Nascida na Alemanha no ano de 1965, Anja Niedringhaus começou sua carreira como freelancer para um jornal local em sua cidade natal em Hoexter, na Alemanha, aos 16 anos. Depois de terminar o ensino médio, ela passou a estudar literatura alemã, filosofia e jornalismo em Goettingen, na Alemanha. Graças à sua formação, seu trabalho sempre apresentou mais do que realmente aparenta ser.
Anja Niedringhaus/International Women’s Media Foundation
Mesmo após ter ingressado na Universidade, Niedringhaus continuou como uma freelancer para diversos jornais e revistas. Entre os muitos eventos que cobriu, o que ganha mais destaque, e que a levou para a posição de fotojornalista, foi a “Queda do Muro de Berlim” para a Agência Européia de Fotojornalismo (EPA), em Frankfurt, Alemanha, na qual entrou em 1990.
Ela trabalhou na EPA (European Pressphoto Agency) como fotógrafa principal até 2001, dedicando seu tempo em cobrir o conflito brutal na ex-Yugoslávia, e, assim, passou vários anos em Sarajevo e em Moscou. Em 2001, ela fotografou o rescaldo dos ataques terroristas de 11 de setembro em Nova York e depois viajou para o Afeganistão, onde passou três meses cobrindo a queda do Taliban. Em 2002, juntou-se e à Associated Press e se mudou para Genebra, na Suíça.
Niedringhaus capturou o que a guerra significava para suas matérias: um menino afegão em um balanço segurando uma metralhadora de brinquedo. A marinha americana lamentando a perda de 31 companheiros. Um soldado canadense com um girassol preso em seu capacete. Isto é, ela via através do olhar pela lente um lado “humanizado” da guerra, via o que as pessoas locais enfrentavam e sofriam, trazendo uma sensibilidade em suas fotos.
Menino afegão em um brinquedo segurando uma arma de mentira/ Anja Niedringhaus Afghanistan
Além de fotografar conflitos e crises políticas em todo o mundo, Anja também cobriu os principais eventos esportivos mundiais, incluindo nove Jogos Olímpicos. Ela capturou outros eventos também, como Copas do Mundo e Wimbledon. Além de diplomacia mundial, aviões solares e competições de combate. A fotógrafa mostrou seu grante talento em todos esses eventos.
Anja Niedringhaus/AP
Durante esses mais de 20 anos de carreira, Anja foi reconhecida com inúmeros prêmios.Em 2005, a jornalista e uma equipe de fotógrafos da AP ganharam o Prêmio “Pulitzer” na categoria de Breaking News por sua cobertura da guerra no Iraque. No mesmo ano, recebeu o prêmio “Courage in Journalism” da International Women’s Media Foundation.
Anja Niedringhaus/AP
Nos anos seguintes, de 2006 a 2007, foi premiada com um “Nieman Fellowship” em jornalismo pela Universidade de Harvard, que fundou o programa Nieman como “um conjunto de iniciativas para promover e elevar os padrões do jornalismo”. Além de prêmios como:” Pictures of the Year International”, “BOP- Best of Photojournalism”, “Clarion Awards”, “The Atlanta Photojournalism Seminar”, “Goldene Feder” de Hamburgo e o prêmio “Abisag Tuellmann” de fotorreportagem em 2011.
Um oficial da polícia nacional afegã que servindo a um posto de controle/ Anja Niedringhaus/AP
Após anos cobrindo diversas guerras, vendo cenas horríveis, aterrorizantes e desumanas, e mesmo assim fazendo registros fotográficos tão sensibilizados, Anja Niedringhaus foi morta por um policial afegão dentro de seu carro na província de Khost, em 2014, depois de uma viagem na qual ela e a repórter Kathy Gannon estavam com trabalhadores eleitorais e sob a proteção dos próprios soldados e policiais afegãos.
Anja Niedringhaus/GAF
Tão grande e inspirador foi seu trabalho durante vida que este ainda vem sendo exibido em várias casas de arte e museus de prestígio, incluindo o Museu de Arte Moderna de Frankfurt, a Galeria C / O em Berlim, a Coleção de Arte da Bolsa de Valores alemã em Frankfurt, o Museu de Belas Artes de Houston, Texas, bem como em museus e galerias nos Estados Unidos, Londres, Áustria, Suíça e Canadá.
Edição: Marcela Schiavon