Crédito: Ingrid Matuoka
HC: Qual é o seu nome completo e os apelidos que os alunos costumam te dar? Meu nome é Sonia Castino. O nome completo é Sonia Breitenwieser Alves dos Santos Castino, que tem o nome do marido, do pai, da mãe, de solteira.. meu nome já é uma história, né. Eu tenho vários apelidos; chamam de Palmirinha, acho que porque eu sou baixinha.. a Palmirinha trabalhava aqui na Gazeta, né, então eles mexiam comigo. Tem outro apelido que é Soninha, com o pessoal de PP e os antigos de PP me chamavam de ProfeSonia, eu achava divertidíssimo, muito engraçado!
HC: Você é taurina teimosa, Soninha? Eu sou taurina. Taurina é bem pé no chão, mas o meu ascendente é em aquário.Imagina a contradição. Taurino gosta de comer bem, um belo prato. Mas é tudo brincadeira, claro! Acho que cada pessoa é uma, as diferenças são maiores. Dizem que taurino é teimoso, mas não acho que eu seja teimosa, acho que sou persistente.
HC: Como é dar aula na Cásper a 20 anos? Comecei a lecionar em 97, estou na Cásper a 20 anos esse ano. Entrei para dar aula de Língua Portuguesa , sempre no curso de Publicidade e Propaganda. Já lecionei em Jornalismo, agora em Relações Públicas e também Rádio, TV e Internet. Jornalismo foi só quando entrei, depois fiquei com as aulas de PP. Eu adoro esse contato com os jovens, poder dar aula para eles. Eu sou Coordenadora de Cultura Geral agora, mas sempre falo que o meu lugar mesmo é na sala de aula. Adoro essa energia que vocês têm, acompanhar vocês na descoberta de um poema, um texto, conhecer alunos poetinhas.
HC: Você é paulistana? Nasci em São Paulo, na Vila Carrão, sou da ZL! Fui criada no Tatuapé e depois que eu casei, me mudei para o Ipiranga.
HC: Algum filme que você indicaria? Não deveria dizer, mas eu gosto muito de blockbusters, gosto muito de Cinemark, sabe? Filme comercial para me distrair, me entreter. Um filme antigo que eu gostaria de mencionar aqui é o Moulin Rouge: uma delicadeza, e lindo, eu adorei! Não sou muito fã de musical, mas esse..
HC: E qual sua comida preferida? Todas, mas eu sou muito formiga! Gosto muito de pudim de leite! Posso trocar o almoço por uma sobremesa tranquilamente. Não faço isso, porque não é saudável, mas por mim..
HC: Animais de estimação? Não tenho, porque meu marido e filhos (um casal) são alérgicos.,Mas eu adoro gatos, se eu pudesse, teria uns oito gatos em casa. Sempre tive quando era solteira, minhas gatinhas. Dizem que o animal, ele não se apega ao dono, mas não é verdade! Ele se apega sim, na verdade, eles é que são nossos donos.
HC: O que você mais gosta na sua profissão? Duas coisas: a possibilidade de sempre estudar para aprender mais e aprender com vocês jovens, aprender com os meus colegas também. Nesses 20 anos de Cásper Líbero, eu senti uma evolução muito grande nesse sentido. Por ser da área de Letras, mas trabalhar numa faculdade de Comunicação tive a oportunidade de conviver com colegas que me ensinaram demais e também a necessidade de pesquisar sobre outras áreas, como Publicidade, então eu tenho um trabalho já muito antigo sobre a relação de poesia e publicidade. Em RP, eu tenho que estudar os textos característicos, e essa oportunidade eu acho incrível na minha profissão como professora.
HC: Quais foram os seus maiores sonhos realizados? Tem algum que ainda queira realizar? Quero aprender Russo. To com 62 anos, será que dá tempo? Dizem que Freud que falava alemão, ele era austríaco, começou a aprender Espanhol, uma língua muito diferente da dele, aos 62 anos. Depois de 2 anos, ele já escreveu artigos em espanhol. Então se ele aprendeu, eu também posso, né!? É um desejo, não sei se é sonho, mas é um desejo. Mas eu sou uma pessoa muito realizada, eu me sinto muito realizada! Eu tive o sonho de poder frequentar uma universidade e consegui, até a geração da minha mãe as mulheres não frequentavam muito. Eu achei que não fosse ter condições. Quando fiz o vestibular eu tinha que entrar na USP, ou entrar na USP, e eu consegui. Além disso, eu tinha o desejo de continuar estudando, mas pensava que nunca ia ter capacidade de fazer um mestrado. De repente, surgiu a oportunidade de fazer o Mestrado na USP. Fiz especialização, mestrado, doutorado, então esse sonho profissional de estudar, trabalhar e dar aula num curso superior, tudo isso eu realizei. Outro sonho que eu realizei foi a minha família, meus filhos que são incríveis e meu marido também.
Eu tenho um sonho, uma história que eu queria contar para você. Como a minha família é descendente de alemão, minha mãe, meu avô.. eu adorava meu avô alemão! Ele era todo resmungão, aquele jeitão assim, meio de camponês lá do interior da Alemanha, mas eu adorava. Ao mesmo tempo ele era risonho. Comigo e com meu irmão ele era bem bacana. Ele contava as histórias da Alemanha, como era na infância, a neve.. contava do inverno que eles pegavam trenó, então meu sonho era ir para a Alemanha. Minha mãe faleceu e eu era muito nova, tinha 18 anos; mas antes eu falava “Mãe, será que um dia eu vou conseguir ir para a Alemanha?” naquela época era mais difícil, hoje em dia tem muito mais recurso. Então ela disse para mim “Mas você quer ir?” eu falei “Eu quero” e ela “Então você vai!”, como quem diz “um dia você vai, insiste!”. E eu ganhei uma bolsa enquanto tava estudando na USP para ir para a Alemanha estudar o idiomao. Fiquei 4 meses. Ganhei a passagem, estadia, dinheiro para comer, comprar livros e roupas de frio. Foi importante, fez muita diferença na minha vida depois, eu lecionei Alemão por muito tempo.
HC: O que faz a vida valer a pena para você? A vida mesmo vale a pena em si. É muito bom você sair na rua, o sol, a luz, as pessoas que você conhece, conviver com a tua família, os amigos, conhecidos, estranhos. As pessoas são sempre uma surpresa!