Her Campus Logo Her Campus Logo
Wellness

Caso Bella Hadid: Como A Xenofobia E O Racismo Estão Ligados A Procedimentos Estéticos

The opinions expressed in this article are the writer’s own and do not reflect the views of Her Campus.
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

É certo que a xenofobia e o racismo – preconceitos pautados na discriminação de pessoas provenientes de países estrangeiros e a origem étnico-social, respectivamente – causam danos psicológicos que refletem em diferentes situações.

Entre esses casos, tem-se a influência na motivação da realização de procedimentos estéticos, sendo que o público recorrente de tais operações é predominantemente feminino. Essas ocorrências se encontram presentes, também, na indústria da moda, sendo a supermodelo Bella Hadid um exemplo recente disso.

O preconceito como força motriz para cirurgias estéticas

É importante considerar que os padrões de beleza impostos pela mídia são fundamentados no arquétipo europeu, no qual as pessoas possuem cabelos claros e lisos, peles claras, traços finos, etc. Muitas vezes o cabelo crespo, por exemplo, é visto como um defeito – e não como um traço inerente à natureza do povo negro –, havendo pressão para alisá-lo.

Pode-se definir, também, a xenofobia como integrante das motivações de mudanças estéticas, uma vez que diversas populações de determinadas regiões possuem traços físicos que correspondem a sua localidade. ”As pessoas decidem fazer esses procedimentos para se encaixarem a um lugar que é idealizado, para se tornarem iguais aquilo que é definido como ‘belo”’, afirma a psicóloga Ana Paula Batista, pós-graduanda em neurociência.

Dessa maneira, vê-se a existência de uma distorção absurda no que tange às características físicas, uma vez que, caso essas não sejam tipicamente europeias, são consideradas inferiores.

Procedimentos estéticos na indústria da moda

No universo da moda, em que os padrões são ainda mais idealizados, também há casos de modelos que se submetem a tais procedimentos. Entretanto, há situações em que as mesmas se arrependem da decisão, como aconteceu com a supermodelo norte-americana Bella Hadid (25), que aos 14 anos realizou uma cirurgia plástica para afinar o nariz.

A jovem afirmou, em entrevista para a revista Vogue, que recorreu ao procedimento por crescer em um ambiente no qual se sentia pressionada com sua aparência, tanto por seus familiares, quanto pelo mercado no qual estava introduzida, já que sofria constantes comparações com sua irmã mais velha, Gigi Hadid (26).

“As pessoas sempre têm algo a dizer, mas o que eu tenho a dizer é que sempre fui incompreendida na minha indústria e pelas pessoas ao meu redor”, lamenta a supermodelo. Bella, que tem descendência palestina, revela que “gostaria de ter mantido o nariz dos meus ancestrais. Acho que aprenderia a gostar dele”.

”No caso da Bella Hadid, conseguimos observar uma autoestima rebaixada desde muito nova, por conta de comparações excessivas a sua irmã. A partir do seu diagnóstico de Síndrome de Burnout, podemos considerar que o arrependimento veio à tona, também, pelas constantes pressões e cobranças que o mundo da moda e da mídia as fazem sofrer”, ressalta Ana Paula.

Como combater preconceitos que incentivam cirurgias estéticas?

É necessário considerar que a aceitação pessoal é a principal arma para ir contra aquilo que incentivam procedimentos estéticos, como a própria psicóloga Ana Paula Batista explica: ”Se eu não me aceito, logo tenho uma baixa autoestima e forma-se um vazio interno em mim, que me fará ir em busca de procedimentos desse nicho. Isso não irá preenchê-lo porque o problema não está na minha aparência, e sim no meu emocional”.

A psicóloga aponta, ainda, para o papel dos veículos midiáticos nessa luta. ”O que é circulado nas mídias é manipulado, justamente para que você não se encaixe naquele perfil, fomentando o desejo de entrar em tal padrão de beleza”, ressalta Ana Paula. ”Então, a mídia deveria ser cada vez mais aberta e colocar pessoas de formatos diferentes para que nos identifiquemos com aquilo e enxerguemos nossa beleza natural”.

———-

O texto acima foi editado por Diovanna Mores Monte.

Gosta desse tipo de conteúdo? Siga Her Campus Cásper Líbero para mais!

Sempre me identifiquei com a área da comunicação e achei no jornalismo a melhor forma de reunir o que mais gosto de fazer: escrever, falar e descobrir coisas novas! Acredito que a informação pode mudar vidas e espero alcançar isso de alguma forma!