Her Campus Logo Her Campus Logo
Riley Keough and Sam Claflin in Daisy Jones and the Six
Riley Keough and Sam Claflin in Daisy Jones and the Six
Lacey Terrell/Prime Video
Culture > Entertainment

Daisy Jones & the Six: conheça as histórias e pessoas reais que inspiraram o livro

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Uma das séries mais comentadas no último mês é a adaptação do livro Daisy Jones & The Six, de Taylor Jenkins Reid. A história apresenta a trajetória da banda fictícia The Six, desde sua criação até o auge da fama, quando se juntaram com a cantora em ascensão Daisy Jones. Apesar do grupo ser fruto da imaginação de Reid, a autora se inspirou em diversas pessoas e acontecimentos reais dos anos 70 para a construção de sua obra.

Daisy Jones And The Six at the end of the show
Prime Video

Fleetwood Mac

Tudo começou após o ensino médio, quando o casal Stevie Nicks e Lindsey Buckingham decidiram seguir uma carreira musical em dupla. Ambos já participavam de uma banda na época do colégio, que foi desfeita.

Enquanto isso, uma banda chamada Fleetwood Mac estava em busca de um novo guitarrista. Ao se depararem com Buckingham, eles o chamaram para ser o mais novo membro, mas o músico insistiu que ele e Nicks não se separariam, e, com isso, ambos entraram para o grupo.Em 1975, eles lançaram seu primeiro álbum com a nova formação, Fleetwood Mac, que atingiu números absurdos e deu a eles reconhecimento global. No entanto, com a pressão da fama também vieram novos problemas. O casamento de John e Christine McVie chegou ao fim, assim como o relacionamento de Stevie Nicks e Lindsey Buckingham.

Em meio ao caos, a banda canalizou seus conflitos e sentimentos em um novo álbum, Rumours, que conseguiu ainda mais sucesso que o primeiro. Entre os temas estavam o amor, a perda, a fama e o vício nas drogas e no álcool. Com as crises se acumulando, a banda passou por momentos de pausas e separações e, atualmente, eles estão “meio que separados”, como disse Christine McVie em 2022

Segundo Taylor Jenkins Reid, ao escrever o livro, uma de suas maiores inspirações foi o Fleetwood Mac, em especial a performance de “Landslide” do álbum The Dance. A autora escreveu para o Hello Sunshine: “Pareciam tanto duas pessoas apaixonadas, e, ainda, nunca vamos saber o que realmente aconteceu entre eles.”  

Assim como Karen e Graham são inspirados nos McVies, o complicado relacionamento de Daisy Jones e Billy Dunne é uma clara referência ao casal Nicks-Buckingham. Enquanto em suas performances eles apresentam uma conexão mágica, por trás dos olhos do público há muitos conflitos não resolvidos. A presença das drogas também está presente em ambas as histórias, visto que todos tiveram problemas com substâncias e, inclusive, internações em clínicas de reabilitação.

Mas não são apenas os personagens que possuem inspirações em pessoas reais: também houveram inspirações musicais. “Regret Me” foi escrita por Daisy após ser rejeitada por Billy. A perspectiva da mulher compondo e expressando suas emoções após um término difícil é influência direta de “Silver Springs”, do Fleetwood Mac.

Bruce Springsteen

Em uma entrevista a Marie Claire Austrália, Reid contou  que “obviamente Fleetwood Mac foi uma influência, mas para mim uma grande influência – às vezes até mais que Fleetwood Mac – foi Bruce Springsteen.” A escritora ainda menciona que leu o livro do artista e ouviu todos os seus álbuns. 

Springsteen é um cantor americano que iniciou sua carreira entre os anos 60 e 70, e atingiu sucesso mundial com o lançamento do álbum Born To Run em 1975. Ele tinha a reputação de ser um ótimo compositor, além de ser muito bom nos palcos, envolvendo seus fãs e trazendo novidades a cada apresentação.

E não foi apenas Reid que se sentiu inspirada pelo cantor: Sam Claflin, intérprete de Billy Dunne, também disse ter se inspirado na carreira e na icônica presença de palco de Springsteen para se preparar para o papel, citando “Born to Run”, em uma entrevista à Amazon.

Groupies

Daisy Jones era uma menina sozinha e negligenciada pelos pais, sendo descrita no livro como “linda e destruída”. Esses traços de personalidade fizeram com que ela se encontrasse na famosa Sunset Strip, quando tinha apenas 14 anos. A famosa rua da Califórnia era bastante conhecida nos anos 60 e 70 por abrigar groupies – garotas adolescentes que, assim como Daisy, se vestiam com roupas que as fizessem parecer mais velhas para serem aceitas nos clubes noturnos da época.

O conceito de groupie é extremamente complexo, enquanto algumas delas acreditavam saber o que estavam fazendo, outras se perguntam até hoje se aquilo foi certo. Pamela Des Barres, por exemplo, foi uma groupie. Ela já descreveu sua experiência em diversos livros e não acredita que o fenômeno seja algo ruim.

Infelizmente, a maioria dessas jovens não têm a mesma visão. Lori Mattix, que perdeu sua virgindade com apenas 14 anos com David Bowie, relembra de sua relação com Jimmy Page, guitarrista do Led Zeppelin: “Eu nunca achei que tivesse algo errado naquilo, mas talvez tivesse. Eu não acho que menores de idade devem dormir com caras mais velhos.”

Julia Misley, em sua relação com o vocalista do Aerosmith, Steven Tyler, teve experiências parecidas. Segundo ela, o cantor a persuadiu a acreditar que eles viviam uma história de amor, e até mesmo tentou convencer seus pais de passarem a ele a tutela da menina. Na época ela tinha 16 anos e ele 25.

No livro, Reid faz uma clara crítica à romantização desses relacionamentos ao descrever a experiência de Daisy. No capítulo A Groupie Daisy Jones, a protagonista relembra não saber muito bem o que estava fazendo quando perdeu sua virgindade com um roqueiro: “Eu nem tinha ideia do que estava acontecendo, não sabia por que fazia essas coisas mesmo sem estar a fim”. 

Donna Summer

Dentre os personagens presentes em Daisy Jones & The Six, não podemos deixar de mencionar Simone Jackson, melhor amiga de Daisy e cantora da era disco. Apesar de não fazer parte da banda, Simone possui um papel essencial na história, sempre estando presente quando sua amiga precisa.

Sem dúvidas, a maior inspiração da personagem foi Donna Summer, a “rainha do disco”. Summer começou sua carreira no final dos anos 60, mas foi apenas em 1974 que a cantora conheceu Giorgio Moroder e Pete Bellotte, e assinou um contrato com a gravadora Oasis. Após alcançar a fama em algumas partes da Europa, Summer levou seu sucesso aos EUA, com músicas como “Love to Love You Baby” e “Last Dance”, ganhando diversos prêmios e alcançando ótimas posições em vários rankings importantes.

Durante uma entrevista em 2008, Donna Summer fez um agradecimento à comunidade LGBTQIA+. “Desde o início, minha música estourou em clubes gays. Eles realmente abraçaram aquele som novo”. Apesar de no livro a sexualidade de Simone Jackson não ser revelada, na série ela faz parte da comunidade queer, algo que Nabiyah  Be, intérprete de Jackson, acredita ter sido um ótimo complemento, dizendo que “pessoas gays criaram a música disco”.

Além disso, Be também disse que sua personagem foi uma combinação de três artistas. “Simone foi realmente uma grande mistura de três grandes nomes, eu diria Donna, Diana Ross e Chaka Khan”.

Outras Inspirações

Em sua entrevista para a Marie Claire australiana, Reid também cita outros nomes que apareceram em suas pesquisas para escrever o livro. Entre eles estão Tom Petty, Joni Mitchell, Carole King, Linda Rondstadt, Crosby, Stills & Nash e a cena de Laurel Canyon.

Para personagens fora da banda, como Camila Dunne, a designer de figurinos Denise Wingate contou que se inspirou no arquétipo de “esposa de rockstar”, trazendo referências de Laurel Canyon, Bianca Jagger e Ali McGraw.

Tom Wright, ator de Teddy Price, também compartilhou quem o inspirou para seu papel. Ele disse ter canalizado Quincy Jones, Berry Gordy e Al Bell, além de ler o livro de Jerry Wexler, produtor de Aretha Franklin.

E além das inspirações de Reid para os protagonistas, também estão disponíveis no Spotify playlists de alguns dos atores da série com as músicas que eles escutaram para entrar em seus personagens. Confira a de Riley Keough, a intérprete de Daisy Jones:

—————–

Esse texto foi editado por Diovanna Mores Monte.

Gostou do conteúdo? Confira Her Campus Cásper Líbero para mais.

Maria Esther Cortez

Casper Libero '25

Journalism student. Passionate about culture, movies, art and music. I love to travel and explore different parts of the world.