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Culture

5 Pessoas Que Estão Se Dedicando À Arte Durante O Isolamento

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Uma das maneiras que o ser humano encontrou para expressar seus sentimentos foi através da arte. Em momentos que nos encontramos inseguros, ansiosos ou mesmo chateados com a situação mundial, dedicar-se a uma atividade que nos distraia é de extrema importância.       

Desde o início da pandemia muitos foram os conteúdos produzidos para conectar pessoas pelas redes sociais, um dos maiores exemplos foram as Lives. Além delas, encontramos vídeos de personalização de roupas, performances, artes visuais, entre outros. O Museu do Isolamento ‐ primeiro Museu online criado para abrigar artes feitas durante o período de quarentena ‐ é um dos exemplos de como artistas e não artistas reagiram à pandemia. Com 984 obras e mais de 84 mil seguidores ele é uma das referências para encontrar manifestações contemporâneas.

Além das artes visuais, as pessoas têm encontrado outras alternativas para se expressarem ou aperfeiçoarem seus trabalhos. Abaixo listamos cinco técnicas e os artistas que têm se dedicado a elas.

BORDADO

Laura Valadão se considerava uma pessoa “não artística” até conhecer o bordado, já que antes da pandemia ela não fazia nenhuma produção artesanal. A relações-públicas tentou pintar azulejo e tecido antes de bordar, mas foi com as linhas que ela se identificou. “Gostei muito de todo o processo criativo: decidir o desenho, medir a tela, fazer o rascunho e começar a bordar. Achei super relaxante, é muito gostoso ver a ideia ficando pronta e, também percebi que sou melhor bordando do que pintando qualquer coisa.”

Seu primeiro bordado foi para ela mesma, os outros ela fez para presentear amigos. Entre as imagens escolhidas estão desenhos e frases com piadas internas: “Acho muito carinhoso dar uma coisa feita por mim, feita especialmente para aquela pessoa, pensada totalmente nela, única e intransferível”.

Durante o processo de criação Laura diz se manter totalmente focada, coloca uma playlist no celular e o mantém longe dela para assim poder sair completamente do mundo virtual. Além disso, ela se desvincula do trabalho, atualmente em modelo home office, ela acredita que a pandemia fez com que ela precisasse estar sempre online, e quando está bordando é um momento único, quase como um momento de elevação espiritual. “Eu entro na minha própria cabeça e fico sozinha com meu bordado, sem interferência externa. É realmente como se nada nem ninguém pudesse atrapalhar o meu momento”.

PRODUÇÃO MUSICAL

O designer e estudante de farmácia, Arthur Hatae, consegue estar perto dos amigos mesmo no período de pandemia. Eles se reúnem virtualmente para produzirem e reproduzirem canções como Mountain Sound, da banda Of Monsters And Men. Nessas produções ele realiza diferentes funções, como tocar instrumentos, produzir as músicas, mixar e editar os vídeos.

Arthur diz que também se sente bem produzindo na quarentena, tanto durante o processo quanto ao ver o resultado final, e que isso o mantém aquecido musicalmente, já que a banda em que é guitarrista ‐ The Weasels ‐ não está podendo realizar shows presenciais. Ele afirma que pretende continuar com a produção musical mesmo após o fim do isolamento. 

PINTURA

Uma das coisas que Beatriz Prada conseguiu fazer durante o isolamento foi pintar o muro de sua casa, que a incomodava há algum tempo, com flores e novas cores, o ambiente tornou‐se mais agradável. Sem a necessidade de locomoção, ela conseguiu adaptar uma nova rotina aos seus afazeres cotidianos. No começo foi mais difícil, pois eu me cobrava muito a ser produtiva, tendo mais tempo livre, mas depois me adaptei à nova realidade e refiz uma rotina, agora consigo me organizar melhor”.

A designer está tendo mais tempo para testar novas técnicas de arte com pinturas digitais e manuais, e está se arriscando a decorar diferentes superfícies, como portas e paredes. Beatriz também está se dedicando aos estudos de design para aperfeiçoar técnicas antigas e aprender novas, como a animação, na qual ela afirma não ter muito domínio, mas que tem aprendido com cursos online. “Me sinto inspirada, pois estou estudando muito mais que antes sobre assuntos que sempre tive interesse”. Além disso, sua arte pôde ser aprimorada através de seus trabalhos como freelancer, já que muitas empresas têm a procurado para divulgação em redes sociais.

AUDIOVISUAL

A Procura que vai Chegar”, esse é o título de um dos curtas produzidos pelo ator, dramaturgo e cineasta ‐ entre outras funções ‐ Ícaro Pio, que concorre no projeto Curta em Casa, do Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias. Antes da pandemia, Ícaro realizava trabalhos direcionados a área de atuação. Com o isolamento, ele se voltou mais para criação, como a escrita de roteiros e direção de cinema. No teatro escreveu algumas dramaturgias e faz pesquisas de arte com um grupo teatral, além de estar trabalhando com orientação artístico pedagógica.

Como trabalhador independente ele diz que a produção de seu trabalho aumentou, o que dificulta a delimitação de tempo específico para o trabalho e para o descanso, o que gera uma sobrecarga sobre seu corpo. Com técnico e graduação em artes, Ícaro afirma que a arte é o seu ganha pão, por isso também exige bastante de seu tempo e crítica que deveria ser melhor acolhido pelo Estado. Todavia, como artista ele se vê amparado, já que com bastante movimentação por parte dos artistas ‐ como a criação de festivais, vaquinhas e até a reinvenção do fazer artístico ‐ conseguiu criar uma rede de acolhimento.

CERÂMICA

Depois das aulas de cerâmica estudadas na universidade, a diretora de arte e ilustradora, Jadi Medeiros, acabou deixando esse tipo de arte de lado. “Voltei a manusear a argila há um mês mais ou menos, pois descobri uma massa que não precisa de queima, ela seca ao ar, o que facilita o processo longe de um ateliê”. A ilustradora tem se dedicado a produzir artes de maneira tradicional e manual, e além da cerâmica, ela faz pinturas em tela e papel.

Além de explorar outras possibilidades em seu estilo artístico, ela afirma que encontrou na cerâmica uma maneira de se manter mais tranquila, um refúgio da alienação da internet e da procrastinação. “Gosto de manusear a cerâmica e considero muito relaxante, além de estimular minha criatividade. Sinto que volto um pouco no tempo, quando criança, brincando de massinha”. Jadi produz todas as semanas, levando em conta o tempo de secagem do material e colocando estimativas de criação. Mesmo com a preguiça que surge às vezes, ela se mantém focada e se sente realizada com o resultado final.

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The article above was edited by Danielle Amedore.

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Silchya Rodrigues

Casper Libero '20

Hello! My name is Silchya Rodrigues and I am a journalism student at Faculdade Cásper Líbero. I am a militant of the black movement and have worked at the Africásper Collective for three years. I am interested in all matters.
cuore in allarme journalist, writer, artist and everything else in between ✉ laurapferrazzano@gmail.com