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Culture

Bandas Psicodélicas: As Melhores De Todos Os Tempos

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

De início, é preciso entender o que seria a música psicodélica. Em termos gerais, seria uma considerável gama de estilos e gêneros musicais populares influenciados pela psicodelia dos anos 1960, uma subcultura de pessoas que usavam drogas psicadélicas, como LSD, para experimentar alucinações visuais e auditivas, e ainda, estados alterados de consciência. Importante mencionar que esse tipo de estilo musical também poderia aprimorar o uso dessas drogas.

Em sua história, podemos ter como princípio a Inglaterra dos anos 1965, quando a banda Pink Floyd começou a lançar músicas fora da normalidade de seus ouvintes, na quais tratavam de temas geralmente retirados de contos de fadas, astronomia e fantasia. Essas composições também ficaram marcadas por possuírem letras unidas a melodias complexas e instrumentais diferentes com vários efeitos e instrumentos incomuns. Conforme mais canções eram lançadas mais esse estilo diferente se concretizou, sendo assim, batizado do modo que conhecemos hoje.

A banda Pink Floyd, formada em meados dos anos 1960, será o primeiro exemplo para apresentar o incrível mundo das bandas psicodélicas. O primeiro álbum lançado foi “A Piper at the Gates At Dawn”, no ano de 67. O som da Pink Floyd não tinha nada de blues e soul como as outras bandas, possuindo o mais ’psicodélico’ que alguém já havia chegado. Na saga de relançamentos após o sucesso ele ficou em nono lugar nas paradas britânicas.

Nos anos seguintes muitos outros álbuns foram lançados, porém outro grande sucesso viria em 1973, “The Dark Side of The Moon”. O disco  é considerado um dos mais importantes e influentes álbuns do Pink Floyd. Uma revolução que contém 10 faixas interligadas, sem começo, meio e fim. A banda criou um dos melhores álbuns de todos os tempos, uma obra inovadora, que não só define a banda, como o gênero e a geração. 

Como um segundo exemplo, é relevante citar uma banda que surgiu quase paralelamente com a mencionada anteriormente, porém, aqui no Brasil. Os Mutantes, formado por Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, misturava um som anárquico e psicodélico, com música erudita, samba e distorções na guitarra. 

Em 1966, o grupo passou a aparecer em programas populares. Foi assim que receberam um convite para contribuir no arranjo de uma canção de Gilberto Gil para o Festival da TV Record. O evento abriu as portas para o primeiro compacto, “O Relógio” de 1967, e a participação do disco-manifesto ”Tropicália” ou”Panis et Circensis’’, do ano seguinte. A banda lançou grandes sucessos ao longo dos anos, como o clássico “Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets” que confirmou ainda mais a genialidade de seus integrantes como o grande tom de psicodelia, basta analisar a capa desse álbum para que o assunto fique explícito.

Seguindo, outro grande sucesso nacional precisa ser citado, menciono também o enorme estouro Secos e Molhados, de 1971. Eles certamente viriam para chocar. A começar pela voz do integrante Ney Matogrosso, que confundia as pessoas pela sua androgenía e pelas suas apresentações cheias de requebrado e pouca roupa. Além disso, eles se apresentavam de caras pintadas, dançando e fazendo diversas referências ao folclore português e brasileiro. 

O disco de estreia, que contém o mesmo nome da banda contém uma capa que na época também chocava as pessoas, expondo as cabeças dos integrantes expostas em bandejas e servidas em uma mesa cheias de pães, linguiças, vinho, cebola e feijão, e fazia um contraponto com as melodias suaves e cheias de poesia que ele trazia. Suas letras e seus poemas garantem a riqueza lírica do trabalho e fizeram com que o disco, em uma época de controle e censura, conseguisse ser criativo, crítico e experimental.

Passando para os anos 2000, mais especificamente em 2005 na cidade de Nova York surgiu a dupla MGMT, que mistura rock psicodélico com Indie e música eletrônica. 

A banda lançou o primeiro álbum no ano de 2007, intitulado “Oracular Spetacular” e conseguiu grandes avaliações críticas. O álbum fez ouro na Inglaterra e nos EUA, e ainda, entrou na oitava posição nas paradas britânicas. Além de tudo, ainda ganhou título de álbum do ano pela NME (New Musical Express). O single “Kids” conquistou Platina nos EUA, e se tornou o maior sucesso da banda. Outros sucessos foram “Electric Feel”  e “Time to Pretend”.

No mesmo período surgiu, dessa vez na Austrália, uma das maiores bandas da atualidade, Tame Impala. Segundo seu líder Kevin Parker, pra quem curte banda ao vivo a banda é uma coisa, já para quem curte álbuns de estúdio, a banda é a própria para isso. 

Eles lançaram um EP em 2008 que fez sucesso criando espaço para que fosse lançado o primeiro álbum. O tal álbum veio no ano de 2010, chamado de “Innerspeaker”, que fez enorme sucesso conquistando Platina na Austrália. O sucesso também ajudou a revitalizar o movimento psicodélico de forma mais clássica, diferente da nova onda de bandas psicodélicas que estavam surgindo. 

O segundo álbum “Lonerism”, fez enorme sucesso fazendo platina. A NME considerou o álbum como um dos 10 melhores da década. O último álbum da banda lançado em 2015, “Currents”, foi direto pro Top 5 nos EUA.

Para finalizar, citarei, não uma banda por completo, mas sim um álbum. O  divisor de águas da carreira dos Beatles, o “Revolver”, lançado em 1966 e que concretizou a era psicodélica da banda considerada por muitos como a maior do mundo. Constituído por uma seleção de 14 canções bem distintas, o disco é circundado por um clima psicodélico que começa nas capas lindas e lúdicas colagens dos integrantes juntos, além de fotos e desenhos que criam uma atmosfera que é apresentada em diversas canções do disco. O trabalho musical de “Revolver”, entretanto não deve ser reduzido a esse ambiente lisérgico proporcionado por diversas faixas. As peças executadas por Paul McCartney nada têm a ver com o estilo das drogas, estas aliás, que o músico se recusou a experimentar. As composições de McCartney neste álbum, refletem questionamentos existenciais próprios e os sentimentos mais profundos em relação às dificuldades que enfrentava.

Dito isso, é basicamente essa a proposta que  as músicas psicodélicas e suas bandas proporcionam, um misto de sentimentos que pode ser interpretado de qualquer maneira, e que, para cada pessoa, tem um significado diferente. Essa é a magia do movimento, é ter sua própria visão escutando cada música criada pelos artistas, estando sob efeito de alucinógenos ou não.

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The article above was edited by Mariana Miranda Pacheco

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Marcella Giorgetti

Casper Libero '24

Garota tipicamente urbana, amante das palavras e desbravadora de novas experiências.