Para você que já zerou o catálogo de filmes do Netflix e adoraria saber mais sobre a vida de algumas personalidades do ramo musical, fizemos uma lista com cinco documentários musicais incríveis que estão disponíveis nas plataformas de streaming.
1. Simply Complicated
Foto: Youtube
O documentário acompanha a rotina da cantora, atriz e escritora Demi Lovato. Lançado em 2017, em seu canal no YouTube, é possível ver depoimentos da cantora e amigos sobre a sua vida diante dos holofotes. De maneira simples, Demi Lovato mostra detalhes sobre a sua carreira, como em momentos no estúdio, gravando músicas para seu álbum.
Apresenta também revelações sobre a vida pessoal., falando de sua relação com as drogas ao assumir que gravou seu último documentário “Stay Strong” não estando sóbria, além de contar sobre as reabilitações que passou. A cantora desabafa acerca do seu relacionamento com Wilmer Valderrama, ator com quem ficou durante 6 anos, se abre em relação a história do seu pai biológico e sua dinâmica familiar.
Simply Complicated, no decorrer de um pouco mais de uma hora, aproxima os espectadores de Demi Lovato e mostra que às vezes o complicado é simples.
2. Little Girl Blue
Foto: DCM
Janis Joplin cantava Blues, tentou o Folk, foi parte da Big Brothers & The Holding Company, participou do famoso festival de Woodstock e veio ao Rio para o carnaval. Por trás da mulher com a voz marcante e cheia de personalidade, existia uma pequena garota triste. O documentário, dirigido por Amy Berg, é conduzido por cartas escritas pela própria Janis e enviadas para a família ao longo de sua vida.
Os primeiros relatos são dos familiares: sua irmã e irmão. Eles contam como foi difícil para a menina viver em uma pequena cidade do Texas. Por não se encaixar no padrão vigente do que deveria ser ou parecer uma garota e com opiniões controversas para uma sociedade sulista dos anos 50, Janis sofreu com as provocações de colegas durante toda a sua vida escolar.
O documentário narra todas as viagens da cantora: desde Port Arthur, sua cidade natal, para Austin, onde muito mudou. Foi lá que ela encontrou a música que queria cantar e o que queria fazer. No entanto, o bullying dos colegas não cessou – eles não estavam preparados para uma mulher como Janis Joplin. E depois, de Austin para São Francisco. Ela dizia que foi ser livre na Califórnia. E lá, ela decolou e afundou. Começou a cantar em bares, mas também teve seu primeiro contato com um parceiro recorrente em sua vida, as drogas.
Cada parte do documentário é seguida por uma performance em vídeo da artista. Como grande parte das músicas eram autobiográficas, depois de entender o que estava acontecendo em sua vida, as letras se tornam claras como cristal. Berg conseguiu captar todas as faces de Janis. A Janis que namorava muito e não ligava, a que participou do Verão do Amor em São Francisco, a que não conseguia segurar a energia quando cantava, a que se apaixonou no Rio de Janeiro e, por último, a que perdeu a vida para a heroína.
3. Gaga: Five Foot Two
Foto: Netflix
Lady Gaga fez sucesso com roupas extravagantes e surpreendentes, como o icônico vestido de carne, mas no documentário conhecemos uma Gaga completamente diferente: de moletom, em sua cozinha, dançando e cozinhando com as amigas. Durante as filmagens, ela estava se preparando para a apresentação do Super Bowl em 2017, e o documentário se inicia com filmagens deste espetáculo.
Além da produção do seu quinto álbum, Joanne, a doença crônica que a cantora possui também é explorada. Acompanhamos suas visitas ao hospital e podemos ver as dores constantes que assolam a rotina da artista. Sobre compor, Lady Gaga se abre e relata o quão importante suas letras são para ela, declara que escrever é como fazer uma cirurgia de coração, pois é preciso visitar as partes danificadas. De shows a batizados, o público consegue entrar na vida da artista.
4. What Happened, Miss Simone?
Foto: Amazon
Nascida como Eunice Waymon, na Carolina do Norte em 1933, Nina Simone – como ficou conhecida durante toda sua carreira – conta sua própria história neste documentário original da Netflix. Lançado em 2015, o filme é dirigido por Liz Garbus e concorreu ao Oscar como melhor documentário. O longa é composto majoritariamente por vídeos e áudios de entrevistas recuperados, mas também contém entrevistas com os amigos mais próximos de Simone e sua filha.
A diretora conta a história de Nina cronologicamente: sua infância solitária aprendendo música clássica até sua morte na França. Sua carreira começou a decolar quando Andrew Stroud (seu marido) virou o empresário, e agenciou a cantora para grandes mídias e shows – o que poucas pessoas sabiam, no entanto, era a relação abusiva e violenta que os dois mantinham. Simone também foi uma revolucionária, embora isso tenha custado uma parte de sua carreira; participante ativa do movimento pelos direitos civis, nunca escondeu suas opiniões e fez delas, muitas canções políticas que a afastaram da mídia e de contratos.
Passava do bom humor para a agressividade em minutos e chegou a ter um colapso mental antes de um show. Deixou o marido, a filha e os Estados Unidos, foi para a África e depois para a Europa, onde viveu seu período mais obscuro – sozinha e sem dinheiro, definhava nos bares de Paris. Diagnosticada com transtorno bipolar e depressão, Nina foi ajudada por amigos e se reergueu aos poucos, embora nunca igual aos seus dias de no auge. Garbus e sua equipe mostram a cantora que todos amavam e a que ninguém conhecia de maneira esplêndida, não deixando nos escapar Nina ou Eunice.
5. Tropicália 50 Anos
Foto: Youtube
Nem Bossa Nova, nem Jovem Guarda: o movimento é a Tropicália. O especial feito pela TV Brasil, em 2017, comemorando os 50 anos do movimento conta com relatos de historiadores, jornalistas e artistas da época em um pouco mais de 25 minutos. É difícil saber o que veio primeiro, o nome ou o movimento. Mas foi uma exposição de artes plástica feitas por Hélio Oiticica, onde revolucionou ao dar a opção ao espectador de fazer parte da obra.
A mostra de Hélio, em 1967, acabou nomeando o álbum de Caetano Veloso, esse considerado sim um marco do movimento. Engajado na política desde seu nascimento, o tropicalismo explorou todas as formas de arte, unindo o contemporâneo e o tradicional. É claro que a performance de “Alegria, Alegria” no festival da Record é bastante emblemática, mas não podemos esquecer que o movimento também foi para o teatro, na peça “O Rei da Vela”.
A Tropicália foi a voz de uma geração, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa foram alguns dos porta vozes que viviam um instante de ruptura e inovação no país. Através de fotos e vídeos recuperados da época podemos sentir como era viver aquele momento, podemos ver jovens fazendo história usando a arte como forma de protesto, fugindo da dor e mostrando a alegria que ainda persistia em meio a repressão.
Edição: Letícia Giollo