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“Eu, Tonya”: Nem Vilã, Nem Heroína

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Image Source: IMDb

Biografias são difíceis e muitas vezes caem no clichê. Por essa razão, o diferencial, e notável no começo de Eu, Tonya (I, Tonya, em inglês), está em não colocar a protagonista em um pedestal. A personagem é imperfeita e suas escolhas são duvidosas. O filme conta a vida da patinadora Tonya Harding (Margot Robbie, de Esquadrão Suicida), de sua infância com a mãe abusiva, passando pelas competições internacionais, até chegar no incidente que a expulsou do esporte, – envolvendo a patinadora rival Nancy Kerrigan (Caitlin Carver, de Regras Não Se Aplicam).

O diretor Craig Gillespie (A Garota Ideal) já surpreende ao apresentar os personagens, em um estilo mockumentary. O que chama atenção do público é a não romantização dos personagens, mas o fato de não os colocar como os violões da história. Além de contar com um enredo sarcástico, a personagem de Margot Robbie aparece comentando, sempre com ironia, os ocorridos da vida de Tonya. 

Eu, Tonya consegue abordar o abuso e a agressão domiciliar, o rigor excessivo em competições esportivas e o sensacionalismo da mídia, sem perder o foco na trama principal. O curioso do filme é o seu diálogo com temas contemporâneos, sem apelar para nenhuma bandeira. 

Image Source: IMDb

Também é interessante observar como não há pena na forma como a protagonista é retratada. Ela é, naturalmente, resultado do meio em que vive. Da mãe rigorosa e agressiva – vivida magnificamente por Allison Janney (da série Mom), do esporte ao qual se dedicou durante boa parte de sua vida e do casamento precoce e abusivo. Antes de começar a enxergá-la como vítima, é possível vê-la como alguém que manipula aqueles a sua volta – e em determinadas cenas, vemos até mesmo momentos acentuados de arrogância e agressividade 

Além disso, é importante ressaltar o espetáculo nas cenas de patinação, que intercalam as cenas intensas de acrobacia – tudo muito bem pensando em um propósito narrativo. O filme ainda possui uma trilha sonora interessante da década de 80.

Indicado ao Oscar 2018 nas categorias de Melhor Atriz (Margot Robbie) e Melhor Atriz Coadjuvante (Allison Janney), a comédia dramática usa e abusa de um roteiro bem pensando, onde coexistem personagens reais, com versões diferentes da mesma história  – cabendo a nós escolhermos quem nos agrada mais.

Mariana Neto

Casper Libero

Boo, gemini who loves fashion, coffe, travels and chats.
Anna is a 21 year old from Sao Paulo, Brazil, who studies Journalism at Casper Libero University. She’s currently the Editor in Chief of Her Campus CL's Chapter and is pretty obsessed with fashion, beauty and (trashy) reality TV shows.