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A nostalgia do analógico: por que a fotografia de filme está tomando força na era digital?

Mariana Lima Student Contributor, Casper Libero University
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter and does not reflect the views of Her Campus.

O ato de fotografar para registrar memórias e eventos marcantes tornou-se fácil com os celulares sempre à mão e com as redes sociais, que permitem compartilhar quando e quantas fotos quiserem.

Mas agora, algo do passado está surpreendentemente voltando: O uso de câmeras analógicas e da fotografia em filmes. Muitos jovens estão comprando esses modelos ou até mesmo resgatando as câmeras de familiares que ficaram guardadas por muito tempo. 

A nostalgia através das lentes

Ao longo do tempo, a forma de retratar o mundo ultrapassou os olhos humanos e passou por diversos processos de mudança. A fotografia, que começou em preto e branco, ganhou cores e se tornou uma ferramenta única para capturar emoções e histórias. 

“Pode ter certeza que essa volta da fotografia de filme possui um ar nostálgico, afinal, foi uma das primeiras formas de fotografar. No meio da era digital que vivemos, as pessoas querem resgatar um tom vintage e retrô”, explica a entrevistada Beatriz Bent, formada em fotografia. 

Esses filmes são lembrados muitas vezes em momentos familiares, carregando um lado emocional que mostra o valor dessas câmeras possuía em uma época sem a praticidade atual, algo que as novas gerações, imersas na tecnologia, raramente percebem.

Quando fotografar vira hobby

“Você precisa aprender como usar a câmera para ter um bom resultado. Não é apenas apertar um botão, existem processos que diferenciam da fotografia digital”, comenta Beatriz. 

Muitas pessoas que gostam de fotografar acabam descobrindo no analógico não só um passatempo, mas também um hobby que mistura lazer e arte. O ato de registrar em filme dá um toque único, uma forma especial de transmitir a visão do mundo. 

Segundo a entrevistada, uma das justificativas para esse interesse está justamente nos rolos de filme: “Os rolos limitam a quantidade de fotos que você pode tirar, então é necessário ter certeza do que registrar. Isso dá um gosto especial à câmera analógica, instiga a criatividade e faz com que haja mais preocupação tanto com o que fotografamos quanto a forma de fotografar”. 

Essa limitação quebra o costume no qual todos possuem com fotografar com o celular, onde não há restrições e a prática acaba se tornando algo mais genérico. Com a câmera analógica, o interesse cresce e muitas pessoas passam a estudar e explorar essa forma criativa de expressão, que transmitem muitas vezes sentimentos. 

Os traços únicos do Analógico 

Outro motivo que explica a retomada desse costume são as características que não são reproduzidas no digital. Segundo o artigo Fotografar com filme na era digital, por trás da fotografia analógica existe uma autoria: uma estética fina, com tom de romantismo, e não apenas a valorização de equipamentos tecnológicos.

Diversos modelos de câmeras e filmes oferecem diferentes possibilidades de filtros, formatos e aspectos, abrindo portas para explorar e valorizar detalhes únicos. 

Para Beatriz, um dos encantos do analógico é a granulação: “Os filmes têm um charme que eu particularmente gosto bastante: o aspecto granulado, que varia de acordo com a exposição à luz, por conta de configurações muitas vezes da própria câmera. No digital, precisamos recorrer a efeitos para acrescentar nas fotos.” 

A força das redes sociais

A fotografia de filme, seja ela profissional ou entusiasta, é muitas vezes impulsionada ou reconhecida através das redes sociais, que ajudaram a dar visibilidade e a despertar o interesse por esse estilo.

“As redes sociais trouxeram um destaque e transformaram a fotografia analógica em uma tendência”, afirma a entrevistada.

Além de divulgar imagens, as plataformas também se tornaram espaço para compartilhar conhecimento e experiências com câmeras analógicas. Assim, a sensação de nostalgia e a curiosidade em ter esse contato alcança mais pessoas.  

Um exemplo disso é a volta da popularidade das Polaroids, nas quais você consegue ter a foto revelada instantaneamente em conjunto com o contato com o filme fotográfico.

Existem, portanto, muitos motivos que justificam a fotografia de filme estar tomando força novamente — entre eles, a experiência que provoca nas pessoas.

“Nós só descobrimos se a foto realmente ficou boa no momento da revelação. Eu acredito que isso instiga as pessoas, porque causa uma expectativa, um pouco de adrenalina, para ver o resultado do trabalho e avaliar o que pode ser melhorado nas próximas fotos”, conclui Beatriz.

Assim, serve de convite para explorar e conhecer um pouco do mundo fotográfico para além das câmeras digitais, abrindo espaço para uma ampla experiência na forma de registrar memórias.

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O artigo acima foi editado por Eduarda Lessa.

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Mariana Lima

Casper Libero '28

My name is Mariana, a journalism student at Faculdade Cásper Líbero. I enjoy reading and writing, especially in the areas of politics and culture, always with the aim of informing others!