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Branca de Neve, Missão Impossível e mais: por que os filmes estão ficando mais caros e rendendo menos?

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Luiza Fazzi Student Contributor, Casper Libero University
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter and does not reflect the views of Her Campus.

Ao longo de 2025, a indústria cinematográfica de Hollywood tem enfrentado um dilema que mistura apostas altas e resultados decepcionantes. Filmes que prometiam liderar as bilheteiras mundiais acabaram se transformando em grandes fracassos financeiros. Estúdios apostam pesado em franquias consagradas, nomes de peso e campanhas milionárias de marketing, mas o retorno financeiro não corresponde às expectativas.

Filmes como Branca de Neve, Mickey 17, Missão: Impossível – The Final Reckoning, Novocaine e The Alto Knights ilustram bem essa realidade. O resultado? Uma sucessão de fracassos financeiros que expõem uma crise mais profunda na forma como Hollywood entende o público e o mercado.

O live-action de Branca de Neve talvez seja o mais simbólico. Com um orçamento estimado entre US$ 240 e US$ 270 milhões, o filme acumulou apenas US$ 205 milhões mundialmente, muito abaixo do necessário para cobrir os custos de produção e de marketing. A recepção negativa antes mesmo da estreia devido às polêmicas sobre alterações na história original e às críticas ao visual do filme, contribuiu para o desempenho ruim nas salas de cinema.

Outro exemplo é Mickey 17, dirigido por Bong Joon-ho, cineasta sul-coreano que conquistou o Oscar com o filme Parasita. A expectativa em torno do novo projeto era alta, mas o resultado ficou bem abaixo do esperado. O filme não conseguiu ultrapassar US$ 132 milhões nas bilheterias globais, frente a um orçamento de, aproximadamente, US$ 118 milhões.

Nem mesmo a tradicional franquia de ação escapou da onda de prejuízos. Missão Impossível – The Final Reckoning, estrelado por Tom Cruise, teve um custo estimado entre US$ 300 e US$ 400 milhões, mas fechou com uma arrecadação mundial de US$ 506 milhões. Apesar de superar o valor investido, a margem de lucro foi considerada pequena para os padrões da franquia.

Produções menores também não foram poupadas. Novocaine, comédia de ação da Lionsgate, estreou com apenas US$ 8,7 milhões nos Estados Unidos e fechou com US$ 34,2 milhões no mundo inteiro. Já The Alto Knights, da Warner Bros, considerado um dos maiores fracassos do ano, mal chegou a US$ 10 milhões em bilheteria global, frente a um orçamento de aproximadamente US$ 45 milhões.

E qual é o motivo desses fracassos?

Especialistas apontam diversas causas para essa sequência de insucessos. Entre elas estão o cansaço do público com franquias recicladas, a competição com o streaming, a inflação de custos de produção, além de campanhas de marketing pouco eficazes.

“Definitivamente, estamos passando por uma evolução, e não podemos continuar produzindo a mesma franquia de sempre. Precisamos melhorar. A maneira como fazíamos as coisas por décadas não funciona mais; agora é preciso acertar o alvo ou chegar perto dele. E muito disso tem a ver com a abundância de produtos de streaming. Quando há uma infinidade de opções para o público assistir em casa, é melhor que haja um motivo especial para ir ao cinema”, afirma Rich Greenfield, analista de Wall Street, da LightShed Ventures.

Como consequência, os estúdios de Hollywood já começaram a revisar seus calendários e estratégias de produção. Projetos de alto custo, como o live-action de Enrolados, foram suspensos antes mesmo de saírem do papel.

Impacto na indústria

A sequência de fracassos nas bilheteiras deixa claro que apostar apenas em efeitos grandiosos, nomes de peso no elenco e orçamentos milionários já não é suficiente para atrair o público. Se antes as pessoas lotavam as salas de cinema apenas pelo apelo de um grande nome ou de uma franquia consagrada, hoje o cenário é bem diferente.

O consumidor está mais seletivo, impactado por uma oferta cada vez maior de entretenimento nas plataformas de streaming e pelas próprias mudanças culturais pós-pandemia. Ir ao cinema passou a ser uma escolha mais planejada, muitas vezes reservada para títulos com forte apelo emocional, grande expectativa ou experiências realmente imersivas.

Para seguir relevante, a indústria precisa repensar suas apostas: investir menos em fórmulas repetidas e mais em narrativas originais, com orçamentos mais equilibrados e maior conexão com os interesses do público atual. Caso contrário, continuará acumulando prejuízos.

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O artigo acima foi editado por Carol Malheiro.

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Luiza Fazzi

Casper Libero '28

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