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Entre Salas de Aulas: Casperianos Que São Alunos e Professores

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

É difícil fazer faculdade. É algo que ocupa todo o seu tempo com trabalhos, textos e provas, mas há sempre outros interesses que andam paralelos à universidade, como por exemplo, a arte de lecionar. Pode ser complicado trabalhar dando aulas e ao mesmo tempo cursar uma faculdade, mas há alguns estudantes casperianos que têm muito a dizer:

Alicia Golveia, 18 anos. Professora de ballet e estudante de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero.

Fonte: Arquivo Pessoal

Alicia – dançarina desde os 7 anos – cursa jornalismo na Cásper Líbero e trabalha como professora de ballet para crianças desde o começo do ano de 2017. Apesar de amar o que faz, ela diz se cobrar muito, e que no começo, conciliar faculdade e a profissão foi muito difícil:

“Eu sempre fui de me cobrar muito, mas eu tive que aceitar que não seria cem por cento perfeita em tudo e agora lido bem com isso”, disse a estudante.

“Aceite que você não precisa ser a melhor em tudo”.

Uma grande dificuldade, segundo Alicia, é a pressão de sua mãe. “Trabalhar com arte é algo difícil. Minha mãe diz que só poderei continuar a dar aulas enquanto não ficar com nenhuma média abaixo de sete na faculdade.”

Além disso, a dançarina confessou que quando começou a dar aulas não foi tão fácil assim. Por ser muito nova – na época com 17 anos – ela sentiu que as mães de suas alunas tinham receio em deixar suas filhas com ela. Assim, a casperiana teve que se provar capacitada a lecionar.

Gabriel Cruz Lima, 19 anos. Professor de redação e português em um projeto social em Mairiporã e estudante de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero.

Fonte: Arquivo Pessoal

Pelo o fato de Mairiporã não ter muitos cursinhos, Gabriel se juntou com alguns amigos no projeto social “Troca de ideias” para ajudar pessoas que não tem condição de pagar um cursinho, devido a um vácuo do poder público da cidade.

Eu amo dar aula. É muito bacana quando alguém entende, vê sentido naquilo que você explicou e consegue aplicar, seja na vida ou – no meu caso – a redação”, relata.

Gabriel ainda comentou que se vê mais como professor do que jornalista. “Acho bem mais bacana dar aula do que pensar em pautas”.                                              

E dá um conselho para quem pretende ser professor: “Vá, vá e faça. Não se importe com que os outros vão dizer”.

 Milena Rodrigues, 18 anos. Professora de patinação artística e estudante de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero.

Fonte: Arquivo Pessoal

Milena patina desde os 8 anos de idade, mas no terceiro ano do ensino médio, por causa dos estudos, ela teve que parar. Para que não perdesse o contato com a patinação, sua mãe sugeriu que ajudasse na escola de patinação de sua técnica, e foi aí que ela passou a ser uma professora.

A casperiana acredita que a maior dificuldade de seu trabalho é a relação com os pais das alunas, porque a maioria “fica muito em cima” do filho e não respeita o espaço do profissional.

Ela trabalha apenas com crianças e diz querer continuar fazendo isso: “Eu gosto muito, é uma coisa que me faz bem. Lidar com crianças é muito bom, elas tiram um pouco do peso do dia a dia, do cotidiano, da rotina, então eu gosto. Enquanto eu puder, eu quero dar aula”.

“O carinho que eu recebo é o que mais me marca”.

Giovana Duarte, 19 anos. Professora de inglês e estudante de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero.

Fonte: Arquivo Pessoal

Giovana tinha problemas para falar em público e comentou que ao começar a dar aulas a sua timidez melhorou muito. “Eu sempre fui muito tímida e quando comecei a dar aulas eu tive que quebrar isso, o que me ajudou bastante”.

Ela sempre planeja as aulas, mas o que “mata” na hora de conciliar com os estudos são as correções de lição de casa e provas que juntam com textos e trabalhos da faculdade. Além disso, uma das grandes dificuldades, segundo a professora, é a responsabilidade que se deve ter, já que está lidando com a educação de alguém. “Esse peso fica em mim, porque estão confiando em você. É a responsabilidade de lidar com a formação de alguém e quando a aula não é o que eu espero, fico me culpando…”.

Giovana diz que nunca chega nas aulas “achando que sabe tudo”. Já que, segundo ela, “as aulas são sempre uma troca de conhecimentos. ”

Maria Luiza Dourado, 19 anos. Professora de reforço e estudante de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero.

Fonte: Arquivo Pessoal

Maria trabalha como professora de reforço. Ela começou em abril de 2017, porque precisava de emprego e admite que não pretende continuar a dar aulas, mesmo acreditando ser muito interessante passar por essas experiências.

“Você está sempre acostumado a ser o aluno e quando é o professor – quando está do outro lado – a experiência é totalmente nova”.

Além disso, como os outros casperianos entrevistados, o fato de ser muito jovem atrapalha a confiança profissional com os alunos. “Se você é um professor mais velho, eles te respeitam muito mais do que se você é um professor mais novo, isso acontece até mesmo com as crianças”, comenta a estudante de jornalismo.

Maria diz que é muito legal quando se conquista o aluno. No entanto, a maior dificuldade é ser a referência, já que os estudantes acreditam que o professor tem a resposta para tudo. Adicionalmente, ela admite: “no começo, essa responsabilidade e obrigação dentro da sala de aula foi um grande baque”.

Marcela Palhão, 22 anos. Educadora em projeto social e estudante de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero.

Fonte: Arquivo Pessoal

Marcela começou a dar aulas em agosto de 2015, no projeto CREA +, no qual são dadas aulas para crianças carentes do bairro do Heliópolis, através da pedagogia de projetos.

“Às vezes eu até falo que é um trabalho voluntário, mas eu sinto que deixa de ser pelo fato de eu aprender mais com elas do que elas comigo. São jeitos diferentes de lidar com o mundo. Mudou muito a minha perspectiva de como encarar as coisas, sabe?”, relata.

Além disso, Marcela revelou uma experiência marcante na sua vivência de educadora. Certo dia, estava dando aula para um garoto “muito fechado” e este revelou que algo dentro dele o fazia sentir muita raiva e ter vontade de se cortar. Assim, sem orientação de uma pedagoga ou psicóloga – já que o projeto não conta com esse tipo de profissionais –, Marcela falou para ele que existem outros meios de extravasar a raiva, como a arte: tema do projeto no primeiro semestre de 2017. Dessa maneira, sempre tratando ele com muito carinho, sua transformação comportamental era visível. Agora, ele abraçava os voluntários, e ao fim do projeto, o menino revelou – durante uma feira de ciências – algo que a emocionou: “O que eu aprendi foi que eu posso expressar todos os meus sentimentos através da arte e ficar menos bravo. ”

Fonte: Barão de Mauá

É impressionante como a experiência de ser professor ensina bem mais do que a própria profissão. Através desses depoimentos de professores e ao mesmo tempo alunos, percebe-se que lecionar é muito mais que planejar aulas, É UMA LIÇÃO DE VIDA.

Edição: Letícia Giollo

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Camilla Millan

Casper Libero '20

Camilla is a student at Cásper Líbero University, loves poetry, dogs and pizza! She wants to be a writer in the future and to make a change in the world through her texts.
Giovanna Pascucci

Casper Libero '22

Estudante de Relações Públicas na Faculdade Cásper Líbero que ama animais e falar sobre séries.