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50 Anos De “O Poderoso Chefão”: Vale A Pena Assistir Esse Clássico?

The opinions expressed in this article are the writer’s own and do not reflect the views of Her Campus.
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Nas listas de melhores filmes de todos os tempos, é comum que “O Poderoso Chefão” apareça entre os escolhidos, muitas vezes em primeiro lugar. Mesmo após ter completado, em 2022, 50 anos de seu lançamento, o longa ainda é citado e aclamado, não só pelos críticos de cinema, mas também pela grande maioria do público. Entretanto, sei que muitos – especialmente quem nasceu no início dos anos 2000 – não entendem o porquê de um filme sobre a máfia italiana ser tão reconhecido e ovacionado. Por ser uma obra antiga, concluem que é chato e muito lento no desenvolvimento da história. Mas, pode ter certeza de que vou mostrar que o longa vale realmente o seu tempo.

A Construção do Filme

Baseado no romance escrito por Mario Puzo em 1969, o filme acompanha a vida de Michael Corleone enquanto ele se transforma no implacável Don de sua mafiosa família italiana de Nova York. A adaptação, para ocorrer do jeito que conhecemos, foi resultado de uma intensa briga entre o diretor, Francis Ford Coppola, e a produtora Paramount Pictures. Quase que o estúdio não permitiu a escalação de Marlon Brando e Al Pacino no longa, ou impediu que o filme se passasse nos anos 40. Imagina se Coppola cedesse às mudanças? Provavelmente o resultado filme tão marcante como é até hoje.

É difícil destacar apenas algumas cenas memoráveis, pois o filme inteiro ocorre de maneira épica. As atuações deslumbrantes, a trilha sonora inesquecível, os diálogos marcantes, a fotografia excelente, a direção de arte impecável… é até complicado encontrar palavras o suficiente para descrever essa obra. Não posso deixar de fora as grandes frases ditas no filme, com destaque para as seguintes:

Eu vou fazer uma oferta que ele não vai poder recusar”

“Ele deveria ter cuidado. É perigoso ser um homem honesto”

“Não é nada pessoal. São apenas negócios”

“Não odeie seus inimigos. Isso afeta o seu juízo”

“Deixe a arma, pegue o cannoli” (a melhor!)

A produção, como um todo, influencia quem está do outro lado da tela. É complexo deixar de assistir, pois a ambientação, o roteiro e as atuações transportam o espectador para dentro da trama, como se estivéssemos ao lado de Vito Corleone. E, até certo ponto, podemos questionar o que é ficção e o que é realidade – tanto que é visível a influência de alguns mafiosos reais nos personagens.

Por que o longa é importante para a história do cinema?

Existem vários filmes sobre máfia e gangues em Hollywood, entretanto, foi “O Poderoso Chefão” que abriu caminhos de todos os tipos de ideias inovadoras para o rascunho de um Don da máfia, ou um líder de gangue. Assim, influenciou a maneira como o mundo pensa sobre a máfia e serviu de modelo para todas as obras sobre gângsteres que vieram depois.

Além disso, o trabalho foi essencial para a carreira individual dos atores, garantindo a Marlon Brando o Oscar de “Melhor Ator” em 1973 e, sem dúvidas, a melhor atuação de sua carreira. Ainda, alavancou a carreira de outros, como Al Pacino, Robert de Niro e Diane Keaton. “Scarface” de Brian de Palma, “Desafio no Bronx” de Robert de Niro e “Estrada para a perdição” de Sam Mendes são alguns dos longas que beberam da fonte de Don Corleone.

A lista de indicações e vitórias é também uma das evidências da importância do filme. Foi indicado a onze categorias no Oscar e ganhou três: Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator; levou cinco dos sete Globos de Ouro e ganhou o Grammy e o BAFTA de “Melhor Trilha Sonora Original”. Contando com o segundo e terceiro filme, a trilogia “Poderoso Chefão” faturou nove estatuetas do Oscar.

O longa ainda foi selecionado pelo National Film Registry (coleção de filmes dos EUA, selecionados para preservação por suas contribuições históricas, culturais e estéticas), por mostrar a perspectiva de um gângster no surgimento de uma máfia como consequência da corrupção generalizada da sociedade. Somente 825 filmes foram escolhidos, dentre os milhares já produzidos. É difícil descrever tamanha importância que a obra detém para Hollywood. 

A repercussão da crítica e do público

Sabe-se que é raro um filme conseguir atender as exigências dos críticos e ficar na memória do público. Muitas vezes, é um ou o outro. Contudo, “O Poderoso Chefão” é uma das exceções. No Metacritic, o filme detém uma nota 100, a partir da avaliação de diversos veículos conceituados, e uma nota 92 do público, com mais de 3.500 avaliações positivas de 3.700. No Rotten Tomatoes, alcançou 97% de aprovação dos críticos e 98% do público, com mais de 250.000 avaliações. Mais e mais sites vão apresentar números similares, concluindo que Don Corleone conseguiu conquistar o mundo… literalmente. 

Em suma, o filme está entre as produções mais significativas da história cinematográfica. Como consequência de seu sucesso, temos a manutenção de características do surgimento da máfia e o lançamento de novos talentos na indústria. A narrativa utiliza de fatos, com detalhes e reproduções meticulosas, para construir o nascimento da máfia como resultado da corrupção da sociedade. “O Poderoso Chefão” é um clássico, uma das produções mais bem sucedidas entre o público e a crítica, mesmo após 50 anos de seu lançamento.

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O texto acima foi editado por Daniela Soares.

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Marina Olim

Casper Libero '25

18y Journalism – Cásper Líbero coffe & books "Words are, in my not so humble opinion, our inexhaustible source of magic. Capable of hurting and healing" – Harry Potter and the Deathly Hallows, J.K. Rowlling