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Eleição EUA: Biden Ou Trump? – Entenda Um Pouco Mais Sobre Cada Candidato

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Em meio a conflitos sociais e sanitários, democratas e republicanos disputam pelo seu espaço na Casa Branca. Dessa vez, no entanto, a população norte-americana enfrenta as eleições em um contexto completamente novo e pouco propício, mas que, aparentemente, será decisivo para a escolha de um novo presidente.

 

Donald Trump

Donald trump at a rally
Photo by Gage Skidmore from Flickr

    Representando o partido Republicano, o atual presidente, Donald Trump, segue em busca de sua reeleição, mas não apresenta tanto sucesso entre os eleitores quanto em 2016. Trump, conhecido na imprensa por algumas contradições em seu governo, chamou a atenção com a construção do muro entre Estados Unidos e México e sua aproximação com a Coreia do Norte. Empresário e político, o norte-americano também se destacou quanto a economia do país que, segundo a checagem de fatos da corporação pública de rádio e televisão, BBC, (Reality Check), estava indo bem antes da pandemia, o que teria sido resultado da continuação de uma tendência que começou no governo do ex-presidente Barack Obama.

    Contudo, Trump não manteve seus resultados positivos com a chegada do novo coronavírus, e os Estados Unidos atingiu a maior contração econômica da história do país, juntamente à maior taxa de desemprego em 80 anos, segundo a BBC. A potência americana também sofre com a crise sanitária gerada pelo vírus e segue em primeiro lugar no ranking de países com o maior número de contaminados, o que não agradou à população. 

 

Joe Biden

Joe Biden speaking in front of an American flag
Photo by Gage Skidmore from Flickr

    Apresentando uma imagem oposta a de Donald Trump, o ex-vice-presidente Joe Biden foi o escolhido para concorrer às eleições de 2020 pelo partido Democrata. Biden, que foi vice-presidente de Barack Obama por 8 anos e senador de Delaware por 36, procura passar aos seus eleitores a ideia de estabilidade em seu mandato. Dessa forma, Biden mantém sua proposta básica e foca em pontos como alianças internacionais, avanços da classe média, proteção ambiental e direito à saúde, prometendo, segundo ele, restaurar o que se perdeu durante o governo de Trump.

    No entanto, mesmo liderando as eleições com 51%, Biden também foi alvo de diversas críticas. A maioria delas são relacionadas ao comportamento do ex-vice-presidente, que, segundo os eleitores, apresenta fragilidade em sua articulação, bem como em sua performance nos debates. Para além disso, a idade do candidato – 77 anos – também parece ser uma questão para os norte-americanos, que não se agradam com a ideia de que Biden seria o presidente mais velho dos Estados Unidos.

 

A Corrida Eleitoral

    “Não recebi nenhum centavo de nenhum outro país na minha vida. O que sabemos é que esse presidente pagou 15 vezes mais impostos com a conta bancária e negócios que tinha na China e agora está falando que eu recebi dinheiro”, disse Biden.

    Com direito a uma série de trocas de ataques pessoais, os candidatos fizeram do último debate um momento bastante acalorado. Países como China e Rússia ganharam destaque, mas Trump não deixou a Ucrânia de lado e trouxe a tona a polêmica envolvendo Hunter Biden, filho de Joe Biden. O escândalo de Hunter trazido pelo presidente foi visto pela imprensa como uma estratégia para mudar a dinâmica das eleições, ganhando visibilidade na mídia como “surpresa de outubro”.

    Para Daniel Carvalho Cananéa, geógrafo e professor formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro,, o escândalo de Hunter é um problema para a candidatura do democrata, e argumenta que, nas eleições de 2016, Hillary Clinton perdeu apoio devido a falta de segurança de dados governamentais sigilosos. “Entendo que a situação de Biden é de outro teor, mas esse escândalo pode, e vai, ser usado com exaustão por Donald Trump”, conclui.

    Trump também teve de enfrentar suas contradições, como a política de imigração. Além do episódio das 545 crianças que foram separadas de seus pais na fronteira, colocado em pauta no último debate eleitoral, o geógrafo ainda relembra o escândalo de Steve Bannon. 

Daniel Cananéa, no entanto, pontua que nessas questões a grande diferença entres os dois candidatos é o modus operandi. “Trump busca o espetáculo, enquanto Biden fará de maneira mais velada”, explica. 

“Trump diz que estamos aprendendo a viver com a pandemia. As pessoas estão aprendendo a morrer com ela.”

    Quando o tema é popularidade Biden leva a melhor. No entanto, alguns fatores, que não dependem somente do desempenho do candidato, também foram importantes para sua aprovação entre os eleitores. “É importante ressaltar que se repete nos Estados Unidos uma tendência mundial de pessoas que não votam em um candidato por convicção, e sim por repulsa ao oponente”, pontua Cananéa. Assim, levando vantagem nas fragilidades de seu oponente, Donald Trump, Joe Biden recebe os votos daqueles que se encontram insatisfeitos, principalmente, com os últimos acontecimentos durante a gestão do atual presidente. 

A pandemia do novo coronavírus, as questões racialistas e a política de imigração se encontram no grupo das que mais incomodaram os eleitores durante o governo de Trump, virando os holofotes para Biden. Entretanto, o geógrafo não dispensa a chance de uma virada, resultando na vitória do atual presidente, e argumenta que, nas eleições de 2016, as pesquisas apontavam para a vitória de Hillary Clinton. 

Diferentemente do Brasil, as eleições nos Estados Unidos não se baseiam na conquista do maior número de votos, e sim na conquista do maior número de delegados que compõem o Colégio Eleitoral. Por isso, ao votarem, os norte-americanos decidem a qual candidato entregarão o delegado de seu estado. Mas, quem leva vantagem nesse sistema são os estados mais populosos, que apresentam maior relevância na decisão. 

 

O que Esperar do Próximo Ocupante da Casa Branca

Capitol building in Madison
Photo by @michael75 from Unsplash

Segundo Cananéa, não devemos esperar muitas mudanças entre um primeiro e segundo mandato de Donald Trump. Para ele, é possível que haja um aumento na atividade política do candidato durante o início de seu segundo mandato, mas que será seguido de um “arrefecimento” nos anos seguintes, devido a impossibilidade de reeleição.

Mas o que se pode esperar de um governo regido por Biden? Para Cananéa, é possível que haja uma maior presença estatal na economia, além de uma aproximação gradual de organizações multilaterais, como a ONU. Já na política externa, Daniel  acredita que as tensões entre China e Estados Unidos se mantenham, contudo com menor intensidade. 

O geógrafo ainda argumenta que o país provavelmente continuará mantendo uma boa relação com o Brasil, mas a “relação de Bolsonaro com Biden não será a mesma do ‘casamento’ com Trump”, diz. Para ele, isso apresenta influências diretas nas diretrizes no Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty).

 

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The article above was edited by Vivian Souza.

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Letícia Keller

Casper Libero '23

Passionate about reading and writing, Letícia is a jornalism student at Faculdade Cásper Líbero. And, by being really interrested about political and cultural jornalism, she intends to focus her performance on these areas. Letícia is also very passionate about life, and she claims wanting to be successfull on her profession by being committed to the truth.