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Amanda campeã: O que o fim do BBB 23 nos diz sobre a idolatria de figuras de reality show?

The opinions expressed in this article are the writer’s own and do not reflect the views of Her Campus.
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

É inegável que os reality shows ocupam um grande espaço na televisão brasileira. O motivo de tanto sucesso é o que esses programas representam para quem está assistindo. A pandemia foi um grande fator nos números de audiência, que se explica pela aproximação do público com a realidade que os participantes estavam vivendo e o que era vivido pelo público antes do isolamento social.

Amanda Meirelles foi a vencedora do BBB 23 com 68,9% dos votos totais, e levou um prêmio de 2,8 milhões de reais. A médica, apesar de não ser tão popular entre o público geral, conquistou uma base de fãs que a fizeram campeã. O que, afinal, explica essa aproximação?

O que um fã procura?

Para a psicóloga Janaina Meirelles, formada pela PUC-SP, o fã procura compensar suas inseguranças dentro do ídolo. “O ídolo traz aquilo que eu gostaria de ser, ter e mostrar, sendo uma imagem do meu desejo”, afirma a profissional.

Os realities atuais procuram trazer uma semelhança com a vida cotidiana para o público, tentando imitar a vida real, trazendo pessoas comuns como personagens principais fora da vida artística. Sendo assim, os personagens passam por problemas, brigas e comportamentos com os quais o público vai se identificar.

A ganhadora da última edição do Big Brother Brasil foi uma mulher fora da mídia, com problemas financeiros para pagar sua faculdade e que teve uma infância com muitas mudanças. Uma pessoa comum, com uma história que muitos brasileiros se identificaram e a fizeram campeã.

Com esse resultado, é possível afirmar que as pessoas procuram nas figuras publicadas alguém parecido com elas e, além disso, alguém que tenha alcançado o que elas almejam dentro da realidade que vivem.

Figuras de reality shows x figuras públicas

Durante a entrevista, Janaina diz que o artista ou influenciador, que filtra ou cria um personagem para mostrar ao seu público, se distancia do mesmo. Isso acontece por sair da identificação e aproximação do público e trazer algo mais artístico.

Até mesmo os participantes de reality show têm o seu filtro: mesmo que todos os seus passos estejam sendo gravados, ainda é possível que se mostre algo planejado – ainda seja uma imagem mais próxima da realidade.

Estratégia

Muitos artistas estão abrindo mão da sua privacidade e colocando sua vida pessoal na internet para atingir maiores números. Logo, existe uma questão de empatia e realizações, de se ver no lugar do outro. Os influenciadores que seguem o lifestyle como conteúdo de suas redes, tendem a ter números maiores. Mariana Menezes e Isabela Paoli, por exemplo, são influenciadoras que procuram trazer ao seu público todos os lados do seu dia.

Em um mundo onde as coisas acontecem de forma tão rápida, existem pessoas cheias de realizações almejadas, frustrações e problemas cotidianos de todo o tipo. Tal público-alvo deseja de alguma forma se sentir representado, para terem visibilidade no que passam todos os dias.

Desse modo, o telespectador procura na figura pública uma representação de si para o mundo, projetando nele seus sentimentos sobre si, por conta disso, muitas vezes os favoritos deste tipo de programa são pessoas que o público tem empatia sobre, o poder de se ver pelo olhar do outro.

O artigo acima foi editado por Gabriela Antualpa.

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Fernanda Palhares

Casper Libero '26

Escrever sempre foi a minha paixão, decidi entrar no jornalismo para conhecer histórias de outras pessoas, e para outras pessoas conhecerem a minha história. Contato: nanda.micheletto@gmail.com