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A Pequena Sereia alcança quase R$ 2 bilhões em bilheteria e surpreende haters

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This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Em meio a tantas polêmicas, o live action de “A Pequena Sereia”, dirigido por Rob Marshall, foi lançado no dia 26 do mês passado e já arrecadou quase R$ 2 bilhões na bilheteria mundial, conseguindo superar a onda de hate que o filme vinha recebendo por conta da escolha de Halle Bailey como Ariel.

A atriz surpreendeu o público com a sua incrível voz e por conseguir capturar a essência da princesa que já conhecemos no longa de 1989. Além da protagonista, o filme inova com algumas mudanças de roteiro que enriquecem personagens já queridos pelo público e consegue fazer uma melhor representação da história da sereia mais querida do mundo para os dias atuais.

Halle como Ariel

A Ariel foi a princesa favorita de muitas meninas na infância, inclusive da minha. Por causa disso, havia uma enorme expectativa de como a sua história seria contada hoje em dia. Quando Halle Bailey foi escalada para o papel houve uma enorme onda de comentários negativos, já que diferente da personagem do filme de 1989, a artista é negra e não possui os cabelos vermelhos e lisos. Esse ódio direcionado a cantora deu abertura a inúmeros comentários racistas do público que até tentaram boicotar o filme, que recebeu mais de um milhão de deslikes no trailer.

Superando a opinião pública, Halle, com sua aura natural de princesa Disney, vingou muito bem no longa, e conseguiu alcançar notas perfeitas em todas as canções e transmitir a essência da Ariel para o público, sempre levando a sério a personalidade da personagem.

Ela conseguiu transmitir nas performances as vontades, desejos e ambições femininas que não se prendem ao romantismo. Ariel quer conhecer o mundo e ser independente de qualquer um que a impossibilite de seguir seus sonhos, e isso fica claro na decisão dos roteristas Jane Goldman (“Kick-Ass: Quebrando Tudo”) e David Magee (“As Aventuras de Pi”) em mudarem as letras de algumas músicas para refletirem a visão atual que o filme quer passar para os espectadores.

 “Eu dei tudo de mim, dei 110 por cento em tudo neste filme. Estou muito orgulhosa de mim mesma”, declarou Halle para a L’officiel Brasil.

Como uma mulher branca, eu cresci com inúmeros exemplos de princesas parecidas comigo, e por isso nunca senti na pele a necessidade de representatividade. Porém, quando se observa os vídeos de meninas negras reagindo a Halle como Ariel fica claro a sua importância.

Halle conseguiu entregar uma ótima performance que emocionou os fãs, mostrando que o real incômodo do público nunca foi a qualidade do filme e sim o racismo internalizado de cada um.    

A personalidade de Eric no longa

Um problema recorrente dos filmes de princesas clássicos da Disney é a falta de personalidade dos príncipes, que possuem a participação limitada em serem bonitos, salvarem a princesa e serem figuras perfeitas de masculinidade. Entretanto, com os live-actions é perceptivo uma tentativa de mudança. Em “A Pequena Sereia” pode-se observar a tentativa dos roteiristas em dar mais destaque para Eric, interpretado por Jonah Hauer-King. O príncipe recebeu uma música própria, uma nova história e uma maior profundidade.

Essas mudanças foram muito pertinentes para a nova história de Ariel. Isso porque os roteiristas conseguiram criar um príncipe mais cativante e carismático, que acaba sendo muito parecido com a protagonista, e faz com que o espectador entenda de cara a identificação e química dos dois.

No live-action, Eric era um garoto comum que vivia sempre em barcos junto com marujos, mas após um acidente que mata seus pais, o garoto é adotado pela família real. Por conta de seu passado no mar, o príncipe tem um enorme desejo de descobrir novas terras e participar de aventuras em seus barcos, fazendo com que suas ambições sejam muito parecidas com as de Ariel, que é fascinada por todas as suas expedições

Para a criação do relacionamento dos dois, o diretor apostou em novos ambientes não conhecidos no filme de 1989, como a cidade e as estradas do reino, resultando em um apego maior dos espectadores pelo casal. 

“Os romances da Disney são sempre marcados por aquelas atrações instintivas que os personagens têm um pelo outro. Claro, todos nós queremos ver isso, mas eu acho que o que foi engraçado, é que muito veio também da gente [ele e Halle Bailey como pessoas] é que vemos Ariel e Eric como duas pessoas que tinham espíritos iguais e ambos se sentiam um pouco inquietos, vivendo dentro das paredes dos seus respectivos castelos e que viviam olhando para fora e não para dentro”, disse Jonah para o Arroba Nerd.

personagens secundários roubam a cena 

No longa de 1989, nos é apresentado muitos personagens que se tornaram queridinhos, como Linguado (Jacob Tremblay), Sebastião (Daveed Diggs) e Scuttle (Awkwafina). No live-action, eles voltaram com a aparência remasterizada pelo CGI. O que pode gerar incômodo nos primeiros momentos é relevado pela ótima performance dos atores.

Em destaque, Sebastião e Scuttle possuem uma parceria interessante. O estresse constante do caranguejo combinado com a personalidade tranquila e desatenta da gaivota dão o toque cômico perfeito para o filme. Linguado, por outro lado, acaba sendo ofuscado, fazendo com que os fãs sintam saudades da grande amizade dele com Ariel, não muito trabalhada no filme. Já Úrsula (Melissa Mccarthy) é muito parecida com a vilã do longa original, trazendo quase nenhuma inovação, o que não gera grandes reações mesmo a atriz estando ótima no papel. 

Um filme para todos

O live-action de “A Pequena Sereia” é perfeito para toda a família. Ele é divertido, tem músicas incríveis e um toque nostálgico para quem já amava a história, além de apresentar mudanças pertinentes para o novo público infantil, que terá uma narrativa mais atual e um ótimo exemplo de relacionamentos e amizades, sem perder a essência do filme original.

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O artigo acima foi editado por Giullyana Aya Lourenço.

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Giulia Giampietro

Casper Libero '26

Estudante de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero e viciada em livros de romance, Taylor Swift e gatinhos <3 Adorando escrever sobre cultura pop e universo feminino.