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Feminismo e Casamento no Século XXI

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Descobrir que um amigo perdeu a virgindade com uma prostituta não é algo surpreendente para ninguém, nem mesmo no século XXI. Também não é incomum ouvir como “tal homem é incrível por transar com muitas mulheres”, enquanto se a mulher trocar o seu parceiro por alguém do sexo feminino, ela pode ser considerada “vagabunda”, “puta” ou “vadia”. 

Foto: Pinterest

O termo “mulher para casar” ainda deve ser usado?

A mulher é vista como um ser passivo, que não tem vontades ,apenas obedece às ordens de um homem. E com a sua sexualidade não é diferente. Desde pequenas, somos ensinadas que o nosso corpo é um templo e precisamos “guardá-lo” para alguém que realmente o mereça. Somos criadas por uma sociedade patriarcal que realmente não se importa com o prazer feminino, com alguns poréns: sempre deve haver comida na mesa, casa limpa e roupa lavada, claro.

Pesquisas apontam

 Segundo uma pesquisa do Projeto de Sexualidade (Prosex) da Universidade de São Paulo, metade das mulheres entre 18 e 70 anos nunca tiveram um orgasmo e apenas 40% se masturba. A sexóloga Priscila Junqueira, em uma entrevista à revista VEJA, afirmou que muitas chegam a seu consultório sem nunca ter se tocado .Elas ainda têm uma mentalidade de que o sexo é algo sujo, feio e pecaminoso, não conhecem seu corpo e nem o que dão prazer. O tabu de nosso próprio corpo começa quando ainda somos crianças e é carregado para a vida adulta. Cada vez que você era repreendida por explorar seu corpo, deixava seu autoconhecimento de lado e sentia culpa por estar fazendo exatamente o que meninos da sua idade estavam fazendo. Aos 15 anos, provavelmente, seus pais quiseram ter uma conversa sobre como os homens só queriam se aproveitar de você e te “jogar fora”. Talvez você tenha se sentido muito mal, assustada e em perigo, como se todo mundo que tentasse se aproximar fosse um monstro.

Foto:  MS Arte | Tumblr

Saiba que esse foi exatamente o objetivo. Mesmo que eles tivessem apenas a intenção de te proteger, repassaram um discurso que há muitos séculos  trata a mulher como apenas um objeto de prazer para o homem. Afinal, se você não descobriu muita coisa sobre o próprio corpo e foi ensinada a “esperar o homem certo” para iniciar a sua vida sexual, como saber o que é um orgasmo? Como saber a sensação de ter um? A sociedade criou essas gerações de mulheres. 

Foto: Pinterest

Mulheres e homens reais

Aos 53 anos, a que vamos chamar de Joana*, nos conta que sua família a ensinou o conceito de castidade desde cedo. Ao ser perguntada se já teve um orgasmo, foi perceptível o constrangimento. Depois de um momento pensando, Joana afirmou que acredita que não, já que nunca sentiu prazer na relação. A ideia da mulher como uma figura passiva e “de casa” esteve sempre presente em uma sociedade que via o homem como dono de sua esposa ou namorada. Celebridades como Humphrey Bogart, famoso ator americano, mostravam o machismo por meio de frases como: “As mulheres são muito simples. Nunca conheci uma que não entendesse um tapa na boca”. E nem é preciso ir tão longe para ouvir tais frases. Millôr Fernandes, humorista e jornalista brasileiro, afirmou que “o melhor movimento feminino ainda é o dos quadris”.

A nova geração

Anuladas sexualmente, financeiramente e com todas as responsabilidades de casa em suas costas, as mulheres estão cansadas. A nova geração feminina e feminista não quer saber de rótulos e muito menos precisa de um homem para dizer o que fazer ou não. Jornada dupla ou tripla não é mais algo aceito por elas. Marido? Só se for para dividir as tarefas de casa sem se sentir um herói por isso. Filhos? O pai por acaso vai ajudar ou só ficará sentado no sofá esperando a hora para jantar? Vai reclamar se forem sair e a mãe demorar a se arrumar porque teve que dar banho e cuidar dos filhos, enquanto o pai não faz nada? Se for assim, elas dizem “não, obrigada!”. “Solteira por opção, não por falta de opção” é o bordão das que não aguentam mais ter todas as responsabilidades nas costas. Estaríamos nós assistindo uma revolução que mudará todos os paradigmas e estigmas contra as mulheres? É o que esperamos!

 

Foto: Pinterest​  

*a mulher preferiu não ter sua identidade revelada

Texto: Camila Simões Edição: Marcela Schiavon ​

Camila Simões

Casper Libero

Estudante de jornalismo apaixonada pela comunicação e a forma como ela estreita as relações entre as pessoas.
Giovanna Pascucci

Casper Libero '22

Estudante de Relações Públicas na Faculdade Cásper Líbero que ama animais e falar sobre séries.