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Photo from the São Paulo Fashion Week N55
Photo from the São Paulo Fashion Week N55
Original photo by Ana Paula Alves
Casper Libero | Style > Fashion

Entre perrengues e passarelas: minha primeira semana de moda

Bruna Montandon Student Contributor, Casper Libero University
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter and does not reflect the views of Her Campus.

No meio de saltos altos, suor e cartões de memória cheios, descobri que o glamour da moda também vive nos perrengues — e que é exatamente isso que a torna tão encantadora.

Encerrada a minha primeira semana de moda — a SPFW, memórias intensas e a sensação de ter vivido algo único tomaram conta. Compareci em dois dias da edição que aconteceram entre 13 e 20 de outubro. Os dias que antecederam os desfiles foram intensos. Roupas, maquiagem, cabelo e acessórios foram o foco até o último momento. Confesso que, aos 22 anos, a ideia de uma airport run, a preocupação de uma mala perdida com looks maravilhosos e os incontáveis “bourjois” e “ciaos” são sedutores — mas nem eu imaginava o quanto era importante, primeiro, olhar para dentro do meu país, do meu povo e da minha cultura para o meu debut no mundo da moda.

A magia da primeira vez

As expectativas estavam as alturas, e minha curiosidade sobre “o que é uma semana de moda?” só crescia, ignorando quaisquer comentários negativos ou que pudessem influenciar minha percepção do evento — que agora vejo quase como uma espécie de fenômeno antropológico. Públicos diversos  formavam a plateia, entre eles: modelos, jornalistas, designers, old schools e emergentes do mundo da moda. Pessoas diversas — uma coisa bem Brasil — que, apesar das diferenças, estavam unidas por uma paixão em comum: a moda. 

Claro que houveram momentos de tensão e imprevistos, mas todos iluminados pelo brilho da “primeira vez”. Porém, ao esbarrar com o renomado editor Fashion da Harper ‘s Bazaar Guilherme de Beauharnais, não consegui me conter e me senti no dever — não apenas como jornalista, mas também como fã — de expressar minha admiração pelo trabalho que ele realiza em uma das revistas de moda mais prestigiadas do país. Como se tratava da minha estreia, resolvi perguntar ao veterano se teria alguma dica para uma novata, e ele foi direto:

“Beba água, preste atenção e divirta-se.”

E foi o que eu fiz.

literalmente, HOT fashion

Entre um desfile e outro, vivi o verdadeiro backstage da moda — aquele que não aparece nas fotos de street style. Teve o momento de atravessar o Ibirapuera em looks icônicos e saltos altos que, a cada passo, me lembravam que elegância e dor, às vezes, caminham lado a lado. Teve o calor que fez o brilho da pele disputar com o das passarelas e a leve bagunça da organização, que atrasava desfiles, confundia filas e testava a paciência de quem esperava. Mas, curiosamente, essa desordem trazia um charme especial, como se a própria imperfeição fosse parte da experiência.

after all…

No fim, percebi que essa vivência abriu meus olhos de uma forma que eu não esperava. Senti, ali, que o jornalismo de moda vai muito além das roupas — é sobre pessoas, histórias, expressões e a busca constante por identidade. No instante entre o barulho dos flashes, o som dos passos apressados e o vai e vem de tecidos, que confirmei: é nesse universo que eu quero estar.

Sim, há desafios, suor, cansaço e sapatos que machucam, mas também há o encanto de ver a moda pulsando, viva. O importante é se divertir, se expressar e entender que, mesmo quando é trabalho, a moda também é um ato de amor — um convite para fazer as pazes com um universo muitas vezes deturpado pela mídia, mas que, na essência, é puro, criativo e lindamente humano.

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The article above was edited by Larissa Vilapiano Prais.

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Bruna Montandon

Casper Libero '28

Journalism Student, passionate about music, fashion and culture ★