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Culture

Como os filmes banalizam a feminilidade e os estereótipos femininos nos anos 90/2000

The opinions expressed in this article are the writer’s own and do not reflect the views of Her Campus.
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

A personagem Barbie é um dos maiores símbolos do ultra feminino e esteve presente na infância de muitas meninas, e neste ano, a diretora Greta Gerwig fez muitas mulheres se emocionarem nas salas de cinema e saírem encantadas com o live-action da boneca. 

Nas redes sociais, foi possível ver a repercussão do longa. No TikTok, muitas mulheres expressaram suas aprovações com o filme e surgiram até trends, como a do girlhood, celebrando as particularidades das mulheres e a vida feminina. 

No entanto, esses atributos e estereótipos femininos nem sempre foram apreciados e vistos como algo positivo nas obras cinematográficas, pelo contrário. Antigamente, as personagens mulheres que utilizavam muito a cor rosa eram vaidosas, se interessavam por moda e maquiagem, eram normalmente populares, precisavam ser más, burras, egoístas ou fúteis. 

Desta forma, os filmes e séries só reforçaram um pensamento misógino ao demonizar o estereótipo feminino, em que  transformaram em vilãs todas as mulheres com esse perfil. Já as mocinhas, as mulheres inteligentes e interessantes, que ganhavam o respeito do público, eram mostradas de forma mais masculinizadas, opostas às outras garotas. Ou seja, elas não se importavam com “assunto de meninas” e eram muito diferentes das outras garotas. Atualmente elas receberam, através das redes sociais, o nome de “pick me girl”. 

Um exemplo claro disso é em Meninas Malvadas, filme dirigido por Mark Waters e lançado em 2004. No filme, a protagonista Kate (Lindsay Lohan), se torna uma das vilãs após começar a se parecer como a Regina George (Rachel McAdams), a principal vilã do longa e que possui todas as características super femininas. No entanto, a Kate volta a se tornar querida pelo público ao voltar a ser como no início do filme, se tornando “menos feminina”. 

Além desse longa, outras produções dos anos 90 e 2000 afirmam essa ideia. Como no filme Garota Infernal, que a atriz Megan Fox interpreta Jennifer Check, uma menina possuída que odiava homens. E em muitas produções da Disney, como em High School Musical, com a Sharpay Evans (Ashley Tisdale) e em “Zack Cody: gêmeos em ação” com a London Tipton (Brenda Song). 

Porém, nos últimos anos estamos vendo produtores cinematográficos, como a diretora Greta Gerwig, desvencilhando os estereótipos femininos de sinônimos negativos, de maldade e superficialidade. Um filme dos anos 2000 que quebrou os padrões da época é Legalmente Loira, no qual a protagonista Elle Woods não muda para alcançar seus objetivos e ainda resolve um caso criminal com seus conhecimentos sobre cabelo. 

É importante que este assunto venha à tona e seja comentado para que as meninas não criem uma rejeição da feminilidade e entendam que isso não faz delas burras ou desinteressantes. Da mesma forma que não há problemas em não seguir os padrões das patricinhas dos filmes, afinal esta discussão é essencial para mostrar que as mulheres podem ser da forma que elas quiserem e preferirem, sem serem ridicularizadas e banalizadas. O principal é que as mulheres não sintam repulsa por serem mulheres. Ao contrário disso, sintam orgulho, admirem suas feminilidades e o fato de serem mulheres. 

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Editado por Ana Luiza Sanfilippo

Julia Noda

Casper Libero '26

Aluna de jornalismo da Cásper Libero, que ama escrever sobre moda, filmes, música e política.