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This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Green Day, Red Hot Chili Peppers, Metallica: essas são bandas dos anos 80 que, além de seu tremendo sucesso, também possuem em comum o fato de que todas foram formadas na cidade de Los Angeles, na Califórnia, Estados Unidos. The Jackson 5, AC/DC, e até os Jonas Brothers – imagino que já saibam onde quero chegar, mas sim, essas são bandas todas formadas por irmãos. The Beach Boys, por coincidência, é uma banda formada por irmãos (e o primo, Mike Love), na Califórnia, não em Los Angeles, mas em uma cidade chamada Hawthorne.

Coincidentemente, temos uma outra banda, formada unicamente por irmãs e também com origem em Los Angeles. A banda HAIM, que está em ascensão. As três irmãs, conhecidas como Este, Danielle e Alana Haim, andam ganhando cada vez mais lugar na indústria musical. Nascidas e criadas em L.A., a faixa inicial “Los Angeles” de seu último álbum “Women In Music Part III” é justamente em homenagem à sua cidade natal: “New York is cold/ I tried the winter there once, nope/ Clearly the greatest city in the world/ But it was not my home” (Nova Iorque é fria/ Eu tentei o inverno lá, não/ Claramente a melhor cidade do mundo/ Mas não era meu lar). 

Este, a mais velha das irmãs, é formada em etnomusicologia pela UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles) e especializada em música brasileira, especificamente na bateria típica do Carnaval. Danielle, irmã do meio, é a responsável pela maioria dos vocais e, além da banda criada quando pequenas com seus pais, também adquiriu experiência quando cantou por um breve período com a dupla Jenny Lewis e Julian Casablancas. Já Alana, a mais nova das irmãs, ainda estava no ensino médio quando o trio se juntou oficialmente em 2007 e, logo depois, lançaram seu primeiro EP, chamado “Forever”.

Muitos devem conhecê-las por sua contribuição na música “no body, no crime”, do nono álbum de estúdio da cantora Taylor Swift, e há pouco tempo atrás, eu era uma dessas pessoas, mas, mesmo ainda pouco conhecida, a banda já concorreu a dezenas de prêmios, alguns deles sendo justamente com sua amiga, a própria Taylor, com mais de 15 anos de carreira musical. 

Sua primeira indicação ao Grammy Awards foi em 2014 como Artista Revelação. Desde então, receberam outras indicações tanto no Grammy como em outras premiações, e até levaram alguns para casa, como ano passado no Brit Awards, quando levaram sua primeira estatueta da premiação britânica como Melhor Grupo Internacional, mas nunca um gramofone dourado. Chegaram perto ano passado com suas indicações de Melhor Performance de Rock e, considerada a maior da noite, Álbum do Ano com “Women in Music Part III”. 

Cansadas de ouvirem as mesmas perguntas em entrevistas, sempre relacionadas com “Como é ser uma mulher e trabalhar na indústria musical?”, as irmãs resolveram fazer um álbum inteiro sobre o assunto! Por isso o nome “Women in Music Part III” ou, em português, Mulheres na Música Parte III. E, caso não tenham percebido ainda, o número três é em razão do número de irmãs. Em “The Steps”, segunda faixa do disco, elas cantam: “And everyday I wake up and make money for myself/ And, though we share a bed, you know that I don’t need your help” (E todo dia eu acordo e faço dinheiro para mim mesma /E, apesar de dividirmos uma cama, você sabe que não preciso da sua ajuda). Síntese de um feminismo que prega tanto a possibilidade do amor como a independência financeira e, ouso dizer, emocional. 

Cada uma tem sua experiência para compartilhar com o mundo por meio de suas músicas. Enquanto em seu segundo álbum de estúdio, “Something To Tell You”, lançado em 2017, foi focado na parte instrumental, no mais recente as irmãs resolveram focar em letras mais intimistas, inspiradoras e, ao mesmo tempo, avassaladoras. Para isso, as integrantes da banda tiveram que recordar momentos não tão bons de suas vidas, como quando Danielle teve que lidar com seu namorado sendo diagnosticado com câncer. A irmã do meio abre seu coração em uma faixa bônus do álbum, “Summer Girl”: “The tears behind your dark sunglasses/ The fears inside your heart as deep as gashes” (As lágrimas atrás de seus óculos escuros/ Os medos dentro de seu coração, tão profundos como cortes); “And I can see the angels coming down/ Just like a wave that’s crashing on the ground” (E eu consigo ver os anjos descendo/ Igual a uma onda quebrando no chão).

Já em outra faixa bônus, as irmãs exploram da mesma estratégia intimista, mas dessa vez, em “Hallelujah”, elas decidem explicar como, por meio de sua irmandade, ultrapassaram as adversidades que receberam da vida. “Laughing together like our thoughts are harmonized/ Been that way since ’95/ Give me direction when it is hard to fight/ Three roads, one light” (Rindo juntas como se nossos pensamentos estivessem em harmonia/ Tem sido desse jeito desde 1995/ Me dá direção quando é difícil lutar/ Três estradas, uma luz).

Alana também precisou passar pelo processo de se tornar vulnerável em prol da música. Também na faixa “Hallelujah”, a menor das Haim relembra de sua melhor amiga e como precisou lidar com sua morte com somente 20 anos. “I had a best friend, but she has come to pass/ One I wish I could see now” (Eu tinha uma melhor amiga, mas ela veio a falecer/ Uma que eu gostaria de ver agora).O estilo da banda HAIM é atribuído ao Indie Rock, mas não acho que isso possa ser algo dado como definitivo. As irmãs têm tanto experiência, como também sofreram influência de diversos artistas e gêneros musicais distintos. Rock, Pop, Indie, R&B, cantoras dos anos 90 e até música carnavalesca. É impossível defini-las, assim como, é impossível não apreciar pelo menos uma vez na vida o trabalho dessas três mulheres incríveis e talentosas. Escute-as se você simplesmente gosta de música.

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O texto acima foi escrito por Beatriz Cyrino e editado por Mariana Miranda Pacheco. Gostou deste tipo de conteúdo? Então, confira a home page da Her Campus Cásper Líbero para mais!

Beatriz Cyrino

Casper Libero '25

Journalism student at Cásper Líbero, Sagittarius and December girl. Writing to have a better understanding about me and the world.