se quiser. 

Anne With an E com certeza deixa um legado inspirador. Uma “simples garota” que de maneira assertiva mostrou que as meninas podem fazer o que quiser não importa a idade, ficará nos corações daqueles que gostariam que Anne Cuthbert tivesse mais espaço para quebrar outros inúmeros padrões. Mas o fato é que ela conseguiu nos motivar suficientemente a ponto de nós mesmas fazermos isso. “Serei heroína da minha própria história”, proferiu Anne With an E.

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A matéria acima foi editada por Vivian Cerri.

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Nicoly Bastos

Casper Libero '22

Student at Casper Líbero who loves writing and hope to help world become a better place with it❤️ Instagram: @nic_bastos
Giovanna Pascucci

Casper Libero '22

Estudante de Relações Públicas na Faculdade Cásper Líbero que ama animais e falar sobre séries.