Tânia Maria é uma costureira potiguar que possui hoje, aos 78 anos, 4 trabalhos audiovisuais em seu currículo. O mais recente deles é no filme ‘O Agente Secreto’, que está repercutindo positivamente em festivais como Cannes e de Lima, fazendo-a roubar a cena no cenário nacional e internacional.
Se essa é a primeira vez que você ouve falar nela, fica tranquila. A Her Campus veio te apresentar um pouco mais sobre a mulher baixinha, divertida e sem “papas na língua” que ganhou o coração de seus não só de seus parceiros de trabalho, mas agora também do público.
O início da carreira de atriz
Natural do povoado Santo Antônio da Cobra, em Parelhas, no Rio Grande do Norte, Tânia era uma artesã aposentada quando, em 2019, foi chamada pela produção do filme “Bacurau” para trabalhar como figurante. Ao aceitar o desafio, arcou com as idas e vindas diárias até o povoado vizinho, onde ocorriam as principais gravações.
Tânia também contou com uma equipe que valorizava os figurantes tanto quanto os personagens principais, considerando que eles não servissem apenas para preencher espaços entre as cenas. Era o início da exploração de seu talento natural. Ela ganhou destaque no filme, marcando o público com uma única frase não roteirizada, espontânea, que lhe rendeu momentos memoráveis com suas primeiras interações entre fãs.
Tudo isso contribuiu para que o gosto pela atuação se intensificasse cada vez mais, demonstrando abertamente sua vontade de participar de novos projetos, independente de suas temáticas. Esse desejo que foi realizado quando Tânia foi chamada para fazer parte do elenco do documentário ficcional “Seu Cavalcanti” (2024), da série policial “Delegado”, que deve estrear em 2026, e da ficção cientifica “Yellow Cake”, que ainda não possui previsão de lançamento. Mas seu trabalho de maior destaque até o momento, foi em “O Agente Secreto”.
O Agente Secreto
O longa aborda temas como repressão política, manipulação da informação e busca por uma nova identidade, sendo a mais nova esperança do Brasil no Oscar. Kleber Mendonça Filho, diretor do filme e de ‘Bacarau’, ficou encantado com a atuação da senhora, sentimento não só compartilhado por ele, como por Leonardo Lacca, diretor de ‘Seu Cavalcanti’. Ele acredita que Tânia tem o que chamam de “carisma cinematográfico”, o qual toma vida em Dona Sebastiana, uma personagem cativante e espontânea que acolhe Armando (Wagner Moura), como refugiado. Pode-se dizer que a atriz e a personagem são uma pessoa só, uma ideia que toma ainda mais forma quando descobrimos que a personagem foi escrita especialmente para ela.
E a combinação não poderia ter dado mais certo. O sucesso foi tanto que a atriz foi listada nas previsões das revistas Variety e The Hollywood Reporter para a categoria de atriz coadjuvante no Oscar de 2026. E, mesmo que elas relatem ser uma indicação pouco provável, Tânia Maria segue com sua personalidade espontânea e despreocupada e já disse em entrevistas que está em busca do visto americano para acompanhar a premiação diretamente de Los Angeles.
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O artigo acima foi editado por Olivia Nogueira.
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