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Lidando Com a Compulsão Alimentar Durante a Quarentena

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Se alimentar rápido demais, comer quando não está com fome, comer sozinho ou em segredo, ter vergonha do próprio corpo, evitar socialização, sentir-se triste ou culpado por comer e ir sempre a geladeira em busca de algo. Esses são alguns dos comportamentos descritos pela Psicóloga Clínica e Coach, Letícia Menezes Bonucci Yoshikawa, de quem convive com o Transtorno da Compulsão Alimentar, uma realidade mais comum do que imaginamos.

Determinada pelo CID (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) como um Transtorno da Alimentação, a compulsão traz danos físicos e a saúde mental de quem a possui. Esses transtornos, dentre os mais conhecidos a Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa e a Compulsão Alimentar (TCA), afetam principalmente as mulheres e, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), hoje cerca de 4,7% da população brasileira sofre com esses problemas, sendo a TCA a mais comum.

De fato que a compulsão afeta pessoas mais vulneráveis, Letícia conta que, na maioria das vezes, são aquelas que já trazem alguns históricos, no período da infância e da adolescência, de transtornos psicológicos que envolvem: ansiedade, depressão, stress, traumas, abuso, dificuldade para lidar com frustrações, estrutura familiar ou ambientes de convivência que incentivam padrões de beleza construídos com base na magreza. Quando isso acontece, a pessoa passa a comer para obter conforto emocional, cura de uma ferida emocional e acolhimento.

Sabendo disso, a pandemia este ano trouxe um novo desafio para quem convive com a compulsão. Letícia alerta que o isolamento social traz algumas alterações que afetam o emocional e o físico, como: estresse, medo do incerto, instabilidade emocional, alterações do sono e alimentação, tristeza e raiva, entre outros. Essas alterações podem servir como um impulso para certos gatilhos associados à momento de frustração, expectativas perante a vida, baixa autoestima e culpa.

Original Illustration by Sketchify in Canva
Assim, diante deste cenário limitado que é o isolamento social, é importante tomar alguns cuidados com a saúde a fim de estabelecer um equilíbrio emocional e físico para amenizar os momentos de crises. São eles:

  • Estabeleça uma rotina de horários para alimentação saudável: Procure ter uma alimentação regular, que sacie a fome, dando espaço para alimentos saudáveis,  evitando exageros e industrializados.

  • Procure diversificar o seu tempo livre: É sem dúvidas muito importante saber o que está acontecendo no mundo, porém evite a exposição a notícias o dia todo, o excesso de informação pode causar ansiedade.

  • Invista em atividades relacionadas a concentração e atenção: Aproveite para começar novas leituras, faça cursos nas áreas que têm interesse, atividades manuais também são ótimos para concentração ou até meditações.

  • Pratique exercícios físicos: Realize atividades físicas com pequenas metas alinhando expectativas.

  • Adquirira um novo relacionamento com a comida: A comida não deve ser um problema para ninguém, entenda ela como algo que precisa ser melhorado com pequenas atitudes, como a rotina de horários, planejamento e sem pressa.

  • Acompanhamento nutricional e psicoterápico: E o mais importante, procure ajuda, pessoas especializadas que vão te ajudar a passar por esse momento e a te fazer entender e sentir-se melhor!

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O texto acima foi editado por Giovanna Pascucci.

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Fernanda Fernandes

Casper Libero '20

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