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Dia da Sobrecarga da Terra: o que significa e por que a conscientização é importante

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Em 2 de agosto deste ano, chegamos ao Dia de Sobrecarga da Terra, conhecido em inglês como Earth Overshoot Day. Este dia simbólico marca o ponto do ano em que a humanidade consumiu todos os recursos naturais que o planeta pode regenerar em um ano. Isso significa que, em 2023, a humanidade consumiu todos os recursos naturais que o planeta pode regenerar em apenas 7 meses.

O Dia de Sobrecarga da Terra foi criado pela Global Footprint Network, uma organização internacional de pesquisa sem fins lucrativos, e foi calculado e anunciado pela primeira vez em 2006. Ele surgiu como uma maneira de chamar a atenção para a questão da pegada ecológica da humanidade, ou seja, a demanda crescente e insustentável por recursos naturais e a pressão que isso exerce sobre o planeta.

Diante desse cenário, em entrevista com Dione Manetti, CEO da Pragma, empresa especializada em logística reversa de embalagens pós-consumo, ele avalia a importância da conscientização ambiental no contexto do Dia de Sobrecarga da Terra.

Conscientização

Desempenhando um papel essencial na conscientização das mudanças climáticas e na urgência de enfrentar esse desafio global, o objetivo deste dia é destacar nossa crescente demanda por recursos naturais e o consumo insustentável que leva à sobrecarga ambiental.

Dione sublinha como a conscientização sobre as mudanças climáticas evoluiu ao longo do tempo, passando de um tema periférico para uma questão central. “Agora, mais do que nunca, é essencial que compreendamos o impacto direto das atividades humanas nas mudanças climáticas e reconheçamos que nossa ação coletiva é fundamental para mitigar os efeitos adversos dessas mudanças e garantir um futuro sustentável para o planeta”.

Desafios perante a sustentabilidade

O cálculo do Dia da Sobrecarga da Terra revela desafios críticos em relação à sustentabilidade ambiental. À medida que observamos a data avançando no calendário, fica evidente que estamos excedendo os limites da capacidade da Terra de regenerar recursos naturais para sustentar nossos estilos de vida. Essa crescente sobrecarga representa um desafio global significativo que requer ação imediata e coletiva para reverter as tendências insustentáveis.

Quando a gente fala de uma economia nacional visando a sustentabilidade, nós precisamos tomar uma decisão política. A economia global ainda não taxou as matérias-primas derivadas de combustíveis fósseis da forma que deveria

Dione Manetti

Atuando como um chamado à ação para governos, empresas e indivíduos em todo o mundo, o Dia de Sobrecarga da Terra lembra as metas de sustentabilidade que devemos buscar e inspira esforços para reduzir nossa pegada ecológica. Diante das mudanças climáticas e da finitude dos recursos naturais, a necessidade de ação conjunta é premente.

Portanto, é fundamental que a sociedade, juntamente com os setores público e privado, trabalhe em conjunto para adotar práticas mais sustentáveis, reduzir o consumo excessivo de recursos e promover a conservação ambiental, garantindo um futuro mais equilibrado para o nosso planeta.

Futuro da Terra

Em 2010, a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos marcou um passo importante no Brasil, dando visibilidade ao desafio crescente que é a gestão de resíduos. No entanto, ao longo dos anos, tornou-se evidente que enfrentamos uma carência significativa de condições estruturais necessárias para a ampliação eficaz dos índices de recuperação e destinação adequada de resíduos. Essa carência é amplamente atribuída à ausência de investimentos, especialmente em infraestrutura. Surpreendentemente, o investimento em resíduos sólidos, muitas vezes rotulado como “lixo”, não é visto como uma prioridade política devido à falta de retorno aparente.

Veja, não é nem educação ambiental, é de elevação de consciência das pessoas para que elas compreendam o impacto que o resíduo tem na sua vida

Diogo Manetti

O desafio atual não se limita apenas à infraestrutura, mas também envolve a necessidade urgente de elevar a consciência das pessoas sobre o impacto direto que os resíduos têm em suas vidas e no meio ambiente. Isso vai além da simples educação ambiental, pois requer uma mudança fundamental na forma como compreendemos e lidamos com nossos resíduos.

Além disso, é essencial que o setor privado assuma um compromisso maior, reconhecendo sua função social além dos lucros. Conforme corremos contra o relógio para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e a finitude dos recursos naturais, a aceleração desse processo de conscientização e ação tornam-se imperativos para garantir um futuro sustentável para todos.

Por fim, Dione encerra: “Nós estamos vendendo um produto talvez mais difícil aqui, que é a tentativa de elevar a consciência das pessoas para compreenderem que o planeta é um só. Pelo menos o que a gente tem é esse. Pode ser que venha outro, sei lá quando, mas por hora é o que tem. Então a gente tem que se preocupar com isso.”

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O artigo acima foi editado por Mariana Torezan.

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Bruna Elias

Casper Libero '23

Estudante de Relações Públicas que as vezes se aventura na escrita. Curiosa e apaixonada por comida, dou minhas dicas e referências por ai... @bubuporai