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chappell roan performing at the 2025 grammys
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Casper Libero | Culture

Aquecimento para o Lollapalooza: as melhores músicas de Chappell Roan

Nefertiti Beckman Student Contributor, Casper Libero University
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter and does not reflect the views of Her Campus.

Maquiagens com a presença de cores fortes que remetem a arte drag, looks singulares e um cabelo em tons flamejantes são algumas das características que sintetizam a persona artística de uma das maiores sensações do pop atual: Chappell Roan. A cantora norte-americana, de apenas 26 anos, passou anos tentando ocupar um lugar na indústria musical. 

No entanto, seu sucesso veio somente em 2024, após quase um ano do lançamento do seu primeiro álbum The Rise and the Fall of a Midwest Princess, cujo título reflete a trajetória repleta de altos e baixos da artista na busca pelo reconhecimento. O álbum, apesar de não ter obtido um grande alcance inicialmente, consolidou, alguns meses depois, a figura de Roan no desafiador status de “estrela do pop”, garantindo uma agenda de apresentações em festivais nos Estados Unidos e Europa. 

Em 2026, Chappell vai ampliar a rota de destinos para realizar seus primeiros shows na América Latina, e é claro que o Brasil não ficou de fora. Anunciada como uma das principais atrações no line up do Lollapalooza 2026, Roan tem apresentação confirmada em solo brasileiro, prevista para o dia 21 de março, no Autódromo de Interlagos. 

Por isso, separamos uma lista com algumas das melhores músicas de Chappell Roan que não podem faltar na sua playlist pré-festival para você conhecer o estilo de seu trabalho e se preparar para o show, aproveitando o máximo desse momento inesquecível!

1. Good Luck, Babe!

Lançada como single em 2024, a música não foi inserida no Rise and Fall of the Midwest Princess, mas se consolidou como a sua primeira faixa que atingiu um alcance viral nas redes sociais, como em vídeos do TikTok e Instagram, resultando em uma expansão nos grupos de ouvintes do seu trabalho. 

Na letra, Roan procura deixar explícito sua identidade como uma mulher queer ao narrar uma situação de amor não correspondido, na qual a pessoa de desejo do eu lírico – também queer – está sofrendo com a heterossexualidade compulsória.

A voz de Roan atravessa diversos tons enquanto conta a história, entre a conformidade e a raiva, ela comunica com clareza os sentimentos da personagem que conta sobre a situação. Aliada com uma sonoridade synth-pop e leves tons de balada, muito presente em suas canções, “Good Luck, Babe!” conquistou públicos diversos não só na internet, chegando a tocar na programação musical de rádios, inclusive no Brasil.

2. Pink Pony Club

Uma das últimas faixas de seu álbum de lançamento, “Pink Pony Club” é uma celebração por encontrar um lugar onde existe liberdade para o eu lírico ser quem é, sem amarras sociais e julgamentos. A música foi inspirada em uma memória pessoal da cantora – vinda de uma pequena cidade conservadora do interior – em sua primeira visita ao bar LGBTQIA+ conhecido como The Abbey, em Los Angeles. 

Na letra, é abordado o conflito interno pelo qual a protagonista passa entre o poder de expressar sua identidade e o desejo, ao mesmo tempo, de conseguir aceitação familiar. Seja um espaço físico ou somente simbólico, “Pink Pony Club” vem se tornando um hino musical acolhido pela comunidade LGBTQIA+ e que seguirá ecoando sua mensagem pelos próximos anos na história como um sinônimo de resistência. 

3. Red Wine Supernova

Marcada como a segunda faixa do Rise and Fall of the Midwest Princess, a cantora inova ao trazer uma releitura bem humorada e provocativa da canção “Champagne Supernova”, da banda inglesa Oasis, mudando o conceito original ao adotar, em sua versão, uma perspectiva de relacionamento queer feminino. Ao substituir a palavra “champagne” por “red wine”, a artista produz uma metáfora para traduzir o nível de intensidade e desejo em um relacionamento entre duas mulheres, além de reafirmar sua própria identidade como mulher lésbica.  

Assim, em “Red Wine Supernova”, Chappell utiliza a sonoridade dançante do pop com um lirismo divertido, misturando junto a eles uma série de referências como Brigitte Bardot, atriz conhecida por ser um ícone máximo de beleza no cinema francês, para transmitir uma atmosfera sensual. 

4. The Subway

Antes mesmo do seu lançamento oficial como single, que ocorreu recentemente, a cantora já apresentava a faixa em diversos festivais de música durante o ano de 2024. O mistério por trás da possibilidade da data de lançamento da canção e a brincadeira com pequenas referências em suas redes sociais, como a substituição de sua foto de perfil no Instagram para a logo da rede de fast food, Subway, gerou uma série de fãs ansiosos para escutarem a versão final. 

Na letra, o eu lírico conta a história de um amor que o abandonou e agora precisa passar pelo processo do luto de alguém que ainda está vivo. Ao realizar um leve contraste na entonação de sua voz entre frases como “she´s got a way” (ela tem um estilo) e “she got away” (ela foi embora), Roan explora o conflito de um personagem em sofrimento, incapaz de encontrar respostas. Em “The Subway”, a cantora utiliza da infiltração dos tons pop de balada suaves junto a melancolia para transmitir que características únicas nossas, como os cabelos, carregam memórias que moldam quem somos. 

5. CALIFORNIA

“California” consiste no que talvez seja sua música mais pessoal da carreira até o momento. A penúltima faixa do seu álbum de estreia é composta majoritariamente por sons de piano e teclado, refletindo a vulnerabilidade que a compositora fornece a canção ao permitir que ela seja escutada pelas pessoas mundo afora. A letra retrata, de forma sóbria, a história de alguém que deixou sua cidade natal para seguir seus próprios sonhos mas teve suas expectativas quebradas na mudança para a Califórnia, restando somente o sentimento de saudade e o desejo de voltar para casa.

Na canção, é evidente o paralelo que Roan coloca entre a composição e sua própria trajetória, pois, assim como o eu lírico, ela saiu de uma pequena cidade do interior do Missouri para tentar alcançar seus sonhos no estado da Califórnia e, devido às dificuldades tanto financeiras como com gravadoras, quase desistiu de seu sonho em seguir a carreira musical. 

Em “California”, a cantora produz uma carta permeada pelo afeto para tudo que ela abdicou na busca em prol do seu destino que, mesmo incerto e recheado por percalços, vem sendo trilhado como uma supernova em constante expansão. 

Ao abordar em suas músicas temáticas diversas, perpassando por questões identitárias, a liberdade do desejo e relacionamentos mal sucedidos, a cantora se conecta com uma nova geração de jovens que passam por situações semelhantes e que, enfim, encontraram um ambiente seguro para expressarem seu verdadeiro eu. Assim, a apresentação da artista no Brasil, em um festival com uma extensa dimensão de atrações e público como o Lollapalooza, surge recheada de expectativas, prometendo revelar, mais uma vez, sua potência musical. 

É na junção entre suas faixas e a persona artística criada, que Chappell Roan conquista um público plural, cujo sentimento de celebração percorre os corpos em movimento na pista e, pouco a pouco, conduz Roan a categoria de fenômeno global do pop. 

O artigo acima foi editado por Luana Zanardi.

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Nefertiti Beckman

Casper Libero '27

Estudante de jornalismo da Cásper Líbero. Gosto de colecionar memórias em película e escrever sobre qualquer coisa que me cause punctum ;)