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V Semana de Mulher e Mídia: Mídia e Feminismo

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

A V Semana da Mulher e Mídia, organizada pela Frente Feminista Casperiana Lisandra teve início no dia 5 de março e encerramento no dia 8, Dia Internacional da Mulher. O teatro estava mais uma vez lotado e o ambiente era muito acolhedor.

 

 

A Lisandra abriu o último dia do evento com o vídeo O que eu posso mudar com o feminismo? produzido por e com mulheres da faculdade, que passava a mensagem de que trabalhando juntas, as mulheres podem mudar o mundo. Depois do vídeo, uma membra do grupo de ação da Frente falou sobre a luta diária das mulheres, convidou todas para a Marcha das Mulheres e sorteou o livro A mãe de todas as perguntas: Reflexões sobre os novos feminismos, da escritora Rebecca Solnit.

 

A professora Roberta Brandalise, mediadora da mesa, falou sobre a luta coletiva que envolve diversidade (classe, cor) e da importância que as comunicadores têm em passar informações para a sociedade. Após o seu discurso, chamou a Trupe Mononoke para apresentar a performance Fêmea: entre silêncios e lobos. As atrizes e dançarinas Júlia de Oliveira e Ingrid Carmo emocionaram a todos com sua dança e poesia que falava das dores e belezas em ser mulher, foram muito aplaudidas e agradeceram. Então, a professora Roberta apresentou as convidadas da mesa e deu início ao debate.

 

 

Maria Giulia Pinheiro, poeta e jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, começou contando como na época dela na faculdade a situação era diferente, que pouco se discutia sobre feminismo e ressaltou a importância do trabalho realizado pela Lisandra. Leu um poema doce e forte sobre o que é ser mulher, e disse que é contra o novo feminismo, pois ele é neoliberal e com isso, o capitalismo acaba se apropriando das pautas do movimento para seu próprio benefício.

 

Ana Clara Toledo, coordenadora do projeto Beta, explicou que a Betânia é uma robô feminista que utiliza o Messenger para mobilizar pessoas diante das pautas relacionadas às mulheres, e que ela é uma iniciativa da Nossas, uma organização apartidária que tem como objetivo articular a potência e reconstruir a política. Associando ao que a Maria Giulia havia dito sobre o capitalismo, Ana Clara contou que muitas empresas querem patrocinar a Beta, e que ela e sua equipe são extremamente responsáveis ao fazerem parcerias,  e citou como exemplo a parceria feita com a marca Ben & Jerry’s e o Minha Sampa (outro projeto do qual ela faz parte, e luta por uma São Paulo mais democrática) em uma campanha contra o assédio a LGBTs.

 

Vivyane Garbellini, mestra em comunicação pela Faculdade Cásper Líbero, disse que era o dia de celebrar a luta e mostrou a mudança dos discursos nas revistas ao longo dos anos. Mas enfatizou que muitas vezes, em uma mesma revista existirão assuntos ambivalentes. Vivyane disse que as mulheres podem e devem sugerir pautas dentro das editoras, porque só assim as coisas continuaram mudando.

 

Cristiane Zovin, professora do curso de Publicidade e Propaganda na Faculdade Cásper Líbero, falou das mulheres invisíveis no mercado, em como as mulheres reais não se vêem representadas na mídia, inclusive na publicidade e disse que isso acontece pela falta de mulheres nos cargos de Criação. A professora Cristiane citou o  tema escolhido em sua tese de doutorado, Bonequização da Mulher e o quão absurdo é saber que existem mulheres que passam por tratamentos para “emburrecerem” e se tornarem Barbies, tanto no exterior quanto no interior.

 

Posteriormente, a professora Roberta comentou sobre a Barbie Frida Kahlo, parte da coleção lançada pela Mattel em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, e abriu para perguntas.

 

 

A aluna Isabela do 2JOA perguntou sobre as Barbies e representatividade. A professora Cristiane disse que irá ensinar os preceitos das Barbies para a filha, e Ana Clara fala que apesar da apropriação do capital, gerou-se uma discussão importante e que essas Barbies com mulheres representativas causam um impacto positivo nas crianças. Vivyane demonstra a importância de problematizar, mas também reconhecer campanhas boas que deram certo para incentivar a continuidade do discurso e mostrar que demanda tem poder.

 

A professora Évorah Cardoso também fala sobre a questão do capital e diz que o Facebook permitiu o funcionamento da Beta por visar melhorar as relações das empresas com o público, e pediu para Ana Clara falar sobre a dificuldade de mobilização nas redes sociais. Ana Clara explicou que a Beta não conta com o apoio do Facebook justamente por isso e que há um time de tecnologia por trás que consegue hackear o sistema, e disse que as pessoas podem ajudar divulgando a Beta.

 

Para encerrar as perguntas, a aluna e membra do grupo de ação da Lisandra, Yasmin Toledo disse que percebe um meio acadêmico extremamente machista, e Vivyane disse a importância que as palavras carregam, como chamar mulheres de presidenta, e que é essencial debater sobre o tema dentro da faculdade. A professora Roberta disse que as mulheres estão em maior número na comunicação, no entanto são bem menos citadas, e a professora Cândida Almeida falou sobre o conflito entre meio acadêmico e mercadológico. Com isso, dando fim ao debate, Vivyane falou sobre o projeto Leia Mulheres, um clube de leitura voltada para a valorização das escritoras, que atualmente está presente em 26 cidades de todo o Brasil.

 

A Lisandra sorteou o livro Celebridades: a influência nos padrões de consumo no Brasil, da professora Cristiane Zovin, e a membra do grupo de ação da Lisandra, Juliana Ávila agradeceu a presença das convidadas e de todas que compareceram, e o quanto é importante as mulheres trabalharem coletivamente para evoluírem cada vez mais em suas lutas, e passou novamente o vídeo “O que eu posso mudar com o feminismo?”.

 

 

Deixo aqui o meu agradecimento à Frente Feminista Casperiana Lisandra e suas membras Yasmin Toledo, Cecilia de Abreu, Malu Mões, Natália Barão, Fernanda Magalhães, Mayara Oliveira, Bruna Heloisa, Giovanna Galvani, Juliana Ávila, Raphaella Salomão, Letícia Pugliesi e Ana Karoline Silano por darem continuidade a um trabalho incrível e apoiarem e incentivarem tantas mulheres. Nós por nós. Sempre.

Descubro quem eu sou entre uma escrita e outra.
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Ana Fanelli

Casper Libero '18

Radio, TV and Internet junior at Cásper. PHD in Hitchcock and Tarantino. Graduating in Grey's Anatomy, Downton Abbey and Gilmore Girls. Disney enthusiast. Feminist in deconstruction. Always confused. Heavy (and snoring) sleeper.