Her Campus Logo Her Campus Logo
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Oito de setembro de 2022 – a data marca o falecimento da monarca com o reinado mais longo da Grã-Bretanha, Elizabeth II. Durante os 70 anos no trono, a rainha participou de eventos com relevância mundial em que, além de exercer seu papel político, demonstraram sua importância no universo da moda. Sempre com acessórios na cabeça, o icônico colar de pérolas e a clássica bolsa preta, Lilibet criou um senso de estilo único, cheio de identidade, que perdurou até seus últimos dias.

O COMEÇO DE UMA ERA 

Se você pensa que a trajetória fashion de Lilibet teve seu início em 1952, quando esta assumiu o trono, saiba que está enganado! Já entre 1930 e 1940, a até então princesa desfilava pelo Reino Unido trajando longos vestidos plissados de estampa floral. 

Em 1946, o evento de caridade Royal Variety Performance deu espaço à mostra do ilustre vestido de cetim acompanhado por um casaco de pele. Elizabeth marcou presença no evento organizado pela família real, cujo intuito era a arrecadação de fundos para artistas. Na época, a jovem ainda não possuía um estilo fixo. Não é à toa que, com o passar dos anos, ver a rainha em um vestido desse molde se tornou raro. A era dos tailleur coloridos estava prestes a se iniciar.

Um ano depois, ao se casar com Príncipe Philip, Duque de Edimburgo, Elizabeth não economizou no glamour. O costureiro e designer oficial da corte, Norman Hartnell,  foi o responsável pela confecção do vestido de noiva. Bordados de cristais, uma cauda com mais de quatro metros de comprimento, tecido de seda da China e mais de 10.000 pérolas importadas dos Estados Unidos compunham a peça. O desenho floral traçado ao longo da cauda foi uma homenagem à Comunidade Britânica. Juntamente a um buquê de orquídeas brancas, a noiva fez jus à inspiração no quadro “A Primavera”, de Sandro Botticelli, e se mostrou tão bela quanto a deusa do amor retratada na obra.

O VESTIDO DA COROAÇÃO

Com 25 anos, após a morte de seu pai, o rei George VI, Elizabeth assumiu o posto de rainha da Inglaterra, e um momento tão relevante mereceu um traje à altura. Norman Hartnell supriu as expectativas criando uma peça repleta de bordados florais, com ornamentos de fios de ouro e prata e adornada com pérolas e cristais. O vestido de cetim branco levou oito meses para ser feito, confeccionado por uma equipe de três costureiras e seis bordadeiras. O modelo carregava emblemas botânicos de diferentes regiões da Grã-Bretanha. Rosas, Cardos, Trevos de três folhas e Alho-poró (inusitado, porém verdade), representavam Inglaterra, Escócia, Irlanda e Gales, respectivamente.

TENDÊNCIAS DA RAINHA

Elizabeth exibiu marcas de estilo únicas durante seu reinado. O uso de terninhos fluorescentes com saia, chapéus, mocassins e vestidos de tule se tornaram personificações da rainha. As cores sempre vivas e fortes em seus trajes atuavam como ferramenta de destaque em meio ao público, com o intuito de chamar atenção para a monarca. 

Roupas de tecido tweed, camisas e blusas de seda ou algodão eram peças-chaves de seus looks casuais. As marcas Grosvenor Shirts e Barbour ganharam destaque em seu guarda-roupa. Saltos de cinco centímetros ou mocassins calçavam a dama, variando entre Stuart Wetzman, Carvela, Manolo Blahnik, Kurt Geiger, Rayne, e destacando Anello & Davide. 

A bolsa de mão da rainha completava o look. Independente da situação, Elizabeth carregava uma Launer a tiracolo. Batom, espelho, caneta, óculos de leitura, balas de hortelã, cinco ou dez libras para doações à Igreja, fotografias de familiares e amuletos da sorte são alguns dos itens que levava consigo. Vale ressaltar que essa parte era fundamental ao visual, dado que o posicionamento do acessório servia como ferramenta de comunicação entre a monarca e seus assessores. Um simples movimento com sua bolsa poderia significar um pedido de ajuda para tirá-la de situações incômodas. 

OS SEGREDOS DO GUARDA-ROUPA

O palácio de Buckingham por si só já é sinônimo de sigilo, mas quando se tratava das peças da rainha, o mistério se intensificava. Cada detalhe do look era minuciosamente pensado, a fim de proporcionar conforto e garantir a escolha certa de acordo com a ocasião. 

Os trajes possuíam pesos costurados na região da bainha, com o objetivo de evitar situações constrangedoras ocasionadas por ventanias, por exemplo. Até mesmo a chuva era capaz de ditar regras quando se tratava do que a rainha vestiria – gotas caindo significavam que roupas novas não deveriam ser expostas, para evitar o risco de danos ao tecido. 

A monarca também repetia roupas, algumas de até 25 anos atrás. Essas escolhas não aconteciam em eventos ou ocasiões de exposição ao público, mas em momentos privados e feriados em família, a rainha não hesitava em vestir aquela peça escondida no fundo do armário. 

Vale dizer que seus sapatos eram testados por outras pessoas, para garantir que não estivessem apertados ou incômodos. Até mesmo as mangas de seus vestidos e blusas possuíam um comprimento específico – nunca longas ou largas demais, para não entrarem em contato com alimentos durante as refeições. 

A entrega dos looks era completa! Elizabeth sempre incluía lenços de cabeça da Burberry ou chapéus de seu modista, Freddie Fox (até 2002). O acessório de cabeça era motivo de aposta durante o evento anual Royal Ascot, semana de junho dedicada aos amantes da moda e corrida de cavalos. A curiosidade se direcionava a cor do chapéu da monarca, que se mantinha em segredo. Os ateliês de Buckingham dispunham vários chapéus já antes usados pela rainha na entrada, para que, caso alguém tentasse divulgar a informação antes do momento certo, seria enganado.

“THE CROWN”

Apesar de chapéus e lenços terem sido os acessórios para a cabeça mais utilizados no cotidiano da rainha, há uma peça fundamental em sua imagem que possui sua relevância fashion: a coroa. 

A coroa Imperial possui 2.868 diamantes, 17 safiras, 11 esmeraldas e adornos de pérolas, além de uma cruz com um rubi. Com 31,5 cm e 0,91 kg, ela foi usada cerca de 60 vezes por Elizabeth II e era guardada na Torre de Londres. O item que representa a realeza esteve na parte superior do caixão da rainha durante os dias em que seu corpo foi velado. 

LOOKS INESQUECÍVEIS

Do monocromático ao floral, a rainha Elizabeth reuniu centenas de visuais marcantes durante seu reinado. Os anos se passaram, mas Lilibet não deixou de lado sua essência fashion, sempre presente em eventos com seus visuais glamourosos e únicos. Relembre alguns dos outfits mais famosos:

  • 1961 – Jantar em homenagem a John F. Kennedy.
  • 1977 – Turnê do jubileu de prata na Nova Zelândia.
  • 1990 – Look combinado com o da nora, Princesa Diana.
  • 1999 – Royal Variety Performance.
  • 2012 – Visita ao Parque Jubilee Gardens.
  • 2022 – Início do Jubileu de Platina na Sandringham House.

_______________

O texto acima foi editado por Anna Goudard.

Gostou desse tipo de conteúdo? Confira Her Campus Cásper Líbero para mais.

Mariana do Patrocínio

Casper Libero '25

journalism student. aquarius. art lover. fashion addict. yoga practitioner. traveler.