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Adoção De Pets: Tudo Que Você Precisa Saber Antes De Tomar A Decisão

The opinions expressed in this article are the writer’s own and do not reflect the views of Her Campus.
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

A adoção de pets é incentivada para todos que pensam na possibilidade de ter mais uma companhia em casa. Afinal, nada melhor do que ter ao seu lado um melhor amigo de quatro patas, seja ele cão, gato, hamster ou qualquer outro animal que possa receber cuidados no ambiente doméstico. O período de isolamento social despertou essa vontade em diversas pessoas, porém, muita gente não avaliou com cautela o que significava, de fato, fazer uma adoção.

De acordo com a apuração da CNN Brasil, apesar de algumas famílias terem adotado animais durante a pandemia por conta de uma oportunidade para concretizar o que já havia sido decidido, teve quem realizou a adoção de pets por impulso — e se arrependeu pouco tempo depois.

A reportagem afirma ainda que o número de abandonos de animais na Inglaterra, por exemplo, cresceu conforme os estabelecimentos e regime de trabalho foram retornando à normalidade. Aqui, no Brasil, a realidade não é diferente. Segundo Rosangela Gebara, gerente de projetos da Ampara Animal, em entrevista para a Exame, houve cerca de 60% de aumento na quantidade de animais abandonados no país entre julho de 2020 e o terceiro trimestre de 2021.

No entanto, para Patrick Damasceno, voluntário na ONG Amigos de São Francisco desde 2018, mesmo diante desses números alarmantes em todo o mundo, situações como essas podem ser mais raras quando há uma otimização no processo de seleção e pós-adoção.

“Mesmo antes da pandemia, nosso trabalho já ocorria à distância. O site recebia atualizações sobre a disponibilidade dos animais resgatados, nossos processos de seleção, adoção e pós-adoção também tinham versões online. Durante o lockdown isso não mudou, e com ajuda dos voluntários, conseguimos administrar todas as tarefas necessárias”, afirma.

Deste trabalho em grupo, a ONG, que começou a atuar em 2012, chegou em altos números, quando comparados às médias anteriores. Foram 620 resgates e 672 adoções entre 2020 e 2021.

Entrevista para adotar um animal?

Para evitar abandonos, bem antes do início do isolamento social, a equipe da Amigos de São Francisco já incorporava em seu procedimento a regra de enviar um questionário longo para todos que tivessem interesse em adotar um pet.

“É um documento de mais ou menos dez páginas com perguntas sobre a rotina da casa. Se a pessoa já não tem paciência nesse estágio, ou evita dar detalhes sobre sua vida, na sequência encerramos o contato. Mas, quando recebemos tudo preenchido, o formulário é analisado e depois marcamos uma entrevista, que pode ser online também”.

Damasceno explica que essa é a oportunidade para comentar com maior riqueza de detalhes o que foi mencionado no questionário, dizendo diretamente para o interessado em adotar sobre todos os pontos que podem ser um obstáculo para a adaptação do novo bichinho.

“Durante a etapa do questionário pedimos um vídeo da casa, assim podemos analisar possíveis rotas de fuga, estrutura para as necessidades do animal desejado, segurança principalmente. Então, por exemplo, para gatos, o apartamento precisa ter tela de proteção. Para cachorros, algumas janelas podem ser perigosas… Analisamos tudo isso”.

O que devo avaliar antes de adotar?

“Acho que o principal passo é entender que o animal não é de pelúcia. A gente está falando de seres vivos que vão necessitar de cuidados especiais de saúde, atenção e, é claro, que irão requerer uma série de gastos, por cerca de quinze anos”. [EM DESTAQUE COM CITAÇÃO, SUGESTÃO].

Segundo Damasceno, é preciso compreender que a adoção também significa passar a gastar dinheiro com tudo que for necessário para o animal, como remédios, coleira, alimentação… Além disso, apesar da diferença entre tipos de bichinhos e suas respectivas raças ou idades, todo animal precisa de carinho frequente. “A pessoa tem que ter ciência de que sua rotina irá mudar totalmente”, completa.

Vale adicionar que a necessidade de atenção é constante, porém, ainda mais intensa durante a etapa de adaptação do pet ao novo lar. “O animal não chegará em um novo lugar e no mesmo dia saber onde fazer suas necessidades ou quando pode latir. O bichinho provavelmente irá estranhar, ficar sem comer, chorar… A pessoa precisa estar disposta a trabalhar na adaptação por um tempo”.

E se a adaptação falhar?

Após cada adoção, a equipe da ONG se mantém em contato para saber como o processo está se dando na casa. No começo, a comunicação acontece de dois em dois dias, mas depois esse período de tempo se alarga para conversas semanais e, em seguida, mensais.

“Já aconteceram casos em que percebemos que o animal não estava feliz na casa. Em algumas situações mandamos dicas, em outras recomendamos um adestrador, porém, já ocorreu de notarmos que o adotante não dava a devida atenção para que o processo de adaptação desse certo. Pedimos para que o animal voltasse para a ONG, era a opção mais saudável”.

Entretanto, Damasceno garante: a adaptação requer apenas a vontade genuína de ter um animalzinho em casa e a disponibilidade de dar a devida atenção

Se esse for o seu caso, pode entrar em contato com a ONG Amigos de São Francisco pelo site: https://amigosdesaofrancisco.com.br/ 

Mas, se prefere ajudar os animais de outra forma, pode participar da arrecadação de fundos destinada à organização. A Her Campus Cásper Líbero organizou uma vaquinha, é só doar pelo link: https://abacashi.com/p/hc-amigosdesaofrancisco 

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O artigo acima foi escrito por Gabriela Sartorato e editado por Ysadhora Medeiros. Gostou desse tipo de conteúdo? Confira a Her Campus Cásper Líbero para mais!

Journalism student of Cásper Líbero University and Senior Editor at Her Campus . Follow me: @gabs_sartorato