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Amazônia Azul: entenda como a COP 30 pode impulsionar a proteção dos oceanos

Mariana Lima Student Contributor, Casper Libero University
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter and does not reflect the views of Her Campus.

A Amazônia Azul é o termo dado ao vasto território oceânico pertencente ao Brasil e possui uma data de comemoração: 16 de novembro. A celebração tem como intuito conscientizar e priorizar a importância do território marítimo brasileiro. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o período de uma década, até 2030, para que ocorra o desenvolvimento sustentável da ciência nos oceanos.

Com a COP 30 (Conferência das Partes) sendo sediada em território brasileiro, em Belém (PA) neste ano, a luta pela preservação e pelo desenvolvimento marítimo ganha um espaço de debate ainda maior, potencializando o impulso à proteção dos oceanos.

Amazônia Azul: Suas riquezas e seu potencial

O território marítimo brasileiro equivale à superfície da Floresta Amazônica, uma região na qual apenas o Brasil possui o direito de explorar economicamente. É formado por uma grande diversidade de animais marinhos, simbolizando riqueza genética e uma biodiversidade ainda inexplorada em sua totalidade, além de ser rico em recursos energéticos e minerais, como petróleo e gás natural, que compõem uma parcela importante da economia nacional.

Nomeada como Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil, a área é utilizada também para navegação, pesca, turismo e geração de energia renovável. De acordo com dados da Marinha, é da Amazônia Azul que são retirados cerca de 85% do petróleo, 75% do gás natural e 45% do pescado produzido no país. Além disso, pelas rotas marítimas, são escoados mais de 95% do comércio exterior brasileiro.

O nome atribuído à faixa oceânica busca estabelecer uma equivalência com a importância da Amazônia Verde, demonstrando que são necessárias ações de preservação e cuidado igualmente com a parte marítima. As duas áreas da natureza estão diretamente conectadas e precisam de atenção para que o ecossistema seja preservado e, consequentemente, a vida humana também. 

A urgência em proteger o território marítimo 

Segundo dados do Portal Amazônia,  a Amazônia Azul é pobre em nutrientes devido às características de suas águas, o que dificulta o desenvolvimento de cadeias alimentares mais complexas. Somado a isso, há o impacto da sobrepesca, que interfere no tempo de reprodução dos animais.

Outra ameaça à preservação da região é a exploração não sustentável e ilegal dos recursos naturais oceânicos. Assim como ocorre na Floresta Amazônica, a falta de políticas públicas que garantam proteção e prevejam punições para os crimes ambientais dificulta severamente a manutenção das riquezas naturais.

A urgência na preservação da biodiversidade marinha já é um tópico abordado pela ONU (Organização das Nações Unidas), que reconhece que o planeta enfrenta três crises ambientais interligadas: a climática, a causada pela alta poluição e a de perda crescente de biodiversidade. Todas elas impactam negativamente os oceanos, contribuindo para o aquecimento, a poluição das águas e a redução da reprodução da vida marinha.

Oceanos ganham espaço nas discussões da COP 30

Neste ano, a 30ª COP da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) está acontecendo no Brasil, na região de Belém, e uma das pautas abordadas é a dos oceanos. Esta edição conta com um espaço ampliado para debates, projetos e exposições voltados à conservação marinha e à importância da preservação da natureza como um todo.

Além de ampliar as abordagens sobre a biodiversidade marinha, pela primeira vez o encontro contou com uma convidada específica para tratar dos oceanos: a bióloga e professora brasileira Marinez Scherer. Sua presença foi marcada pela mediação de debates sobre o tema e por um discurso direcionado a líderes mundiais, ressaltando o objetivo de incluir a faixa oceânica nas discussões da conferência.

A bióloga reforça, em suas falas, a necessidade de mudanças nas ações governamentais de preservação:

“Se continuarmos no caminho atual, as regiões costeiras correm o risco de perder até 20% do seu PIB até o final do século, apenas devido à elevação do nível do mar. Este não é um problema para o futuro — são os riscos econômicos e sociais de hoje.”

Outra ação presente na COP 30 para incluir a Amazônia Azul nas discussões foi a participação do projeto “Vozes dos Oceanos”. Liderado pela família Schurmann, o grupo concluiu uma expedição marítima ao redor do mundo, uma jornada com o objetivo de explorar fatores científicos e apresentar inovações, destacando a importância dos oceanos para a estabilidade climática.

O Pacote Azul e os planos da COP 30

Acima de todas as abordagens, o foco principal da professora Scherer é garantir que, ao final do evento, o Pacote Azul seja adotado pelos diferentes líderes internacionais.

 A iniciativa reúne um conjunto de ações e projetos já em andamento em diversos países, resultando em avanços na preservação dos oceanos. A representante espera que, ao término da COP 30, essas estratégias recebam apoio financeiro, seja de fontes governamentais ou independentes, com uma estimativa de investimento de R$615 bilhões.

Esse cenário é reconhecido por diferentes especialistas da área, como Ademilson Zamboni, oceanógrafo e diretor-geral da ONG ambientalista Oceana no Brasil, que, em entrevista à Repórter Brasil, afirmou: 

“Apesar da importância dos oceanos, a verdade é que, hoje, eles não estão em nenhuma discussão entre governos sobre metas ou financiamento de projetos contra a mudança climática. A COP 30 vai tentar mudar isso.”

Uma vez que a Amazônia Azul precisa de ações que fortaleçam sua proteção e preservação, em conjunto com a Amazônia Verde, é essencial reconhecer que as biodiversidades naturais do planeta estão diretamente ligadas à sobrevivência da vida. Por isso, torna-se cada vez mais necessário promover o desenvolvimento sustentável e priorizar a conservação desses ecossistemas de maneira prática.

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O artigo acima foi editado por Mariana Garcia.

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Mariana Lima

Casper Libero '28

My name is Mariana, a journalism student at Faculdade Cásper Líbero. I enjoy reading and writing, especially in the areas of politics and culture, always with the aim of informing others!